29/07/2011

201


Hatori havia decidido sair pela parte dos fundos da grande área destinada a moradia das famílias dos possuídos. Seu coração estava muito acelerado. Sentia-se como se fosse um criminoso. Corria e tentava esconder qualquer vestígio de sua presença enquanto caminhava, parecendo até, que havia acabado de cometer um sério crime e que estava fugindo do local. Estava saindo mais uma vez no meio da madrugada para atender a um chamado de urgência do patriarca, entretanto aquela situação era inédita para o médico. Agora não estava indo apenas atender ao kamisama dos possuídos e o patriarca dos Sohmas, mas sim a sua namorada.

O possuído do gato não tinha lhe dado muitos detalhes do que havia acontecido com Akito, apenas lhe disse que o patriarca queria vê-lo. Porém o silêncio que recebeu do primo quando lhe perguntou sobre o motivo o tinha deixado muito apreensivo.

#Será que ela voltou a sentir aquelas dores de cabeça? Ou será que está com febre alta? Akito sempre teve uma saúde muito frágil.#

Enquanto caminhava pela pequena trilha lateral a propriedade dos Sohmas, pensando no que poderia estar acontecendo com a garota e tomando todo o cuidado para não ser visto, o médico estava bem próximo do seu destino. Entretanto, quando estava a poucos passos do portão, ele vê dois vultos se aproximando para entrar.

-Mas, Higuchi-sama..... A Yoko-sama....

-Cala à boca e entre logo!

Hatori imediatamente reconhece a mulher e o homem que estavam entrando na sede. Ele olha para os lados e se esconde atrás de uma enorme árvore e desta maneira não é visto pelo casal.

#Aquela mulher é a aquela mesma empregada que a Akito ordenou a Yoko para que esta não trabalhasse mais aqui, e que está trabalhando no Dojo do professor Kazuma. Mas, o que é que ela está fazendo aqui com o pai do Kyo#

A pequena mulher caminhava ao lado do homem, e era visível que o mesmo estava muito irritado.

-Essa noite você irá me servir. Estou muito irritado para dormir sozinho.

-Mas....

-MAS NADA! QUERO DESCONTAR EM ALGUÉM TODA A RAIVA QUE ESTOU SENTINDO DAQUELE CÃO!!

O pai do Kyo e a empregada caminham em silencio até a casa do homem e o médico os vê entrando na casa.

#Ele deveria está falando do Shigure. Tenho dó daquela pobre mulher. A mãe do Kyo deve ter sofrido muito nas mãos desse homem.....#

Hatori abaixa a cabeça e continua pensando com um ar um pouco mais temeroso em seu rosto.

#Acho que foi por isso que ela se matou..... Não deve ter suportado mais o tratamento que recebia desse homem. Todos nós do clã sempre soubemos do ódio que ele sente pelo filho.#

No momento em que Hatori iria começar a andar para sair da sede, ele escuta vozes mais altas vindo da casa do Higuchi, e vê a empregada saindo de lá correndo. Estava chorando e com as mãos na bochecha e saia sangue de sua boca. O Médico olha para a casa e vê uma pessoa fechando a porta da casa.

#Aquela é a Yoko-san. Mas o que ela está fazendo na casa do sobrinho há essa hora?#

O Médico com todo cuidado se aproxima uma pouco mais da casa, mas continuando a se proteger atrás de uma grande arvore. Eles não poderiam lhe ver ali. Por mais que tentasse era difícil escutar a conversa entre tia e sobrinho, pois essa durou poucos minutos e foi dita em um tom bem baixo de voz. A mulher abre a porta e fala olhando para o sobrinho.

-Não seja imprudente. Daqui alguns dias tudo finalmente terminará.

#O que irá terminar? Do que eles estavam falando?#

Hatori apenas observa a velha mulher a caminhar pela trilha que levava até a mansão de Akito e após alguns segundos o médico sai de seu esconderijo e caminha rapidamente para fora da sede. Tinha que ir até o Dojo para pegar o carro do Kazuma-san e ir até a casa da Hanajima.

Ao chegar ao Dojo o médico vê que a empregada estava sentada do lado de fora da casa e chorava muito. Ao se lembrar de seu ferimento o médico resolve se aproximar da mulher para examina-la.

-Boa noite.

A mulher se levanta rapidamente e com o coração muito acelerado devido ao susto que havia tomado. Ela nada diz e apenas olha para o Hatori.

-Vejo que está ferida na boca.

O médico abre sua maleta e começa a tirar o que era necessário para limpar o ferimento. Assim que percebe o que iria acontecer a mulher dá um passo para trás.

-Nã..nãoo precisa... Muito obrigada Doutor..... Isso não foi nada...

O Médico olha para a mulher e reconhece aquele olhar, era de medo e pavor. Ele começa a guardar as coisas e lhe fala.

-Lave rapidamente com sabão e passe esse medicamento na região.

Ele estende a mão com o remédio e a mulher com as mãos bem tremulas o recebe. Ela se curva em sinal de agradecimento. Quando o médico ia começar a andar, ela lhe fala com uma voz bem baixa e muito chorosa.

-Cuide bem de Akito-sama....

Hatori olha espantado para a mulher. Aquela era a primeira vez que algum dos empregados lhe pedia aquilo. O médico lhe olha nos olhos e rapidamente ela abaixa a cabeça desviando o seu olhar do rapaz e começa a caminhar para dentro da casa.

#Ela sabe de alguma coisa?#

O médico apenas lhe observa e se recorda da frase dita a pouco pela Yoko.

#Preciso conversar com o Kazuma-san.#

By DonaKyon

19/05/2011

Aviso

Minna-san, estou de volta!

Gomen... Gomen.... Sei que o tempo que estive ausente foi bem longo, mas infelizmente fiquei um longo tempo sem ter nenhum tempo livre, apenas trabalhando muito e me estressando demais....

Mas a experiência valeu a pena, cresci muito com tudo isso e fui até obrigada a comprar um carro pra mim.... kkkkk

O importante é que estou de volta para escrever para vocês.

Em breve retomarei a fic.


Bjs da DonaKyon

04/10/2010

200


O tom choroso e de pavor em sua voz chama a atenção do Yuki, e o garoto para de guardar o material e olha para a colegial. E ao perceber o quanto que aquelas palavras a tinham ferido ele se sente um pouco culpado.

#A Honda-san sempre recebeu muito amor de sua mãe, é natural que ela pense que todas as mães são como a que ela teve. #


O possuído pelo espírito do rato se aproxima dela e fala com um pequeno sorriso nos lábios.

-Não precisa ficar assim, Honda-san. Acredito que a rejeição das nossas mães deve ser parte da nossa maldição. Até mesmo o Kamisama foi rejeitado pela sua mãe.

Aquelas palavras provocaram uma reação oposta ao que o Yuki queria. Em vez de confortá-la, agora a garota estava chorando. E para esconder a sua tristeza ela tampava o rosto com as mãos. O jovem lhe olhava todo preocupado, não sabia o que fazer para que ela parasse de chorar. Ele abaixa a cabeça e segura o seu braço esquerdo, aquele era um gesto que sempre fazia quando estava muito inseguro.

-Me desculpe, Honda-san. Deveria ter lhe contado de outra maneira.


A garota passa as mãos nos olhos e limpa o nariz passando o braço, e lhe olha de uma forma carinhosa e triste.

-Não precisa se desculpar. Os possuídos são muito mais fortes do que eu – Tohru se lembra dos dias de tristeza que viveu logo após a morte de seu pai.

Yuki se lembra que a garota havia lhe dito algo de ajudar também a Akito e lhe parece uma boa oportunidade para mudar de assunto naquele instante.

-Como possuído, fico muito feliz por ver o carinho que a senhorita sente pelo nosso kamisama.

-Yuki-kun – a garota faz uma breve pausa e continua – teria alguma maneira da Hana-chan e eu continuarmos a ser amigas da Aki-chan depois que ela voltar para a sede?

O garoto continuava a lhe olhar, mas não sabia o que lhe responder. Tudo era tão incerto para todos. Shigure que estava escutando toda a conversa do lado de fora do quarto, sentia o mesmo que o garoto.

O escritor começa a coçar a cabeça e pensa que o futuro deles nunca tinha estado tão incerto como naquele instante, e em solidariedade ao primo, resolve acabar com aquela conversa tão séria em plena madrugada. Sem a menor cerimônia o possuído abre a porta do quarto e encontra os dois estudando em pé de frente um para o outro no meio do quarto.

-O que é que estão fazendo? Vou contar tudo para o Haru-kun e para o Momicchi amanhã mesmo.

Tohru imediatamente começa a agitar os braços e lhe responde vermelha de vergonha.

-Não! Não é nada disso! E-eu... Apenas vim ser se o Yuki-kun estava passando bem.

Yuki cruza os dois braços diante do corpo, mas não olha com fúria para o primo, na verdade, estava bem aliviado com a sua repentina chegada. Tudo o que ele não queria naquela noite, era pensar em como ficaria o futuro dos possuídos e do Kamisama.

Shigure, que ria sem parar vendo o desespero da garota à sua frente, olha para o Yuki e lhe sorri também. Aquela atitude deixa o rato um pouco contrariado, pois lhe pareceu que ele estava insinuando que os dois estavam como amantes naquele quarto. Como não recebeu um gesto amigável do Yuki, o escritor deduz que o menino não havia entendido o seu sorriso.

-O que vocês acham da gente viver um dia de cada vez? Não adianta tentarmos adivinhar qual será o nosso futuro. E agora como o grande e responsável tutor está mandando as duas crianças irem dormir.

Tohru olha sorrindo para o Shigure, pois havia entendido o recado.

#O Shigure tem razão. Tenho que pensar no que posso fazer pela Aki-chan agora. E farei de tudo para fortalecer ainda mais a minha amizade com ela.#

-Muitíssima boa noite. – Tohru se despede dos dois com um sorriso e vai para o quarto.

Ao ficar sozinho no quarto com o Yuki, Shigure caminha até o garoto e lhe fala enquanto colocava a mão direita em seu ombro esquerdo.

-Não se esqueça que a mãe do Hiro-kun o ama acima de tudo. – ao terminar a frase Shigure segura com um pouco mais de força o ombro do rapaz – quem sabe esse milagre não pode acontecer para os outros possuídos também?

Yuki abaixa a cabeça e o primo retirar a mão de seu lhe ombro e lhe afaga os seus fios de cabelos cinza.

-Mas você tem um irmão que lhe ama muito. Nunca se esqueça disso, meu querido irmãozinho.

O rato imediatamente olha para o Shigure e entende a principal razão do escritor por ter lhe acolhido em sua casa; estava fazendo aquilo pelo grande amor que sentia pelo Ayame.

by DonaKyon

25/09/2010

199


Tohru Honda estava sentada sob o telhado da casa a observar a lua. Tinha adquirido aquele hábito com o possuído do gato, alguns dias depois que os dois estavam morando na casa do Shigure. Seu coração estava muito inquieto para dormir. Queria encontrar uma maneira de ajudar a Elisa-san e a Akito-san.

#Como poderei ajudá-las? Sei muito pouco sobre os Sohmas e até mesmo sobre a maldição, mas gostaria que a felicidade chegasse finalmente para ela. Mas como? O que poderia fazer? Com qual deles poderia conversar sem lhe sofrimentos?#

A garota começa a sentir o friozinho da madrugada e resolve entrar. Com cuidado e sem fazer barulho ela desce do telhado pela pequena escadinha e ao olhar a janela do quarto do Yuki percebe que a sua luz ainda estava acesa.

#Será que o Yuki-kun está passando mal? Não faz nem uma semana que ele se recuperou da sua crise de asma.#

Apressadamente a colegial termina de descer os degraus e ao entrar na casa, se dirigi imediatamente para o quarto do rato.

-Yuki-kun, posso entrar?

-Sim, Honda-san

Tohru abre a porta e encontra o Yuki sentado diante da mesa de estudo com os livros abertos, e com um tom de medo e susto a garota lhe pergunta.

-Teremos alguma prova amanhã?

-Não, por quê?

-É que está estudando a essa hora.

-Como estava sem sono, resolvi aproveitar o tempo revendo a matéria.

#Por isso o Yuki-kun é o aluno mais inteligente da classe. Por que é que eu não pensei nisso também?#

Ao ver que a garota estava pensando em algo que a estava deixando desanimada, o rato se preocupa.

-Está com algum problema, Honda-san?

-Não. Está tudo bem. Como vi a luz do seu quarto acesa, pensei que poderia estar tendo alguma crise.

-E por que é que a Honda-san ainda está acordada?

Tohru lhe olha um pouco em duvida se lhe falava ou não, após um pequeno suspira ela cria coragem e lhe revela.

-Queria ajudar a Elisa-san e a Akito-san.

-Por que quer ajudar mãe do Momiji?

-Porque a Elisa-san sente a falta do filho.

Yuki não consegue acreditar naquelas palavras, pois conhecia muito bem a relação entre os possuídos e suas mães, sendo que muitas vezes o próprio garoto havia pensado que aquilo também seria uma conseqüência da maldição.

-Ela não sente a falta do Momiji. Elisa-san só o viu por alguns minutos após o nascimento do filho. Durante os primeiros meses de vida do Momiji, a Elisa-san não podia nem escutar o choro da criança que começava a gritar histericamente. Por isso o Momiji passou a morar numa casa reservada somente para ele dentro da sede e os seus pais foram morar naquela casa fora da sede.

A garota olha para o chão sem conseguir acreditar naquelas palavras, e cheia de vergonha, por ainda assim acreditar na Elisa, ela diz com um tom mais baixo de voz.

-Mas a Momo-chan a curou...

-Não, Honda-san. Infelizmente as nossas mães nos odeiam - Tohru olha de uma maneira muito assustada para o garoto. O tom de sua voz não era nem de raiva e nem de tristeza, era de completa indiferença. Yuki ainda estava sentado à mesa e enquanto falava arrumava o material escolar para o dia seguinte. – A minha mãe não se “curou” depois que eu nasci. Ela odeia tanto o Ayame quanto a mim. – Yuki faz uma breve pausa e após pensar um pouco ele conclui – Não, na verdade, ela me odeia mais do que ao Ayame. Por isso ela me “vendeu” para o patriarca.

Naquele instante, o pavor já estava preenchendo todo o olhar da garota, ela não conseguia entender como uma mãe poderia odiar a um filho e muito menos em vendê-lo.

-Vender? Como lhe vendeu?

by DonaKyon

12/09/2010

198


-E mesmo assim?? Mesmo sabendo que você é um monstro, ela quer se casar com o Dr. Hatori?

-Ela me aceitou como eu sou.

-Você não irá se casar com ela. Eu vou matá-la. MATAREI ESSA DESGRAÇADA QUE TOCOU EM VOCÊ!!

CRASSHH

Akito vê que Hatori está ajoelhado a sua frente com a mão nos olhos.

-AKITO!! ACALME-SE POR FAVOR... ESPERE!!

Assim que escuta o seu nome, Akito olha na direção da voz e vê o Shigure segurando o jovem de cabelos curtos e pretos pela cintura, que se debatia e gritava com toda força.

-ALGUÉM COMO VOCÊ...

-k&*.. LEVE O HATORI DAQUI..

Akito não consegue entender o nome que o Shigure tinha acabado de lhe dizer. Ela olha mais uma vez para o Hatori que estava a sua frente e depois para o Shigure. Naquele instante, Akito estava completamente tomada pelo medo e desespero.

-EU NÃO VOU ENTREGÁ-LO A VOCÊ. EU NÃO PRECISO DE VOCÊ. NÃO PRECISO DE ALGUÉM QUE SEQUER CONSEGUE DESFAZER ESSA MALDIÇÃO. EU NÃO PRECISO...

-AKITO!

Ao escutar o seu nome novamente a garota olha na direção do Shigure e vê o quanto que o jovem que ele segurava estava tremendo e chorando.

-A CULPA É SUA SE O HATORI FICAR CEGO!!

#Hatori.... cego??#

-A CULPA É SUA. É SUA. A CULPA É SUA...

#Como a culpa é minha? O que eu estou fazendo ali? Por que é que o Shigure está me segurando?#

Hatori tira as mãos do rosto e Akito vê o seu rosto todo ensangüentado.


-NÃÃÃOOO!!

Akito acorda com o seu próprio grito e começa a chorar enquanto ainda gritava.

-A CULPA NÃO FOI MINHA! A CULPA NÃO FOI MINHA!

Desesperada a garota se senta no futton sem reconhecer onde estava. Chorava sem parar e como se fosse ela mesma quem estivesse ferida.

-A CULPA NÃO FOI MINHA!

-Aa-chan.

Akito olha para a criança que estava sentada a sua frente e que lhe olhava todo aflito.

-A culpa não foi minha... Não foi.... não foi..

- Acalma-se por favor.

Megumi a abraça e a garota chora ainda mais em seu ombro. Kyo e Saki entram correndo no quarto, e estavam tão apavorados quanto o garoto.

-O que aconteceu, Megumi-kun?

-Acho que a Aa-chan teve algum pesadelo.

Saki se ajoelha ao lado deles enquanto que o Kyo permanecia em pé.

-Aa-chan... está tudo bem.... foi só um pesadelo....

Akito olha para a Hanajima e por alguns segundos ela não lhe fala nada.

#Será que ela se lembrou de tudo?#

Kyo ao escutar aquele pensamento da namorada, fecha fortemente a mão direita e começa a sentir que o seu corpo estava tremendo.

-Foi horrível... Foi horrível, Saki-chan.... O Hatori estava cheio de sangue....

Ao escutar o seu nome, Hanajima respira um pouco mais aliviada e segura na mão de Akito.

-Foi só um pesadelo. O Hatori está bem.

-Eu preciso ver o Hatori. Quero vê-lo. Quero muito vê-lo....

Akito coloca as mãos na cabeça e continua chorando baixinho.

-Kyo, poderia ligar para o Hatori? Peça para que ele venha até aqui agora.

-Tá. Onde fica o telefone, pirralho?

Megumi se levanta e começa a caminhar sendo seguido pelo Kyo, quando estavam um pouco mais distante do quarto o possuído lhe pergunta com um tom de voz mais baixa.

-O que ela te falou?

-Disse que não era culpa dela.

-Pelo visto ela deve ter se lembrado do dia que deixou o Hatori cego.

Ao ouvir aquilo, Megumi olha espantado para o possuído.

-Achava que a Aa-chan só iria se lembrar dos momentos felizes do seu passado.

-Acho que desses momentos ela já se lembrou de todos.

-Isso é muito triste!

-O que?

-A Aa-chan teve muito mais momentos felizes em 3 dias do que durante toda a sua vida.

-Não foi só ela. Esses 3 dias também foram os mais felizes de minha vida.

-A sua vida ainda não acabou.

-Não! Ela apenas começou.

Megumi olha novamente para o Kyo e percebe que havia uma determinação diferente em seu olhar.

#Eu quero continuar tendo muitos outros dias tantos dias felizes ao lado da Saki, e para isso mudarei o meu presente e o da Akito.#

by DonaKyon

05/09/2010

197


Akito caminhava de mãos dadas com o Hatori por um pequeno bosque, e a seu pedido ela mantinha os olhos fechados. Como estava sem o sentido da visão, a garota prestava mais atenção nos outros sentidos, e assim o som dos passarinhos cantando, a suave brisa que tocava nas folhas das árvores, os latidos distante dos cachorros, o sol que delicadamente esquentava a sua pele, e o próprio calor que vinha da mão do namorado, tudo lhe parecia como se fossem pequenos tesouros da vida.

-Para onde está me levando?

-Já irá saber. Não abra os olhos.

-Por que precisa fazer esse mistério todo?

-A nossa vida toda sempre foi um mistério.

Akito não consegue compreender aquela frase dita pelo médico, mas no instante que iria lhe perguntar, ele para de caminhar.

-Chegamos.

Hatori solta à mão de Akito e lhe abraça com muita força.

-Você é a mulher da minha vida. Você foi a única que me aceitou como eu sou. Eu quero me casar com você.

O coração da garota se enche de uma felicidade da qual nunca antes havia provado. Ela era amada por aquele que sempre amou.

-Hatori....

Akito também lhe abraça. Porém o sorriso que tinha em seus lábios logo desaparece ao perceber o quanto que o médico estava tremendo naquele momento.

-Não posso te perder. Ele precisa aceitar que eu te amo.

-Ele? De quem está falando Hatori?

O possuído a segura em seus ombros e lhe olha um pouco apreensivo.

-Não deixarei que lhe machuque. Por favor, fique com a cabeça baixa o tempo todo.

-Quem irá me machucar? Por que está com tanto medo?

O médico volta a segurar novamente em sua mão, mas dessa vez ela está tremula e gelada. O coração de Akito começa a bater um pouco mais assustado. Eles voltam a andar por uma pequena trilha e logo estão num silencioso jardim.

-Onde estamos Hatori?

-Shhiii...

Akito olha para o médico e depois começa a reparar na casa que surge a sua frente.

Apesar de estar diante de apenas um cômodo da casa, ela sabia que se tratava de uma casa de arquitetura japonesa e bem luxuosa. O médico caminha até a varanda e ajoelha.

-Senhor patriarca, posso entrar?

-Entra Hatori.

#-Mas essa não é a voz do pai do Kyo.#

Hatori se levanta e segura na mão da Akito e lhe fala baixinho.

-Fique ao meu lado, não fala nada e fica apenas olhando para o chão.

O médico abre a porta e Akito entra atrás dele. Estavam numa sala bem ampla, e sentado numa rica almofada estava um rapaz vestido com um quimono arroxeado. Hatori se ajoelha a sua frente e fica com a testa no chão. Akito se ajoelha ao lado do médico e abaixa a cabeça.

# O Hatori o chamou de patriarca, mas esse não é o senhor Kazuma. Quem é esse homem?#

-Eu... eu vim pedir a permissão do senhor patriarca para me casar.

-O QUE? SE CASAR? NUNCA!! NUNCA!!

-Senhor patriarca, eu a amo. Quero me casar com ela.

-NUNCA!! NUNCA IRÁ SE CASAR COM ESSA MULHER. VOCÊS SÃO MEUS!! MEUS!! MEUSSS!!

Akito se mantinha de cabeça baixa, mas agora estava tremendo da cabeça aos pés. Os gritos daquele rapaz eram os gritos de uma pessoa descontrolada.

-Mas eu a amo...

-VOCÊS SÓ PODEM AMAR O KAMISAMA. OS POSSUÍDOS SÓ PODEM AMAR A MIM!!

#Estou com medo. Quem é esse rapaz? Do que ele está falando?#

Akito olha com os cantos dos olhos para o Hatori e vê que ele ainda se mantinha com a testa no chão. A garota começa a escutar os passos do jovem caminhando até o médico, e logo depois ele o segura pela gravata fazendo com que ele fique de pé. Akito ao ver aquele rapaz tão descontrolado segurando o namorado pela gravata, finalmente consegue dominar o pavor que estava sentindo e levanta a cabeça.

-Hat...

-Continue sentada e com a cabeça baixa!

Akito obedece ao médico e volta à mesma posição.

-Ela já sabe que você é um monstro?

-Já!

#Monstro? Do que é que eles estão falando?#


by DonaKyon

04/09/2010

196


Hanajima abre os olhos e olha para o seu lado esquerdo. A luz da lua cheia que entrava pela janela, iluminava todo o quarto. No futton ao seu lado, Akito dormia um sono bem tranqüilo e estava com um leve sorriso em seu rosto.

#Ela deve estar sonhando com o Hatori. Será que ela tinha tido outras noites de sonhos tão tranqüilas assim?#

A colegial volta a olhar para o teto e coloca o braço direito sob a testa, mas não tem tempo de pensar em nada, pois logo começa a escutar passos que vinham do telhado. Seu coração começa a disparar e rapidamente ela se descobre e corre em direção da sua pequena varanda.

#Calma Hanajima! Calma!#

A garota se detem diante da porta mantendo a mão na maçaneta antes de abri-la.

#Pode ser apenas um gato!#

Novamente ela escuta mais alguns passos, e pelo som sabia que o que fosse que estava andando sob o seu teto havia parado justamente acima dela. Saki fica olhando atentamente para o lado de fora e percebe que alguns fios laranjas estavam surgindo e logo depois aparece apenas a cabeça do Kyo. O garoto estava deitado com a barriga para baixo no telhado e lhe fazia sinal para que ela fosse até lá.

Saki dá um pequeno sorriso e abre a porta lentamente para não fazer barulho, e utilizando a pequena escada sobe até o teto.

O coração do Kyo que já estava acelerado bate com mais força ao vê-la subindo. A lua brilhava atrás dela com muito mais força agora. Seus longos fios negros dançavam levemente ao sabor da suave brisa, e a sua longa e fina camisola preta revelava as formas de seu corpo.

Saki sentasse ao lado do garoto e fica olhando a lua a sua frente. Após alguns segundos sem falarem nada, Kyo segura em sua mão entrelaçando os dedos e a garota encosta a cabeça em seu ombro.

O que seria a “festa do pijama” entre a Hanajima, a Tohru e a Akito ao final se transformou num jantar entre os irmãos Hanajima e a Akito. Shigure achou mais sensato que a Honda mantivesse naquela noite a sua rotina, pois se caso o pai do Kyo voltasse a espionar a casa, não desconfiaria que eles já haviam descoberto o seu plano.

-Como foi o jantar de vocês três?

-Foi muito divertido. O Megumi-kun e a Aa-chan se deram muito bem .

-Essa é a primeira vez que a Akito está completamente longe dos Sohmas.

-Mas você está aqui.

-Mas eu não estou aqui por ela, e sim por você.

Ao escutar aquelas palavras, Saki fecha os olhos e dá um longo suspiro.

-Me desculpe, Kyo. Tudo isso é minha culpa. Se eu não tivesse apagado as memórias da Aa-chan...

-... Eu já teria te perdido! E agora estaria aprisionado no Retiro e você e a Tohru não se lembrariam mais de nós. Enquanto que a Akito estaria aprisionada como sempre esteve na mansão dos Sohmas.

-Será que ela irá me perdoar?

-Saki, foi graças a você que a Akito teve a oportunidade de viver como uma pessoa normal. Na sede dos Sohmas, ela é o patriarca do clã, o kamisama dos possuídos, e desde que nasceu é obrigada a fingir que é um homem, mas agora ela está aqui. Podendo ter duas amigas, ser próxima dos possuídos e até ter um romance com um deles.

-E será que a Aa-chan conseguirá voltar a viver essa vida? Será que ela não me odiará por ter lhe mostrado algo que ela nunca terá possibilidade de viver?
Kyo tampouco sabia aquela resposta, estava tão inseguro e com medo quanto à namorada, mas não queira que a garota sofresse.

-Não se preocupe com isso agora. Tem algo muito mais importante para se preocupar nesse momento.

Hanajima levanta a cabeça do ombro do Kyo e lhe olha cheia de dúvida.

-Já pensou no que irá preparar para o meu lanche? A Tohru levará um pequeno banquete para o coelho amanhã.

Ao escutar aquela frase dita com tanta seriedade pelo colegial, Saki consegue conter a vontade de rir e lhe responde da mesma maneira séria.

-Será arroz!

-Arroz com o que mais?

-Simplesmente arroz! Só arroz e mais nada.

Kyo olha para a namorada e começa a rir, pois havia conseguido seu objetivo, naquele instante as nuvens negras da incerteza não estavam mais sob eles.

by DonaKyon