06/09/2008

384


-Mas do que está falando? Não estou dificultando nada.

Arisa puxa a sua mão, mas o possuído não a solta e segura ainda com mais força e lhe olha diretamente nos olhos, e a faz dar alguns passos para trás se encostando no carro que estava estacionado na frente do dele, e fica parado na sua frente. Uma enorme ansiedade começava a tomar conta da garota, ver aquele rosto tão próximo ao dela e não poder beija-lo estava parecendo que era uma tortura. Hatori fica por alguns segundos parado e olhando diretamente para a boca da jovem, até que desvia o olhar e deixa o rosto ainda mais sério do que estava.

#Mas que droga. Porque não me beija logo?#

#O que foi Hatori? Que rosto é esse?# -Err.... Hatori??!.

O médico volta a lhe olhar estava ainda mais irritado. Não estava de fato irritado com ela, mas sim com ele. Queria falar o que estava sentindo por ela, mas tinha vergonha. Não sabia como a garota iria reagir. Ela não parecia aquele tipo de garota que fica o dia todo pensando em romances. Ela era uma mulher decidida, e muito mais madura do que ele. Ele segura o rosto dela com as duas mãos aproximando ainda mais o seu lábio do dele.

-Porque não me beija, sua garota barulhenta?

Arisa abre ainda mais os olhos, queria se beliscar para ter certeza de que não estava sonhando. Tudo aquilo parecia ser um sonho. O olhar do médico a fez se lembrar do seu olhar para ela, no dia anterior quando a tinha visto chorar, e ao se lembrar naquele beijo que ele lhe deu, a garota o segura pelo terno e puxando a sua boca ao encontro da dela.

#Certamente ela me achará um idiota. Pois é assim que estou me sentindo.#

A garota o beijava sentindo uma imensa felicidade dentro de si. Ela já tinha se conformado com o que a Kagura havia lhe dito na noite anterior de que a Tohru era mais do tipo de garota que o médico gostava. Mas agora ele estava ali, com a boca grudada na dela, recebendo o beijo que ele mesmo havia pedido.

O desejo de ambos era de que aquele beijo nunca mais terminasse, e a Arisa podia sentir a força com o qual batia o coração dele ao segurar o terno na altura do seu peito. Quando são obrigados a terminarem aquele beijo, Hatori abre os olhos, mas ainda segurando no rosto da garota, fala em seu ouvido.

-Só vou te falar dessa vez. Por isso escute muito bem. Eu não quero te perder.

-Hatori....

-Escuta! Sei que isso é estranho. Sei que tudo aconteceu de uma forma inesperada, mas eu tenho certeza de que preciso de alguém como você ao meu lado. Preciso de uma garota barulhenta com você em minha vida.

O possuído levanta a cabeça e olha para a garota. Arisa estava com os olhos fechados tentando não deixar que aquelas lágrimas saíssem, mas algumas lágrimas estavam escapando. Ao sentir o toque dos lábios do Hatori em sua testa, ela abaixa a cabeça e a apóia em seu peito e aperta ainda mais as mãos em seu terno.

-Mas e a Tohru?

-Do mesmo jeito que descobri que comecei a gostar de você, ela irá perceber que já está gostando do Shigure.

-Quando foi que começou a gostar de mim?

-Ao te ver chorando ontem.

...Nossa, adoraria ter um amor como a Borboleta teve. Cara, isso sim que é amor. O cara do nada vem e te convida para comer e já estava apaixonado porque te viu chorando. Juro, eu choro todos os dias e isso ainda não me aconteceu...

Ao se lembra daquela conversa que teve com a Tohru no inverno daquele ano ao contar a história dos seus pais, Arisa sente que seu coração está cheio de medo e insegurança. Ela desliza as mãos até o pescoço do possuído e o aperta um pouco enquanto fala olhando no fundo dos seus olhos.

-Juro que te mato se morrer antes de mim, dragãozinho!

-Um dragãozinho ao final de uma ameaça de morte não a deixa ameaçadora.

Hatori volta a segurar na mão da garota a puxando pela rua.

-Estou falando sério. Eu faço você viver novamente e te mato com as minhas próprias mãos.

-Com a determinação que tem não duvido que me faça viver só para me matar depois.

-E juro que farei com que sofra muito até morrer.

-Também não duvido disso. Afinal você é uma ex-delinqüente.

Arisa olha as costas do médico e sente que seu coração ainda estava cheio de medo e de insegurança, mas ao mesmo tempo havia um sentimento de felicidade dentro dele.

by Kyo

383


Ele passa o braço pelos ombros do Hatori e lhe olha ainda mais sorridente.

-Então vou fazer o que espero que a Arisa faça.............. Haa-san você está gostando da Arisa Uotani!

-Não seja idiota, Shigure!

-AHAHHAHAHHA.... Espero que a resposta da Tohru não seja essa. Mas pense bem e verá que é verdade.

-Eu gostando de uma garota como ela? Não.... não...

O médico vai abaixando aos poucos a cabeça e sente que o seu coração estava mais acelerado, agora tudo estava fazendo sentindo, o fato dele não se sentir mal por ver que talvez a Tohru estivesse gostando do Shigure, as inúmeras vezes que sentiu raiva da garota por vê-la abraçando os outros possuídos, o medo que sentiu ao imaginar que ela fosse uma amante do primo, tudo aquilo era uma clara demonstração de ciúmes.

#Mas quando foi que isso começou a acontecer?#

O som das risadas das duas garotas vem da cozinha e Hatori se lembra da Arisa chorando na sua frente com medo de ter magoado alguma vez a Tohru.

-Pode deixar que volto rapidinho.

Arisa sai da cozinha e encontra o Shigure ainda com os braços nos ombros do Hatori e o médico com a cabeça baixa.

-Onde está indo, Uo-chan?

-A Tohru-chan está precisando de algumas coisas do mercado, e vou buscar essas coisas para ela, para justificar o rango que vou comer aqui... ahahahah

-Eu te levo de carro.

Hatori levanta a cabeça, mas não olha nos olhos da garota, e ao se virar para caminhar em direção a porta dá um tapinha de leve nas costas do escritor.

-Obrigado. Vamos Arisa.

-Tá...

A garota o acompanha sem entender o motivo do sorriso do escritor e porque ele estava fazendo aquele sinal de “ok” para ela.

-Eih, acho que o soco que deu no escritor deve ter o deixado um pouco mais bobo do que já é.

Hatori nada lhe responde e lhe abre a porta do carro para que ela entre.

#Ele pode ser até bobo, mas entende algumas coisas melhor do que eu.#

-Valeu pela carona.

-Assim será mais rápido.

Hatori começa a sair com o carro e a garota fica o observando. Durante o tempo que ele esteve conversando com o escritor fora da casa, a Tohru contou tudo o que havia acontecido e qual tinha sido a relação da Kana com o Shigure.

#Um tapa apenas foi muito pouco naquela vagabunda. A minha vontade é de esperar ela sair da maternidade e dá a surra que ela merece..... Eles não têm nada de monstro.#

-Por que está me olhando?

-Err... Nada....

Arisa vira o rosto e passa a olhar a rua, achava melhor não tocar naquele assunto com o possuído, ficando em silêncio até chegarem no mercado. O médico estaciona o carro ficando com as mãos no volante e olhando para frente.

#Não consegui pensar em nada. Como vou contar o que sinto para essa garota barulhenta?#

-Vou lá pegar as coisas e já volto.

A garota estava abrindo a porta do carro quando sente a mão do médico segurando na dela.

-Espera que eu abro a porta.

-Ahahahha.... Não precisa. Pode ficar aqui.

-Eu vou com você.

O coração da garota estava batendo no mesmo ritmo que batia quando ela estava ganhando uma briga com uma rival difícil, parecia que aquele espaço interno era muito pequeno perto da felicidade que estava sentindo. O médico abre a porta e ela sai do carro, caminhando um pouco mais à frente, sem falar nada, o possuído segura em sua mão e começa a caminhar ficando a sua frente. Arisa olha espantada para a mão dele que segurava na dela.

-Err... eihh.... Eu não vou me perder. Pode soltar a minha mão.

Hatori pára de andar e dá um suspiro antes de falar.

-Sou eu que não quero te perder.

-Ahn?? AHHH.... Tá com medo de que alguma fulana se esbarre em você.

O médico se vira e lhe olha um pouco mais sério do que estava antes.

-Porque tem que dificultar as coisas justamente agora?

by Kyo

382


-Pronto. Estão aí e inteiros...

Arisa fala sem se mexer do sofá enquanto que a Tohru se levanta e se aproxima do Shigure, mas quando a garota olha para o Hatori, acaba encontrando o seu olhar para ela. Rapidamente ela passa a olhar para o Shigure e a Tohru, mas o médico nota que a sua face havia ficado um pouco corada.

-Você contou toda a verdade para o Hatori?

-Contei sim Tohru-chan.

-Hatori, não sinta raiva do Shigure. Ele foi tão enganado pela Kana quanto você foi...

-Não se preocupe com isso. E me desculpe por haver lhe deixado tão preocupada.

Tohru sorri para o médico, estava muito aliviada por ver que os primos haviam se acertado. Ela se lembra dos socos dados pelo médico e se aproxima ainda mais do escritor para ver se havia algum ferimento. Hatori fica os observando.

# Ele foi capaz de abrir mão do que sentia pela Kana pensando na minha felicidade. Talvez ele precise muito mais de uma garota como ela ao lado dele. E eu acho que ela está gostando dele também....#

Hatori abaixa um pouco a cabeça.

#Mas porque será que isso não está me incomodando tanto? Há um tempo atrás eu não gostava de ver os dois juntos.#

Ele olha em direção do sofá e vê que a garota estava ainda sentada e olhava pela janela e dá um leve sorriso, não imaginava que voltaria a ver aquela garota tão cedo. E ao ver-la ali tão perto dele, o deixou feliz. Sentia uma enorme vontade se sentar ao seu lado, mas não encontrava uma justificativa para isso.

BAMM

Kyo entrava na casa ainda mais nervoso e com a cara fechada que o normal.

-Ora... Ora.... Quer dizer que o Tom não foi ao colégio hoje também?

-Pensa que é a única que pode matar aula? E porque diabos está me chamando de Tom?


-BUU.... “Arisa que já estava de pé e bem perto dele lhe dá um sorriso bem maquiavélico e lhe abraça ficando com o gato laranja em seus braços”. .... ahahaha.... Eu já tinha falado que você e o príncipe pareciam o Tom e Jerry.... ahaha

-MAS? MAS COMO FOI QUE DESCOBRIU?

Imediatamente o gato olha para o Hatori, e já percebe como tinha sido.

Hatori desvia o seu olhar do gato que estava no colo da garota para a própria e começa a falar num tom de voz mais sério, mas não nervoso.

-Você pretende abraçar a cada um dos possuídos agora?

-Hihihihihi

Shigure coloca a mão na boca para abafar a sua risadinha e olha para a Arisa. A garota estava com a boca aberta, mas não sabia o que lhe respondia, estava um pouco confusa pensando se realmente aquela reação do médico era o que ela estava pensando ou não. Hatori passa a mão na sua franja ainda olhando para ela esperando de uma resposta e a jovem não desviava o seu olhar do dele.

-Eih Arisa, dá pra me colocar no chão? Eu não sou um animal de estimação, não.

Arisa deixa de olhar para o médico e coloca o Kyo no sofá.

-Ahahahahh.... Até nessa forma cê não consegue ser nem um pouco meigo. Mas a sua briga com o príncipe é por causa dele ser o rato?

-É claro que não. Se fosse assim eu não moraria aqui com o Shigure. E Tohru, vou estar lá no telhado, me chama na hora de comer.

Kyo sobe as escadas levando apenas a sua calça na boca.

-Sim.. Vou começar a preparar algo para comermos. Uo-chan, já que não foi ao colégio também espera o Yuki-kun chegar para pegar a matéria de hoje.

-Hehehe... a gente pode copiar até a tarefa dele.... hehehe

As duas garotas vão para a cozinha e o Shigure se aproxima do Hatori.

-Eih Haa-san....

-Shigure, já percebeu que a Tohru talvez esteja gostando de você?

O coração do escritor bate mais forte, era fato que a garota tinha passado a manhã toda ao lado dele, e que ela havia o defendido, mas ela era o tipo de pessoa que faria isso por qualquer um.

-Ela está te olhando de uma maneira diferente da que ela olha para todos os outros. Espero que aquela garota barulhenta tenha percebido isso também e que converse com a Tohru.

-Humm.... Diz isso por achar que a Tohru não consiga entender os sentimentos dela por mim?

-Exato.

by Kyo

05/09/2008

381


-Na verdade eu não era o AMANTE.... Eu era o NAMORADO da Kana antes dela te conhecer. A gente namorou por um tempo às escondidas. Não sabia o que estava acontecendo entre vocês depois que ela começou a trabalhar com você. Mas de repente você me contou que estavam namorando e eu vi o quanto que você estava apaixonado por ela. Naquele mesmo dia ela veio me procurar, eu fui tirar satisfações com ela, lhe perguntei desde quando ela enganava a nós dois? Desde quando você era o oficial e eu o amante? E foi naquele dia que eu vi quem era realmente a Kana e que eu gostava muito dela, apesar de nunca ter lhe dito o “eu te amo” que ela sempre desejo. Ela sugeriu para continuarmos juntos e traindo você. E é claro que eu recusei.

-Mas você disse que gostava dela.

-Sim. Gostava muito dela, apesar de hoje ver que aquilo não era amor, mas eu gostava dela. E por gostar dela, achei que o Haa-san seria o único que poderia a salvar. Acreditei que o seu amor iria modificar aquela garota.

-E porque não me contou?

-Nunca tinha te visto com aquele sorriso que tinha naquele dia. Você estava muito apaixonado por ela. E ela parecia que também estava gostando de você. Não tive coragem de acabar com a sua felicidade. Decidi abrir mão dela, e comecei a torcer pela felicidade de vocês. Mas naquele dia que Akito-san te feriu, eu senti como se eu mesmo tivesse lhe ferido. E depois vendo o seu sofrimento por ter que apagar a memória dela, eu me senti ainda mais culpado.

-Sem saber eu apaguei as memórias que ela tinha com você também.

-Sim. Mas eu sempre achei que esse tinha sido uma punição muito baixa por não ter lhe contado a verd......

Hatori olha para o Shigure, que havia parado de falar e estava com os olhos fixos num ponto qualquer a sua frente.

-.... será que foi por isso? Será que Akito-san descobriu que a Kana enganava a nós dois e por isso não permitiu o seu casamento?

-Isso não faz a menor diferença agora. Durante muitos anos sofri por causa de tudo o que aconteceu, mas agora vejo que foi muito melhor não ter me casado com a Kana. Ela se revelou que não era nem de perto a pessoa por quem eu estava apaixonado. Mas porque que ela veio te procurar hoje?

-Eu não sei. De repente vi aquela mulher parada na minha frente e..... “Shigure se recorda da tentativa dela lhe beijar” ... e a Tohru chegou nesse momento, ela tinha esquecido o bento dela. Quando eu contei para a Kana que a Tohru é a mulher por quem estou apaixonada, ela começou a falar que eu era o monstro mais frio e insensível de todos e foi aí que a Tohru acabou perdendo a calma.....

-E ela te defendeu dando um tapa na Kana....

Hatori volta a olhar para o Shigure, por mais que o escritor quisesse, não estava conseguindo tirar de seu rosto aquela felicidade que estava sentindo pelo fato.

#Ele realmente ama muito a Tohru. Mas que esse tapa tem mais o jeito da Arisa isso tem!#

Ao se lembrar que a garota estava lá dentro da casa, o médico sente um pouco de ansiedade.

-Acho melhor a gente entrar. A Tohru pode estar nervosa, imaginando que ainda estamos brigando.

-Mas você não me disse que me perdoa.

-Não tenho nada do que lhe perdoar. Quando escutei a conversa de Akito-san e do Ayame, imaginei uma outra coisa. Na verdade, quem deveria pedir perdão sou eu. Nunca deveria ter imaginado que você seria capaz de trair a nossa amizade. E vamos entrar.

Hatori saí caminhando na frente de Shigure e quando entram na casa encontram as duas garotas sentadas no sofá. Tohru parecia realmente muito aflita e segurava as suas mãos na altura do peito e Arisa estava com a mão em sua cabeça, lhe acariciando os cabelos, para que ela se acalmasse um pouco.

-Pronto. Estão aí e inteiros...

by Kyo

380


Tohru fecha o tanque e o enche de água.

-Uo-chan, é melhor a gente deixar eles a sós para conversarem.

-Tá. “Arisa literalmente joga o médico dentro do tanque” – Duvido muito que nessas formas eles irão sair na porrada.

-Shigure eu vou deixar as roupas de vocês ali no canto, e, por favor, conte tudo o que me contou a pouco para o Hatori.

O escritor confirma que sim com a cabeça e espera com que as garotas saem para se aproximar do tanque, ficando de pé nas patas traseiras e com as patas dianteiras apoiadas na beirada do tanque. O médico se mantinha no fundo, segurando com a cauda a tampa do ralo do tanque.

-Haa-san... Me perdoe. Eu deveria ter te contado antes. Você está me escutando daí?...... Acho melhor esperar que volte ao normal, não sei se está me escutando....

-Sim... Espera a gente voltar ao normal para eu poder quebrar ainda mais a sua cara.

Shigure sabia que até merecia aqueles socos, mas a idéia de sentir dor não lhe pareceu nem um pouco atrativa. Hatori estava agora nadando na superfície da água. Nunca tinha se sentido tão complexado como naquele momento, e podia ainda sentir o calor e a pressão da mão da Arisa por todo o seu pequeno corpo de 8 centímetros.

-Aquela garota barulhenta também vai me pagar. É uma pena que ela não seja a minha paciente, iria errar na hora das injeções muito mais do que erro em você. Será que ela não se cansa de me humilhar? Maldita hora que o possuído pelo dragão se transformou nessa coisa patética.

-Err..... #Pelo visto ele transferiu a raiva que estava sentindo de mim para a Arisa# - Haa-san....

Hatori ao escutar o som da voz do primo, pára de falar e lhe olha.

-Por que ela está aqui na sua casa a essa hora?

-A Kana veio aqui em casa, e ela viu e escutou a nossa conversa...... E quis ficar do meu lado.

-E porque ela quis ficar do seu lado? Desde quando vocês ficaram tão amigos assim?

-E porque ela quis ficar do seu lado? Desde quando vocês ficaram tão amigos assim?

-Haa-san, ela me conhece muito mais do que eu mesmo me conheço. Ela teve coragem de até levantar a mão contra a Kana para me defender. Eu não sei o que a Kana te contou.....

-ELA BATEU NA KANA? ELA TE DEFENDEU POR NADA? É LÓGICO QUE ELA FEZ ISSO PORQUE GOSTA DE VOCÊ! E DEPOIS A TOHRU FALA QUE EU SOU INJUSTO?!!

-Ahn??!! “Shigure abaixa as duas orelhas”

-APOSTO QUE A TOHRU NÃO SABE QUE VOCÊS SÃO AMANTES. ELA NEM IMAGINA O TIPO DE AMIGA QUE TEM.

-Haa-san.... quem bateu na Kana foi a Tohru....

-A Tohru? Mas, mas a gente tava falando da Arisa!

-Não. Eu estava falando da Tohru.

-Mas eu te perguntei da Arisa.... “O médico volta a se enfiar embaixo da água de tão envergonhado que estava”

#O Haa-san está com ciúmes da Arisa. Na verdade ele está é morrendo de ciúmes da garota... hehehe#

-Eih Haa-san.... Por um acaso....

BOUNFFF

O possuído pelo cachorro é o primeiro a voltar ao normal. E vai até o canto onde a Tohru havia deixado a roupa deles, e no momento que estava terminando de vestir o quimono escuta o primo também voltando ao normal e atira as roupas para o médico. Ele fica parado encostado na parede e em silêncio enquanto o primo se vestia.

#Não vou poder fugir para sempre. Tenho que contar a verdade para o Haa-san. A Kana deve ter contado muitas mentiras para ele.#

-Haa-san, podemos conversar com calma, agora? Você precisa saber o que de fato aconteceu. A Kana deve ter te contado um monte de mentiras.

-Não foi a Kana que me contou. Na verdade eu escutei uma conversa do Akito-san e do Ayame.

Hatori se encosta-se à parede ficando ao lado do Shigure.

-O que? Mas como eles ficaram sabendo? Eu nunca contei a ninguém o que tinha acontecido entre a Kana e eu.

Hatori olha para o Shigure, mas já não tinha aquele olhar de raiva de poucos minutos atrás.

-Então vocês tiveram um caso realmente? Vocês foram amantes!

by Kyo

379


Sem ter se dado conta Arisa estava parada a umas três casas vizinhas a trilha que levava para a casa do escritor. Com estava matando a aula daquela segunda, começou a caminhar sem prestar muita atenção nos caminhos que estava pegando.

#Mas o que estou fazendo aqui?#

Ela vê que um carro entra com um pouco mais de velocidade pela trilha e assim que reconhece o motorista sente que seu coração estava batendo mais forte.

#Tenho certeza que é o Hatori!#

A garota começa a correr pegando também a trilha.

O barulho da freiada do carro na frente da casa assusta a Tohru que acaba dando um gritinho e acorda o Shigure que dormia com a cabeça encostada em seu colo. Os dois ainda estavam na varanda da casa. Assim que sai do carro e vê a cena, o sangue do médico corre mais rápido em suas veias e ele avança em direção dos dois.

-Muito bom dia Hato....

-Levante-se!

O médico o segura pela gola do quimono levantando-o do colo da garota. Tohru também fica de pé e sem entender aquela reação do Hatori. Shigure percebe o quanto que o primo estava transtornado e vê que aquela raiva que estava em seu olhar só poderia ter sido causada por uma pessoa.

-A Kana te contou?!

-SEU TRAIDOR!!

Ao escutar o nome da ex-namorada Hatori acaba perdendo de vez a pouco calma que tinha e acerta um soco no rosto do escritor, Shigure cai aos pés da Tohru e fica olhando para o primo. Era evidente que ele estava sabendo de tudo.

-LEVANTE-SE SHIGURE. VOCÊ SABIA QUE EU A AMAVA!

O rapaz novamente volta a ergue o escritor pelo quimono e fica o sacudindo pela roupa, Shigure não conseguia olhar nos olhos do primo e se mantém olhando para o chão, imaginava que a Kana teria lhe contado as piores coisas, e que poderia ainda ter inventado outras mais sobre o namoro dos dois.

-VOCÊ SABIA QUE ELA ERA MINHA NAMORADA E MESMO ASSIM...

-NÃOO..... ELE NÃO SABIA....

Hatori olha para a Tohru que estava parada há apenas alguns passos dos dois e que chorava muito de tão assustada que estava com a briga.

-ELE SABIA! ELE FOI O PRIMEIRO PARA QUEM CONTEI QUE ESTAVA NAMORANDO A KANA. E MESMO ASSIM FOI AMANTE DELA.....

Hatori dá um outro soco, mas dessa vez no estômago do escritor que completamente sem ar, dá alguns passos para trás e acabando caindo em cima da garota e se transformar. Tohru se ajoelha no chão e abraça o escritor, deixando o seu pelo todo molhado com as suas lágrimas.

-Ele não sabia... O Shigure sofreu muito mais do que você...

Aquelas palavras que foram ditas entre os soluços de seu choro e que havia saído tão fraca foram escutas apenas pelo Shigure, que podia sentir a força que o coração da garota estava batendo de tão próximo que os seus corpos estavam.

-É melhor ficar na sua outra forma também.

Hatori ao escutar aquela voz que vinha por de trás, nem teve tempo de se virar para confirmar quem era a sua dona.

BOUNFFF

-Uo-chan?!

Arisa se abaixa e pega o pequeno cavalo marinho em suas mãos.

-É melhor joga-lo no tanque com água fria para ele se acalmar um pouco. Onde é, Tohru-chan?

-O QUE TÁ FAZENDO AQUI SUA GAROTA BARULHENTA?? VAI ME DIZER QUE É AMANTE DELE TAMBÉM?

Ao escutar aquilo o sangue da garota ferve e ela aperta um pouco mais as mãos, mas se segurando muito mais para mão perder a calma e acabar esmagando o médico como era a sua vontade.

-HATORI, VOCÊ ESTÁ SENDO MUITO INJUSTO!

Arisa olha espantada para a amiga, nunca tinha a visto gritar com ninguém. Não parecia que era a mesma pessoa, ela olha para o médico em suas mãos e vê que ele estava tão espantado quanto ela. Tohru solta o Shigure dos seus braços e começa a caminhar em direção à parte de trás da casa, onde ficava a lavanderia. Shigure acompanha as duas garotas, mas ficando por último. Seu coração estava batendo muito acelerado, não só por causa da briga, mas também por ver a Tohru o defendendo e por saber que ela entendia a sua dor e sofrimento.

by Kyo