28/08/2008

378


#Desgraçado! Eu sei que demorei para descobrir, mas isso não muda o fato de que eu a amo, e que....#

Kyo sai correndo e o segura pela gola do quimono e faz com que o rapaz olhe nos seus olhos.

-A KAGURA TAMBÉM ME AMA!

Kunimitsu segura nas mãos do garoto e faz com que ele solte a sua roupa.

-Isso mudará com o tempo. Vou fazer com que ela se apaixone por mim, tenho certeza de que com o passar da nossa convivência ela começará a me amar.

O discípulo começa a caminhar ficando de costas para o Kyo, que se sentia ainda mais desesperado por saber que aquilo era verdade. A Kagura já estava começando a se importar com ele.

-Eu não vou deixar. Não vou deixar que tenha esse tempo! Assim que o Mestre retornar irei falar com o patriarca, e vou pedir a Kagura em casamento.

O rapaz sabia que a família Sohma era uma das mais tradicionais, e depois de tantos anos convivendo com eles, já sabia que a palavra de Akito Sohma era lei, mas por algum motivo, sabia que o Kyo não era bem aceito entre os Sohmas.

-Pode pedir, mas duvido que a Kaa-chan aceite.

-Ela vai aceitar porque me ama. E somente EU posso a fazer feliz. A Kagura só será realmente feliz comigo. Ela e eu somos ........ iguais.

Aquela pausa faz com que o Kunimitsu se vire para olhar para o Kyo.

-Iguais?? Como assim iguais?

-Somos da mesma família. É apenas isso.

-Então ela deixará de ser como você se depender de mim. Se ela quiser, poderá ser Kagura Tomoda.

-VOCÊ NÃO PODE A FAZER FELIZ. ISSO É IMPOSSIVEL PARA VOCÊ. SE A AMA DE VERDADE, DEIXE QUE ELA SEJA FELIZ AO MEU LADO.

O discípulo fecha o punho direito com toda a força.

-COMO PODE FALAR QUE EU NÃO A FAREI FELIZ? VOCÊ É APENAS UM MOLEQUE MIMADO, KYO-KUN. A KAA-CHAN É A MULHER DA MINHA VIDA! ELA PRECISA DE UM HOMEM AO LADO DELA, E NÃO DE UM MAURICINHO COMO VOCÊ! EU VOU FAZER COM QUE ELA SEJA FELIZ MUITO LONGE DAQUI. FALTA MUITO PARA VOCÊ SER UM HOMEM PARA A KAA-CHAN.

-EU SOU MUITO HOMEM SIM! E QUEM ME FEZ VIRAR UM HOMEM FOI A PRÓPRIA KAGURA, QUE AGORA TAMBÉM É UMA MULHER. E QUE SERÁ A MINHA MULHER!

Kunimitsu sente como se tivessem lhe cravado um punhal em seu peito, ele olha para o possuído que estava com o rosto vermelho de vergonha e de raiva, e olhando para o chão.

#Ele não falou isso apenas para se aparecer. E não parece que está mentindo também. Então.... Então eles ficaram juntos? Eu estava sentindo que alguma coisa estava acontecendo.#

Kunimitsu solta o punho, mas avança para cima do Kyo e lhe segura pela camiseta.

-Nunca mais coloque as suas mãos nela. Só não vou te dar a lição que merece por respeito ao Kazuma-sensei. O que fez não é uma atitude de homem. Sabia que ela é a minha namorada e mesmo assim....

-VOCÊ A ROUBOU PRIMEIRO DE MIM.

O rapaz perde a paciência e joga o possuído sentado no chão.

-Você é apenas um garoto mimado mesmo. Eu não vou permitir que continue achando que os sentimentos dela são apenas um capricho para o seu ego. A KAGURA É A MULHER QUE EU AMO! E VOU FAZER DE TUDO PARA QUE ELA NÃO TERMINE COMIGO. EU VOU CONQUISTAR O CORAÇÃO DELA.

#Ele vai ficar com ela, mesmo depois de saber o que aconteceu?#

Kyo ainda estava sentado no chão vendo o rapaz voltar para o escritório.

#Eu não posso acreditar.... Porque Kaa-chan? Será que nunca poderá me amar? O que sente por ele é tão forte assim?#

O discípulo caminhava tremendo, sentia uma enorme vontade de gritar, mas se controla.

#Eu vou conseguir. Sei que posso conseguir com que me ame. Basta que eu tenha a oportunidade de ficar ao seu lado. Eu vou fazer de tudo para que continue sendo a minha namorada#

by Kyo

375


Logo depois que saiu de casa, Kyo foi até o apartamento da Kagura e ficou parado boa parte da manhã na frente do prédio esperando que ela saísse e sem ser visto. Tinha ido até ali para conversar com a garota, mas ao ver que a Arisa também saía do edifício ele é obrigado a mudar o seu plano.

Com uma boa distancia foi acompanhando as duas de longe até o momento em que elas se separam, Kagura estava indo para a faculdade, e pelo horário a Arisa deveria ir para qualquer outro lugar menos o colégio. Agora que a Kagura estava sozinha, ele apressa os passos, se aproxima e a abraça por trás.

-AHHHHH.....

-Calma, sou eu... “ele calmamente a solta e dá alguns passos para trás”

-Kyo?! Quer me matar do coração?

-Fiz isso para você ver como pode ser os seus dias.

A garota apenas o olha, mas não fala nada, e depois volta a caminhar. Aquela reação fez o garoto perceber que ela ainda não havia se decidido, o que o deixou ainda mais inquieto do que estava. Caminham por alguns metros em silêncio um ao lado do outro.

#Mas o que eu estava esperando também? Preciso deixar de agir como um garoto e agir como um homem que eu sou agora.#

-Cê vai trabalhar hoje no Dojo?

-Não. Tenho que fazer uns trabalhos para a faculdade.

-Beleza, então mais tarde eu passo lá no seu apartamento.

-Que?? Eih Kyo.... KYOO....

Kagura fica olhando para o garoto que do nada tinha começado a correr, a deixando sem entender o que teria acontecido e nem para onde estava indo. Kyo corria com todas as forças, queria resolver tudo aquilo rapidamente. Sabia que a garota não seria capaz de falar que o amava ainda para o Kunimitsu, mas ele faria isso. Iria dizer que a amava e que era amado por ela. E que ia assumir o que eles tinham feito naquele final de semana até mesmo para o patriarca dos Sohmas.

O Dojo ainda estava completamente vazio, e o garoto sabia que estaria daquele jeito, naquela hora, todos os alunos estavam nas escolas e não matando aula como ele estava.

-Mestre... Mestre....

Kyo entra correndo e chamando pelo mestre em voz alta.

-O Kazuma-sensei precisou ir viajar as pressas Kyo. Deve voltar depois de amanhã.

O garoto fica parado na porta, olhando para o Kunimistu que estava sentado a mesa e cuidando da parte burocrática do Dojo.

-Eu preciso conversar com você. De homem para homem!

-Então a gente conversa daqui alguns anos.

Kunimistu continuava com a cabeça baixa e fazendo as contas. Ao escutar aquela resposta o sangue do possuído ferve ainda mais, e ele dá um forte tapa na mesa ficando parado na sua frente e com as duas mãos na mesa.

-EU NÃO ESTOU DE BRINCADEIRA!

O discípulo coloca os papeis na mesa e levanta o rosto, olhando para o Kyo. Não precisava ser nenhum gênio e muito menos um adivinho para saber sobre quem o garoto queria conversar.

-O que quer conversar?

-Eu vou me casar com a Kagura!

-Ahahahahhahaha..... E depois fala que não está de brincadeira. Ahahahahhahahah

Kyo ficou com mais raiva ainda. Nunca tinha falado tão sério na vida dele, e ver o outro rindo daquela maneira o deixou realmente ofendido.

-Eu estou falando muito sério!

Kunimistu pára de rir e se levanta, ficando em pé e olhando para ele.

-E a Kaa-chan já sabe disso?

-NÃO A CHAME ASSIM. CÊ NÃO TEM ESSE DIREITO.

-Não?? Eu pensei que fosse o namorado dela. Ela já sabe que é a MINHA namorada e é a SUA noiva também?

-Ela ainda não sabe disso.

-Hunff, e depois vem falando que isso é uma conversa de homens. Isso está mais parecendo a birra de uma criança mimada. Só porque ela deixou de correr atrás de você agora você a quer.

-Eu descobri que a amo.

-Que pena. Eu descobri isso muito antes do que você.

Kunimitsu falava enquanto ia caminhando para o salão principal do Dojo e o Kyo continua parado com as mãos apoiadas na mesa.

by Kyo

374


Ayame ao se levantar do banco num pulo, quase que derruba a Akito no chão, mas essa ainda fica sentada olhando espantada a reação do possuído que falava andando de um lado para o outro.

-Não pode fazer isso! Isso não é justo com nenhum de nós. Ela foi a nossa primeira amiga. A primeira pessoa de fora do clã que nos aceitou, que quer ficar ao nosso lado. Não pode simplesmente depois de três anos, fazer com que isso termine dessa forma.

-Posso e vou. O segredo da maldição não pode ser revelado. Qualquer pessoa de fora que saiba da maldição terá a memória apagada, mesmo que essa pessoa seja um Sohma. E assim que aquela vagabunda tiver essa criança, irei ordenar que as memórias dela sejam novamente apagadas.

-Mas e a Ren? Ela também sabe...

-Aquela é uma louca, nunca irão acreditar nela.

-Mas... mas...

-Mas o que Ayame?

O possuído abaixa a cabeça, era incapaz de continuar e contrariar ao kamisama, mas lhe pergunta com um tom mais voz.

-O Shigure sabe dessa decisão sobre a Honda?

-Não. E porque deveria saber? Sou obrigado a falar todas a minhas decisões para vocês?

#É melhor não falar mais nada. Akito já está com dois problemas mais graves nesse momento, e tenho esperança de que o meu irmãozinho a faça mudar de idéia.#

Ayame volta a se sentar ao lado de Akito e segura em sua mão.

-Daqui a pouco a Ren irá ser encontrada.

-Aquela maldita. Gostaria de saber o porque dessa fuja justamente agora.

-No mínimo ela se aproveitou da movimentação por causa do casamento da Kana.

Nesse momento a Yoko entra no quarto, falando que a empregada da Ren estava saindo da sede e que estava sendo seguida conforme a ordem dado por Akito.

--- ---- -----

Kana ainda estava bufando dentro do táxi e ainda estava vermelha de tanto ódio que estava sentindo.

#Mulher... que você ama.... Mulher... que você ama.... Hunff.... isso não ficará assim...#

A imagem da Tohru vê a sua mente, era uma garota bem diferente do que imaginava encontrar. Desde a briga com a Akito, ela estava imaginando com quem o Hatori estaria na casa do lago e com a permissão de Akito.


#Mas aquela frustrada falou que a tal mulher maravilhosa estava com o Hatori. Por quê que o Gure falou isso? Porque que falou que a ama?#

-AHAHAHAHAHAHHAHAH

O motorista do táxi olha através do retrovisor para ver se estava tudo bem com a passageira, que de uma hora para outra havia começado a rir.

#Será possível que a história esteja se repetindo? Não pode ser....#

-AHAHAHHAHAH... #Não... Não, a Ren-sama está certa! Akito falou aquilo só para me provocar. O Hatori nunca iria se interessar por uma criança. Aquela lá é só uma criança. Aposto que o Shigure também falou aquilo só para me provocar. Ele não seria capaz de amar ninguém, e ainda mais uma fedelha.#

Kana abre a bolsa e tira o batom e o espelho e começa a retocar a maquiagem.

#Um homem como ele precisa de uma mulher ao seu lado.#

.....Mas você não sabe nada... NADA... sobre o Shigure... Ele é uma pessoa maravilhosa, gentil e carinhosa. Que se importa muito com os outros... muitas vezes mais do que com ele mesmo...

-HUNFF.... #E quem aquela fedelha pensa que é? Maldita! O tapa que ela me deu ainda está ardendo. Não deixarei que esse tapa fique de graça..... Mas porque que a frustrada do patriarca permitiu que ela morasse com eles? Isso não faz o menor sentido. Mais tarde ligarei para a Ren-sama e lhe contarei o que aconteceu.#

O Táxi pára na grande alameda que separa as mansões dos Sohmas e a passageira desce. Ela olha em direção do caminho que leva para a parte de “dentro”.

#Maldição. Não tem como eu entrar. Gostaria de ver como a frustrada está, a fuja da Ren-sama deve ter a deixado ainda mais louca do que já é. Aposto que o idiota do Hatori está lá, ao lado dela.#

A mulher começa a caminhar pelo caminho que levava para a sua residência, e encontra com a Sazuko, a empregada de confiança de Ren. Uma passa ao lado da outra, mas não se cumprimentam, e cada uma continua caminhando na direção oposta. Um pouco mais a frente Kana passa ao lado de dois homens que caminhavam olhando para a senhora que andava mais a frente.

#hehe.... Como a Ren-sama imaginou, a Sakuzo-san está sendo vigiada. Nunca a encontrarão assim. A Ren-sama é muito esperta, tenho que aprender muito com ela ainda..... Hunff.... AMOR?!.... AMOR?!... Aposto que aquela pirralha não sabe o que é o verdadeiro amor. Amor é o que a Ren-sama sentia pelo Akira-sama. E aqueles monstros são incapazes de sentirem um sentimento como esse. E muito menos a frustrada da Akito. Aquilo não é capaz de sentir alguma coisa por ninguém.#

by Kyo

373


Ayame entra no quarto de Akito, após três batidas na porta e nenhuma resposta. Logo pelas primeiras horas da manhã, Mine tinha saído em busca de um chaveiro para libertar o seu amado do seu cárcere privado. E agora ele estava entrado naquele quarto escuro e vê que Akito estava sentada no chão no meio de cacos e mais cacos de objetos quebrados.

-Akky-chan?! Mas quantas pessoas estiveram aqui essa noite para deixar esse quarto desse jeito? Não acredito que você sozinha fez isso tudo?

-Ayame... Não estou de bom humor. Pode ir embora.

-Nan nani na não... Vim até aqui unicamente para consolar a nossa linda patriarca. E trate de mudar essa carinha, já imaginou se o meu amado e belo irmão resolva vir te visitar e a encontre com essa cara? Venha.. Venha... O dia está lindo lá fora.

Ayame a puxa pela mão e a leva quase que a arrastando para a varanda de seu quarto que dava para um lindo jardim e a coloca sentada no banco que havia na varanda próxima a porta e senta-se ao seu lado.

-Eu queria estar com ele agora.

#Então até mesmo a Akky fica toda frágil quando se apaixona? Sem dúvida a sua alma é uma alma feminina.# -Vocês poderão estar juntos no final de semana lá nas termas.

-Pare de sonhar Ayame! Enquanto aquela mulher não voltar para a sede não terei paz.

-Nenhum sinal dela?

-Não. Nenhum. Nada. Ela simplesmente desapareceu.

-Ninguém desaparece por completo. Ela apenas está se escondendo num lugar onde ainda não procuraram. E a outra?

-Akito-san

Ao ver que a porta estava aberta, Hatori entra no quarto e escuta as vozes vindo do jardim, ele estava caminhando até o jardim, mas pára quando chega na porta.

-Hunf... Aquela lá teve alta ontem à noite do hospital mesmo. Foi apenas uma frescura, parece que o maridinho brigou mais do que devia com ela. Mas assim que aquela criança nascer, eu irei mandar o Tamaki para trabalhar em alguma das propriedades dos Sohmas bem longe daqui. Não vou deixar que aquela mulherzinha fique aqui. Não quero que ela chegue perto de nenhum deles.

-Ela não seria capaz de se aproximar deles.

#Deles? Mas deles quem?#

-Se aquela maldita não estivesse com aquela barriga, juro que a teria matado. Que ódio estou sentindo ainda. Nunca imaginei que ela tivesse recuperado a memória. Durante esses anos todos ela nunca tinha demonstrado que tinha recuperado. Nas poucas vezes que nos encontramos em algum evento do clã, ela sempre agiu como agia na frente de todos.

-O único que conhecia a verdadeira Kana era o Shigure.

Ao escutar o nome do escritor, Hatori fica quase que sem respirar. #Mas porque o Shigure?#

-Sim, para ele aquela vagabunda mostrou quem realmente ela é. Durante algum tempo ela namorou como os dois às escondidas, e quando se decidiu que casaria com o Hatori, teve a coragem de propor que ele fosse amante.

BLAMMM

Ayame coloca a cabeça na porta para olhar quem havia chegado no quarto e não vê ninguém.

-Deve ter sido o vento que fez a porta bater. Akky-chan, não acha que chegou a hora de contar toda a verdade para eles? Contar que foi por haver descoberto que ela estava enganando os dois que não deu autorização para o Tori-san se casar com ela.

-Isso não muda o fato de ter-lo deixado quase cego de um olho. Você é o único que sabe de quanto me arrependo por ter perdido a calma naquela hora. Se não fosse o Shigure a me segurar, eu não sei até que ponto teria ferido o Hatori.

Ayame passa o braço por trás das costas de Akito, fazendo com que ela se encoste nele, e ela encosta a cabeça em seu braço.

-Se ela, que é uma Sohma acha que vocês são uns monstros imagina quem é de fora. A minha função como kamisama é de estar sempre com os 12 possuídos e como patriarca é o de proteger o segredo da maldição. É por essa razão que não darei nunca permissão para que se casem.

O possuído sente uma angustia ao escutar aquilo.

-Mas... A Tohru Honda... Ela é normal e aceitou a gente. E podemos confiar que ela nunca contará o nosso segredo.

-Isso também já está decido desde o começo. Assim que essa garota acabar o colegial e sair da casa do Shigure, irei ordenar que a memória dela seja apagada.

-O QUE??

by Kyo

372


“ Tohru sorriu ainda mais singelamente ao secar mais uma lágrima, enquanto Shigure a olhava surpreso, confuso e com o coração na boca.”

# O Shigure é como a mamãe era. Não queria que ninguém visse quem ele é e as feridas que carrega. E eu papai, sou como o papai. #

- Como são bonitas as suas lágrimas!

“ Disse olhando para mais uma lágrima que escorria, secando-a logo em seguida ainda sorrindo. Shigure quis abraçá-la, quis beijá-la, quis prende-la junto dele de uma forma que jamais alguém poderia levá-la para longe. Sentiu seu peito se aquecer e sua alma ser preenchida por um leve calor. Sentia feliz e desesperado ao mesmo tempo. Aquelas palavras, aquelas doces palavras seriam a esperança que ele desejava? Ele sorriu, segurou a mão que secava suas lágrimas e escorregou o corpo deitando a cabeça sobre as pernas da garota ainda segurando sua mão, passando o outro braço por suas pernas desejando abraçá-la sem se transformar.”

- Por favor... por favor Tohru, deixe-me ficar aqui apenas um pouco... deixe-me ficar assim, só mais um pouco.


“ Tohru sentiu a leve pressão em sua mão, sentiu se corpo se arrepiar. Percebeu o medo dele que ela fosse embora. Entrelaçou os dedos com os dele, fazendo carinho com a outra mão nos cabelos macios do escritor. Se inclinou e beijou de leve a testa dele em seu colo.”

- Tudo bem. Eu não irei a lugar nenhum agora. Pode ficar assim o tempo que for preciso, Shigure.

“ O coração do escritor se acalmava enquanto o da jovem parecia queimar. Ainda não estava certa do que sentia, se aquilo era o que chamam de paixão ou amor. Mas uma coisa ela tinha certeza, queria ficar ao lado dele para sempre e sempre que fosse preciso, deitá-lo em seu colo para ele não chorar mais. Passaram quase toda a manhã dessa forma em silêncio, sentindo a brisa e escutando o farfalhar das folhas, sem dizer mas nenhuma palavra.”

by Leandra

26/08/2008

371


- Ela estava certa. Os sentimentos e as pessoas avançaram e eu fiquei para trás. Nunca mais acreditei ser capaz de amar uma pessoa, tão pouco de acreditar que seria amado.
Passei a escrever histórias românticas de tudo aquilo que um dia imaginei que existia.
No fundo, escrevo um mundo que não pertenço. Criei e vesti uma máscara para que não vissem a minha ferida. E tentei proteger o Haa-san da verdade mesmo depois dele ter sido ferido por Akito. Proteger o coração dele para que não tivesse a mesma ferida que tenho.
Por mais jovem que somos, para um possuído que não ama outro possuído, normalmente temos uma única chance de amar. E eu acreditei ter perdido a minha, passando a viver com a certeza de que sempre estaria sozinho, mesmo junto de todos. Você mudou isso, Tohru. Com seu jeito, com sua força, com seu sorriso, com sua aceitação.
Apenas por poder ser capaz de amar alguém de verdade, sem medo, sem receio, sem insegurança. Apenas por ser capaz de dizer Eu Te Amo, eu já sou o homem mais feliz do mundo, e mesmo que eu não seja aceito por você, apenas por eu já não ser rejeitado eu tenho que agradecer a kamisama. Tohru... para os meus erros talvez não aja concerto.
Por tudo que deixei acontecer com o Haa-san pensando em protegê-lo, talvez não aja perdão. Mesmo assim... eu ainda tenho o egoísmo sínico de desejar ser amado por você. Não vou abrir mão desse sentimento como fiz com Kana.
Naquela época eu não sentia nem metade disso, não tinha a certeza que tenho hoje.
Era um sentimento grande mas não forte, eu podia abrir mão dele e continuar vivendo mesmo triste. Mas se eu tiver que abrir mão do que sinto por você, se eu tiver que simplesmente abandonar a esperança de ser correspondido, mesmo que seja uma esperança idiota. Se eu tiver que abandonar tudo isso... eu...

“ Shigure tentou segurar as lágrimas mas foi em vão. Deixou-se chorar em silêncio de cabeça baixa.”

# Ele... ele nunca tinha dito... eu te amo para ninguém?! Mas... mas... ele disse... ele... ele continua dizendo.... para mim... #

“ Tohru olhava-o admirada enquanto via suas lágrimas caírem sobre as pernas do escritor. Teve vontade de abraçá-lo. Ele parecia indefeso, ferido, nu. Aquele diante dela era o verdadeiro Shigure, o Shigure por trás do escritor sorridente e brincalhão. Um homem que acreditava que nunca seria amado e que passaria a vida incapaz de amar alguém.”

# Sinto meu peito quente, uma sensação dolorosa e ao mesmo tempo boa. Quero abraçá-lo, quero secar aquelas lágrimas para sempre. O Hatori também chorou por ela, muitas vezes provavelmente carregando o peso de ter apagado suas memórias sem saber a verdade. Mas quem carregou todo o peso no silencio e no segredo foi o Shigure. Ele esteve todo esse tempo sozinho, sempre sorrindo e sempre ajudando seu primo, sem nunca poder dizer que ele também sofria. Eu não quero mais que ele sofra sozinho. Não quero mais que ele chore outra vez. Não quero mais que ele acredite que nunca será amado. #

”... seu pai se apaixonou por sua mãe porque a viu chorando...”

“ Tohru sorriu singelamente, e passou a mão enxugando as lágrimas do escritor que assustou-se com o toque dela e com seu sorriso.”

# Achei tão estranho quando a Uo-chan me disse isso... agora eu entendo papai! Agora eu entendo porque se apaixonou pela mamãe quando ela chorou. #

by Leandra

370


“ Tohru ficou vermelha, seu coração falhou de tão rápido que batia. Sentiu desejo de beijá-lo novamente. De abraçá-lo e colocá-lo no colo para afastar dele aquela tristeza. Queria poder tocar sua alma e curar aquela dor em seus olhos. Mas a cima de tudo, queria sentir o beijo dele outra vez.”

- Si-sim...

“ Shigure também desejava beijá-la novamente, mas antes precisava contar-lhe a verdade. Tirou a mão do rosto dela e endireitou o corpo olhando para o jardim, ela sentada ao seu lado de frente pra ele apenas observou e escutou em silêncio.
Shigure contou como havia conhecido Kana e como tinha se apaixonado pela primeira vez.
Contou como sentia-se feliz por estar ao lado dela apesar de não poder assumir o relacionamento por causa do patriarca.
Contou como indicou a namorada para trabalhar com o primo Hatori e como nunca suspeitaria que ele se apaixonaria por ela também.”

- Eu não sabia de nada. Me encontrava com ela normalmente como sempre fazíamos. Algumas vezes ela disse que me amava e sempre esperava ouvir isso de volta. Mas eu nunca disse! Várias vezes pensei em dizer, mas nunca fui capaz. Eu realmente acreditava naquela época que a amava, com o tempo percebi que não era amor.

# Então foi por isso que ela disse que ele era incapaz de amar... mas... só porque ele não dizia eu te amo não significava que não gostasse dela... e ela... dizia que o amava e... na verdade... #

- Pouco tempo depois que ela começou a trabalhar com o Haa-san tivemos uma discussão. As palavras daquele dia e do dia depois daquele jamais vou esquecer. Ela me chamou de covarde, disse que eu apenas fugia e me escondia. Que eu não era quem sou de verdade.

... -Porque? Porque você é tão covarde? Porque não se mostra por completo? Porque não se deixa ser amado por completo e amar por completo? Pára de fugir, Shigure! Acha mesmo que vai esconder sua alma para sempre?

“Shigure parou de falar e fitou o céu. Tohru teve a impressão que ele revivia em sua mente um fato muito mais doloroso do que ele falava, mas não se moveu.”

- No dia seguinte, Haa-san veio me contar que eles estavam namorando, com o sorriso mais feliz do mundo. Em toda nossa infância e adolescência nunca havia visto aquele sorriso. O mais sério, o mais certo, o mais traumatizado pela maldição, o mais pressionado pela família por ter que aprender a apagar memórias. O que eu poderia fazer? Contar-lhe a verdade? Destruir aquele sorriso? Acabar com aquela paixão que mal havia começado? Ao contrário de mim e do Aaya que nunca nos importamos, Hatori era direito e sempre evitava relacionamentos. Eu não poderia destruir tudo, não quando o Haa-san finalmente havia se apaixonado, mesmo que fosse pela pessoa errada.

“ Shigure voltou a tomar o chá calmamente. Parecia tomar coragem junto com o líquido para continuar a história.”

- No mesmo dia ela veio me procurar. Cobre-a sobre aquilo. Desde quando ela enganava a nós dois? Desde quando ele era o oficial e eu o amante? Ela riu. Zombou de mim. No final me sugeriu continuarmos juntos traindo o Hatori. Eu me recusei. Disse que aquilo não era certo. Perguntei a ela onde estava o amor que ela tanto dizia nos “ eu te amos”. Ela sorriu para mim com seu sorriso mais doce e me disse para não me apegar a ilusões, que os sentimentos e as pessoas avançavam e somente eu permanecia pra trás.

...De que adianta apegar-se a ilusões inúteis? O tempo irá avançar tanto as pessoas quanto os sentimentos deixarão você para trás. Não seja tão infantil, Shigure. Para alguém que nunca disse eu te amo, você não pode se importar tanto...

by Leandra

369


“ Antes que Shigure respondesse, Tohru segurou em sua mão fechada, que logo se abriu para entrelaçar os dedos com os dela, e pouco a pouco ao ver o taxi se afastar, parava de tremer. Shigure levou a outra mão sobre o rosto e começou a chorar. Era a segunda fez que chorava na frente de Tohru por causa daquela mulher.”

# Shigure... será que... daquela fez....#

“ Tohru olhou o taxi sumir de vista e voltou seu olhar para o homem ao seu lado. Sem dizer nada, puxou o pela mão para dentro de casa levando-o até a varanda que dava para o jardim, sentando-o no chão.”

- Fique aqui, volto logo.

“ Shigure apertou a mão dela não deixando-a se afastar. Ela olhou o gesto e sorriu triste.”

- Não se preocupe! Eu vou voltar para o seu lado e ficar aqui o tempo que for preciso.

“ Shigure a soltou e apoiou o rosto sobre o braço direito que estava sobre o joelho direito dobrado junto ao corpo.”

# Haa-san... algum dia me perdoará por deixar que ela ficasse ao seu lado?! Haa-as... #

“ Tohru voltou com um chá doce de alfazema, colocando-o na mão do escritor.”

- Isso vai acalmá-lo um pouco!

“ Tentou sorrir como sempre na esperança de acalmá-lo, mas o sorriso era forçado. Estava preocupada, triste e muito confusa. Não conseguia nem imaginar o tipo de relação Shigure tinha com aquela mulher para ter visto o que viu. E tinha medo de saber. Entender aquelas palavras de Kana “ Desde quando Shigure Sohma sabe amar alguém?”. Queria perguntar e ao mesmo tempo não queria saber. No final sabia que não poderia tocar no assunto naquele momento. Mas nem precisou.”

- Tohru...

“ Shigure ainda de cabeça baixa segurando o chá com as duas mãos e olhando-o, começou a falar.”

- Aquela mulher... você sabe quem é não é mesmo?

- Sim...

“ Shigure tomou um gole do chá e pareceu refletir sobre o que ia dizer. Ficou algum tempo em silêncio. Sabia que Tohru viu mais do que deveria e que Kana fez mais do que era direito. Precisa esclarecer tudo de uma vez, não suportaria mais mentiras, mais omissões, mas desconfiança. Se não fosse verdadeiro com Tohru, se não permitisse que ela tocasse sua alma livremente, não seria digno de ser amado de volta.”

- Aquela mulher... é minha ex-namorada. Eu e ela namorávamos escondido quando ela conheceu o Hatori...

“ Tohru prendeu a respiração por um instante. Shigure notou, mas precisava continuar.”

- Preciso contar isso... preciso sempre dizer a verdade para você, ou não serei digno de algum dia poder ser amado em troca... mesmo que isso seja apenas um sonho. Já está na hora dessa história acabar, pra isso, preciso dizer a verdade... para o Haa-san também...

“ Shigure respirou fundo levantando a cabeça e olhando o céu azul sem nuvens, com algumas lágrimas nos olhos.”

- Foi minha culpa o Haa-san ter sofrido tudo aquilo. Eu poderia ter evitado tudo se tivesse contado toda a verdade para ele... mas não pude. Eu nunca tinha visto o Haa-san sorrir daquele jeito antes... mesmo que fosse por alguém como ela... Eu acreditei que se fosse o Haa-san estaria tudo bem, ele com aquele jeito certinho, acabaria ensinando-a a andar na linha. Eu quis acreditar nisso! Eu acreditei no sorriso dela para ele. No final... eu simplesmente havia condenado o meu primo a um sofrimento pra vida toda...

- E-eu... não entendo...

“ Shigure olhou-a por um momento. A garota estava olhando para as mãos tentando organizar as informações que acabara de ouvir. Estava evidentemente confusa. Shigure colocou a xícara de chá ao seu lado e levou a mão sobre o rosto da jovem fazendo-a olhá-lo nos olhos aproximando-se dela.”

- Tohru... o que você disse naquela hora... é o que você realmente acredita? Preciso ouvir de você. Você acredita no meu amor?

by Leandra

368


- Mulher? Que você ama? Conte outra piada Gure, essa não teve graça. Mulher, você diz Mulher? ELA É UMA CRIANÇA. Deve feder a leite ainda, pelo amor de deus, Gure, está tão decadente assim pra precisar de uma criança dessas pra te consolar?

- Kana eu estou avisando, vá embora! Fique longe dela ou não vou me responsabilizar.

- Ora, ameaçando uma mulher grávida, Gure?

- Eu já falei! Se tentar fazer qualquer mal para a mulher que eu amo eu não vou me importar com nada.

“ Tohru estava confusa, seu coração batia tão acelerado em seu peito que doía. Ouvir Shigure chamando-a de mulher e defendendo-a, a deixava tonta. Era possível? Ele não a via como criança? Ele realmente a via como mulher?!”

- Ama?! AMA? DESDE QUANDO SHIGURE SOHMA SABE O QUE É AMOR? DESDE QUANDO SHIGURE SOHMA SABE AMAR ALGUÉM? ALGUÉM INCAPAZ DE DEIXAR AS PESSOAS SE APROXIMAREM, INCAPAZ DE SE MOSTRAR COMO É, INCAPAZ DE SER AMADO. ALGUÉM COMO VOCÊ NÃO SABE AMAR ALGUÉM. VOCÊ SEMPRE FOI UM MONSTRO FRIO SEM CORÇÃ....

Plaft

“ Kana levou a mão no rosto que ardia com o tapa que havia acabado de levar. Shigure soltou o punho dela que ainda segurava, boquiaberto e sem reação com o que acabara de acontecer. Tohru havia saído de trás de Shigure e dado um tapa forte e certeiro no rosto de Kana e agora parada em sua frente bufafa de raiva de cabeça baixa tentando se acalmar.”

- Co-como... como po-pode...

“ Tohru respirou fundo e olhou para ela vermelha de raiva.”

- O ÚNICO MONSTRO AQUI É A SENHORITA!

“ Shigure perdeu a respiração. Diante dele uma Tohru diferente. A menina meiga que sempre sorria para tudo, que tentava de tudo para não haver brigas sempre encontrando um jeito diplomático de resolver tudo. Sempre tímida, sempre meiga, sempre frágil, sempre gentil. Estava agora emanando uma força espiritual sem precedentes. Com um olhar decidido e firme, a raiva e a revolta estampada em seu rosto, e mesmo assim era impossível não achá-la singela.”

# Então é essa a força que sustenta seu coração, minha pequena? Sim... no final das contas, parece que será você quem sempre me salvará ao invés de ser eu a salvá-la. Como pode ser tão meiga com tanta raiva no rosto? Pode ser egoísmo meu, mesmo que não me ame, ver você me defender tão violentamente... estou feliz Tohru! Como nunca tive. Sim, eu te amo. Para você e somente você, minha alma estará aberta. #

- Ora suazinha...

- Eu não sei que relação você tinha com o Shigure. Não sei há quantos anos vocês se conhecem. Mas você não sabe nada... NADA... sobre o Shigure... Ele é uma pessoa maravilhosa, gentil e carinhosa. Que se importa muito com os outros... muitas vezes mais do que com ele mesmo... Alguém igual você que fez o que fez com o Hatori... alguém como você... não deveria ser mãe... a única pessoa que não sabe o que é amar alguém é VOCÊ! Por favor... por favor vá embora!

- SUA...

“ Kana fez menção de bater em Tohru, mas foi agarrada pelo pulso novamente pelo Shigure ainda com mais força. Ela olhou para Shigure pedindo que soltasse que estava machucando, mas ele a olhou com desprezo e tristeza. Tohru colocou de leve sua mão sobre a mão dele que segurava Kana.”

- Vá embora Kana, jamais volte aqui. Fique longe de mim e do Hatori. Tohru está certa. Você é a única de nós que nunca soube o que é amar alguém. Vá embora antes que eu deixe de ouvir a Tohru e resolva dar a você o que merece. Tenho pena do filho que você carrega.

“ Tohru havia tirado a mão de cima da de Shigure, que empurrou o braço de Kana fazendo-a dar alguns passos para trás para não cair. O escritor tremia de raiva, remorso e medo. Tohru ficou olhando para a mão dele que estava do lado do corpo de punho fechado e tremendo, levantou os olhos e viu Kana se afastando em direção ao taxi que esperava mais na frente.”

- NÃO PENSE QUE FICARÁ ASSIM, SHIGURE SOHMA. NÃO VOU DEIXAR QUE CONSIGA AQUILO QUE EU NÃO CONSEGUI. VOU FAZER DA SUA VIDA UM INFERNO. DA SUA E DE TODOS VOCÊS MISERÁVEIS.

by Leandra

367


“ Depois que Kyo saiu, Shigure tomou o café da manhã junto com Tohru, Kisa e Yuki e esperou que os três saíssem para finalmente poder dormir. Mas mal pegou no sono ouviu a campanhia tocar.”

Ding dong

# Droga! O que foi agora? Será que algum dos meninos esqueceu alguma coisa? ... além da chave de casa? #

“Reclamando baixinho por ter sido tirado da cama logo quando finalmente conseguia pegar no sono, Shigure desceu as escadas com as mãos dentro do quimono, até olhar para o kotatsu na sala e ver o bentô de Tohru. Na mesma hora abriu um largo sorriso.”

# Então é a minha Tohru quem volta para casa? #

“ Shigure pegou o embrulho e abriu a porta todo sorridente, mas seu sorriso foi morrendo ao ver a pessoa que lhe esperava na porta com um cínico sorriso.”

- Não pensei que ficaria tão feliz em me ver, Gure!

“ Shigure deixou o embrulho cair no chão. Não sabia o que fazer. Kana estava parada com as mãos acariciando a barriga enquanto sorria pra ele quase diabolicamente.”

- Então... vai deixar uma mulher grávida em pé na sua porta o dia inteiro ou vai me convidar para entrar?

“ Shigure olhou do rosto para a barriga dela.”

... Não fosse um monstro...

“ Shigure estremeceu. Fechou o punho e disse sério, de uma maneira que Kana jamais havia visto.”

- Só não digo para criar raízes aí fora, porque você não é bem vinda nem no meu quintal. Não há nada para você aqui, Kana. Vá embora logo.

- Ora, ora, Gure. Você costumava ser mais gentil quando não havia nada para atrapalhar nosso divertimento...

- Sempre houve algo para atrapalhar. Afinal... EU SOU UM MONSTRO tanto quanto o Hatori!

“ Kana arregalou os olhos por um momento, mas voltou a calma. Não era surpresa que Akito tenha corrido para contar para todos a sua conversinha. Kanã fingiu sentir uma pontada na barriga e encurvou-se fingindo dor. Shigure relutou, mas não poderia simplesmente não prestar socorro, mas quando abaixou para socorrê-la, ela segurou-o pelos ombros tentando beijá-lo. Ele segurou-a pelos punhos afastando-a e andando para trás até encostar na parede ao lado da porta e olhar de relance para frente.”

# Tohru! #

“ Tohru estava parada próxima entrada da casa assistindo a cena de boca aberta bem de perto. Kana percebe imediatamente pela feição de Shigure de quem se tratava.”

# Há! É essa pirralha aí, fedendo a leite que mora com eles? É essa daí que Akito se referiu?! Hahahhaha só pode ser piada. #

“ Kana se solta de Shigure e vira-se para Tohru sorrindo e caminhando até ela.”

- Ora, ora, Gure. Você nunca teve vocação pra ser pai e agora resolveu pegar essa criança para criar? Você sempre foi dado às mulheres mais experientes. Se queria tanto trocar fraldas poderia ter dito, eu posso contratá-lo como babá do meu filho.

“ Kanã chega bem perto de Tohru levando a mão para passar no rosto dela, mas antes que ela pudesse tocá-la, Shigure segura forte o pulso dela afastando-a da jovem, colocando-se em parte, em frente da Tohru.”

- NÃO PENSE QUE ME IMPORTAREI COM A SUA BARRIGA SE TENTAR FAZER MAL COM A MULHER QUE EU AMO!

# Mulher... que você ama.... você disse que a ama? #

by Leandra

25/08/2008

366


Shigure não havia conseguido dormir nada naquela noite. Sem inspiração alguma para escrever, já sabia que teria mais uma semana com a Mi-chan acampada na porta de sua casa, lhe cobrando pela entrega dos capítulos atrasados. Depois tentou procurar algo para ler, e apesar de estar diante da enorme estante cheia de livros, não conseguiu encontrar nenhum que desejasse ler. Restou-lhe procurar alguma coisa para assistir na TV, mas naquela hora da madrugada, não estava passando nada que prestasse.

Quase às 5 da manhã, o possuído havia resolvido ir tentar dormir, entretanto após estar rolando de um lado para o outro no futun ele escuta alguns barulhos vindo da cozinha e já até sabia quem é que estava ali. Após alguns minutos pensando se deveria ou não ir até lá, o possuído se levanta, ajeita o quimono e desce.

-Muito bom dia Shigure.

-Bom dia Tohru. #Pelo visto isso tudo não tirou nem o seu sono e nem seu sorriso logo pela manhã.#

- Pelas suas olheiras deve ter passado a noite escrevendo. Já vou lhe preparar um chá de camomila para que possa ir se deitar um pouco.

Shigure se senta e apóia a cabeça em cima dos braços cruzados sob a mesa, ver que ela estava ainda com o seu mesmo jeitinho de sempre o havia tranqüilizado muito, na realidade, toda aquela inquietude que havia sentindo durante a madrugada era por causa disso. Ficou o tempo todo com uma dúvida em mente, e se a sua declaração acabasse mudando o jeito alegre e espontâneo da garota?

A garota realiza o mesmo ritual de todas as manhãs, preparar o café da manhã deles. Na casa, apenas Kisa já estava de pé também, e agora deveria estar acabando de se arrumar. Tohru não conseguia entender as razões e nem os motivos, mas o fato é que depois daquela breve conversa com o Hatori, ela havia começado a se sentir um pouco mais tranqüila.

-Aqui está.... #o chá....#

O possuído estava dormindo encostado na mesa. Tohru ainda segurando a xícara de chá fica o observando.

#Parece até um menino dormindo desse jeito.#

Ela coloca a xícara na mesa e sentasse ao seu lado, apoiando a sua cabeça na mesa e fica lhe olhando.

#Ele realmente é um homem muito bonito mesmo. Acho que qualquer mulher ficaria feliz de escutar uma declaração como a que ele me fez. O que será que eu fiz para conquistar o coração dele? Como um homem como ele pode amar uma garota tão boba como eu?#

Ao se lembrar do beijo que o possuído havia lhe dado, sente que seu coração estava mais acelerado, e passa a fixar o seu olhar na boca dele.

#Ainda não consigo acreditar que ele me beijou daquele jeito.# “ela coloca os dedos sob os seus próprios lábios” #Será que ele gostou de me beijar?#

Tohru agora toca delicadamente com o dedo nos lábios do possuído e aquele toque a faz com que fique arrepiada e ao mesmo tempo desejando dar mais um beijo nele, tal desejo a faz com que se levante e fique sentada ao lado do possuído.

#O que acabei de pensar? Porque senti essa vontade de beijar o Shigure novamente?#

Ela olha novamente para o rapaz e seu coração bate de uma maneira bem mais inquieta agora.

-Tohru

-AHH. KYO!?

O grito da garota faz com que o rapaz acorde e a encontre sentada ao seu lado.

-Eih, porque se assustou agora, sua lesada?

-Vai ver que ela se assustou com essa sua cara feia logo pela manhã.

-NÃOO?! Eu... Eu.. O que o senhor deseja?

-Avisa aquela professora delinqüente que não estava passando muito bem e por isso eu faltei.

-VAI MATAR AULA?

-E onde o Kyon-kitty irá tão cedo?

-Isso não é da sua conta, seu cão sarnento.

O garoto pega uma torrada da mesa e sai comendo de casa. Tohru ainda estava sentada ao lado do possuído, que agora também estava sentado e passando as mãos nos cabelos.

-Viu como esse ingrato me trata? Ainda bem que eu tenho você e a Kisa-chan para alegrarem o meu dia e que me tratam com tanto carinho e amor.

Ver o mesmo Shigure de sempre na sua frente faz com que o sue coração bate ainda mais acelerado e ela lhe sorri.

by Kyo

24/08/2008

365


O possuído a segura pelos ombros e lhe beija, era um beijo cheio de sentimentos, excitação, amor, desejo, medo, felicidade, ansiedade, paixão, tristeza, e raiva. Estava sentindo muita raiva de si próprio por ser um amaldiçoado naquele momento.

#Por que os milagres não existem? Eu não poderia deixar de ser um possuído pelo menos nesse momento? Como é horrível essa dor. A dor de saber que nunca poderei sentir um abraço da mulher que eu amo.#

Mine quando abre os olhos e vê que o Ayame ainda estava com os dele fechados e que uma pequena lágrima estava saindo do seu olho esquerdo, ela se virá ficando de frente para ele e seca aquela lágrima com o toque de seu dedo.

-Aya-san, a Mine te ama muito.

O possuído abre os olhos, mas agora com muito mais lágrimas, aquela era a primeira vez que alguém lhe dizia que o amava.

-Eu também te amo muito. E juro que irei lhe compensar por tudo.... Desse dia em diante, sempre se lembre que só vivo para lhe fazer feliz.

O possuído se levanta e a puxa junto consigo, a beijando em pé dentro do ofurô. Mine sentia que poderia explodir de tanta felicidade que estava sentindo. Ayame sentia naquele momento tanto desejo quanto ela. Sabia que aquela mulher não o iria rejeitar por ele ser um possuído, mas não achava justo com ela, que a verdade fosse revelada ali, daquela maneira. Queria conversar abertamente com ela, explicar a história toda com calma. Quando não é mais possível ficarem sem respirarem os dois se afastam olhando ofegantes um para o outro.

-Agora a Mine-san será uma boa garota. Termine o seu banho e venha até o meu quarto, tenho uma surpresa para você.

-A Mine sempre fará tudo o que o chefinho quiser.

Ayame lhe beija novamente e depois saí do ofurô indo para o quarto apenas enrolado com a toalha na cintura. Ao ver o que a garota havia lhe preparado ele tem ainda mais certeza de que ela era a pessoa certa para ele.

#Tenho certeza de que um dia ainda iremos rir muito por causa do dia de hoje. Pena que não será uma história que poderemos contar aos nossos filhos.#

O rapaz da um suspiro e fecha a porta. Caminha até uma das gavetas e pega uma tesoura, e depois retorna até a porta e começa a desparafusar a maçaneta da porta do lado de fora do quarto, mas a deixando ainda na porta, depois volta a fechar a porta, trancando-a com a chave do lado de dentro do quarto.

#Espero que a Mine caia nesse truque.#

Ele veste um quimono e se deita na cama.

#Juro que faremos a nossa lua-de-mel no Hawaii e prometo que terá ainda mais velas e flores no nosso quarto.#

Mine acaba de tomar o banho e seca o corpo com uma toalha, passando o creme que ele tanto gostava e volta a vestir o seu quimono. No momento em que ela coloca a mão na maçaneta da porta, a mesma sai em sua mão, e ao empurrar a porta vê que essa está emperrada.

-Aya-san... a maçaneta quebrou...

-Como? Isso não é possível?! Não agora!!.

-E agora o que vamos fazer?

-Temos que chamar um chaveiro

-Mas há essa hora não haverá nenhum aberto.

-E infelizmente esses seres não são dotados de nenhum romantismo, pois eu não possuo nenhum cliente com essa profissão em minha lista.

Mine sente como se um balde de água fria tivesse lhe caído sob a cabeça.

-Então quer dizer que teremos que esperar até amanhã para encontrarmos um chaveiro e vir abrir essa porta.

-Lamentavelmente sim, minha doce e amada dama.

-Nhoo.... E a nossa noite romantica acabará dessa forma.

-Não fique triste. Haverão inumeras noites como essas em nossas vidas, mas essa será a única com uma porta a nos separar.

-Nhoo... Então boa noite, chefinho...

-Boa noite, estarei sonhando contigo

Ayame volta a se deitar na cama, mas não sabia se ria ou se chorava por causa do que havia acabado de fazer.

by Kyo

364


Mine chega em casa com a sensação de uma noiva que acaba de chegar no hotel onde passará a sua lua-de-mel. Seguindo a sua sugestão o Ayame havia ido tomar o banho primeiro e como sabia que o chefinho demorava horas e mais horas dentro do ofurô, teria todo o tempo para arrumar tudo como ela queria.

Primeiro tratou de providenciar centenas de velas, as quais espalhou por todo o quarto do possuído e acendeu uma a uma, deixando que apenas aquelas pequenas luzes iluminassem o ambiente. Seu coração batia muito rápido. Sempre tinha sonhado com um momento como aquele. Na cama espalhou algumas pétalas de rosas vermelhas e foi espalhando entre o caminho da cama até a saída do banheiro.

Para sua sorte, a loja possuía um grande arsenal de todos esses itens para realizar as fantasias românticas de seus clientes.

Após preparar o ambiente, a garota corre para o seu quarto e tira a roupa que estava vestindo, solta os cabelos e trajando apenas um quimono de seda branco com pequenas flores do campo bordadas nas cores, vermelhas, azuis e amarelas. Com o coração batendo ainda mais rápido, ela caminha em direção do banheiro.

#Nhaa.... Se a Uo-chan foi capaz de fazer o que fez com aquele priminho. A Mine também é! Vamos lá Mine... Aposto que o chefinho sempre deve ter tido essa fantasia também.#

Durante alguns minutos a garota fica parada diante da porta do banheiro pensando se deveria realmente fazer aquilo ou não.

#O chefinho também ama a Mine.#

Ela entra sem bater na porta. Ayame estava dentro do ofurô, que cabia tranqüilamente umas seis pessoas, com a cabeça inclinada para trás e com os olhos fechados, mas em seus lábios havia um lindo sorriso.

-Posso esfregar as suas costas, Aya-san...

-MINE....

Ayame trata de colocar as mãos nas jóias da família como ele sempre disse. A garota fica um pouco surpresa, não espera por aquela reação tão tímida dele. E tentando criar um clima ela se aproxima, mas se mantendo do lado de fora do ofurô e começa a esfregar as suas costas.

#O que faço agora? Eu ainda não a preparei para contar a verdade sobre a maldição. Não posso chegar no mesmo dia que lhe disse que a amou também falar que sou um possuído.#

Ayame sente a respiração quente da garota em seu pescoço e o toque de suas mãos cheias de espumas fazendo movimentos circulares em suas costas. E apesar daquela não ser a primeira vez que o possuído estava com uma mulher ele estava muito mais nervoso do que na primeira vez.

#Credo, estou pior do que quando tinha os meus quinze aninhos.... O que a Mine deve estar pensando desse meu comportamento?#

#Nunca imaginei que o chefinho fosse tão tímido assim.#

#Preciso pensar em algo e rápido. Se ela entrar dentro desse ofurô será difícil que não tente me abraçar.#

#Porque o chefinho não fala para eu entrar também? Será que está esperando que eu tome essa atitude?#

-Mine-chan...

-Sim, chefinho, eu entro...

Ayame não tem nem tempo de pensar, em segundos a garota estava abrindo lentamente o seu quimono revelando assim aquele corpo que ele sempre desejou conhecer. Ela era ainda mais perfeita do que tinha imaginado. Por mais envergonhada que estava, ela tentava não demonstrar, imaginando que isso o deixaria ainda mais tímido.

#Eu deveria ter pedido para o meu amado irmãozinho vir dormir aqui essa noite.#

-Aya-san, será que poderia esfregar as minhas costas agora?

-Ahn?? Ah... Sim... Claro... Deixe esse podre homem que está completamente sem reação e perdido diante de um ser tão divino como você, esfregar as costas desse ser tão perfeito.

Ela fica feliz com aquelas palavras, parecia que o clima estava crescendo entre eles. Ela fica de costas e puxa as pontas dos cabelos que já estavam molhadas para frente revelando assim a sua nuca. Ayame fica ainda mais excitado com aquela imagem, sendo impossível não se aproximar para lhe beijar suavemente. Mine solta um pequeno gemido de prazer, ao sentir os lábios do rapaz em sua nuca, e virá a cabeça para procurar pelos seus lábios.

by Kyo