05/05/2008

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* Hatori depois da última conversa que teve com Shigure e constatando que estava pensando como o primo, e ainda assombrado pelo sonho erótico e a imagem do delicado sutiã da Tohru, tomou a decisão de evitar ao máximo se encontrar com a jovem. Para tanto deixou de ir frequentemente a casa do primo com a desculpa de que estava atarefado demais com Akito. Mesmo assim, ainda ligava de vez em quando em um horário que sabia que seria a Tohru a atender, apenas para poder ouvir sua voz e ter a certeza que Shigure não tentara nada de errado. Por mais que não admitisse, a simples lembrança da voz da jovem levava para longe os sentimentos sombrio sobre a Kana e o casamento que tanto era comentado na sede.

Shigure por sua vez depois de tanto tempo voltou a pensar em tudo que havia acontecido em relação à Kana. Também lhe passava pela cabeça os últimos acontecimentos entre Hatori e Tohru, e sua mente não parava de repetir o mesmo filme e a sensação de ser trocado mais uma vez. Decidiu se isolar de todos para tentar organizar seus pensamentos e esse sentimento triste que o casamento de Kana lhe trouxe de volta. Com a desculpa de que sua editora estava ameaçando-o de morte se não terminasse seus livros passava a maior parte do tempo no escritório e o tempo que passava com a Tohru ele apenas limitava-se a contemplá-la em silêncio sem que os outros – todos absortos nos próprios problemas – percebessem.

Tohru se via no meio de um tiroteio, todos ao seu redor estavam estranhos e desanimados. Era evidente, por mais sonsa que ela pudesse ser, que havia algo muito errado com todos. Mas tendo medo de que ela fosse a “coisa” errada e não tendo coragem de se intrometer na vida de todos, preferiu não perguntar. Mas sempre que possível deixava claro que poderiam contar com ela se precisassem. Por mais estranho que lhe parecesse, sentia muito mais falta das constantes brincadeiras e deboches do Shigure, assim como a seriedade e a cortesia de Hatori, do que dos demais possuídos que freqüentavam a casa. Contentava-se então, nesses três meses com a companhia da Kisa e as freqüentes visitas mau humoradas de Hiro, e as histórias sobre sua mãe que a Uo-chan lhe contava.





* Foram três meses estranhos para todos. Com pensamentos e sentimentos que não experimentavam antes, dúvidas e preocupações que não podiam nem queriam dividir, os possuídos e Tohru preferiram passar esse tempo mais dentro de si do que convivendo com os outros. No final, tendo certeza ou não do que era certo ou não era, do que podia ou não podia, decidiram que a melhor saída era arriscar, correr atrás, lutar por aquilo. Afinal de contas, para eles amaldiçoados o máximo que podia era fazer valer a pena cada dia. *

by Leandra

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