23/08/2008

363


-Acha mesmo? Você conseguiria namorar o Tori-nii?

Aquela pergunta a pega uma pouco de surpresa e a Arisa estica as duas pernas e coloca os braços atrás da cabeça para disfarçar. Na verdade, ela nunca tinha pensado em namorar ninguém, todo aquele mundo romântico sempre lhe pareceu que nunca faria parte de sua vida. E agora, ao escutar aquela pergunta, sentia que o seu coração estava mais acelerado.

-Acho que a Tohru-chan poderá lhe ajudar nesse ponto muito mais do que eu.

-A Tohru-chan porque?

-Porque o Shigure está apaixonado por ela.

-O Gure-nii?? E a Tohru-chan está gostando dele também?

-Isso ela ainda não descobriu. Acho que ela não sabe se gosta do Shigure ou do Hatori.

-Mas ela faz mais o tipo do Tori-nii.

-É... Pode ser...

Kagura percebe que o tom de voz da Arisa havia ficado um pouco desanimado, mas a garota não nota que a possuída estava olhando para ela. A jovem estava com o olhar fixo num ponto imaginário no teto.

#Acho que não deveria ter feito esse comentário# -Arisa.... O que você faria se tivesse no meu lugar?

-Eu contaria toda a verdade para ele. Não acredito que um relacionamento possa ir a diante quando se está mentindo. Isso é claro, se você ainda quiser namorar esse carinha aí. Se não, termina e nem precisa magoar ele com isso.

Kagura se mantém calada olhando para a Arisa, que tinha deixado de olhar para o teto para responder a garota.

-Mas antes pergunte a você mesma com quem quer ficar.

-Obrigada, Arisa-chan.

-E agora, vamos embora pra cozinha, estou morta de fome. E acho que você também. Afinal passamos a tarde fazendo algo que tira o fôlego e dá muita fome depois.... ahahahahhaha...

-Arisa-chan, você não se assustou quando descobriu a maldição do Tori-nii?

Kagura a perguntava enquanto que as duas caminhavam para a cozinha.

-Que nada. Morri de rir isso sim. E amanhã vou me divertir ainda mais com a cara dos seus outros priminhos.... Ahahahahahahah.... Vou chamá-los de TOM e JERRY.... AHAHAHHAHA.... Tenho que arrumar também apelidos para o Momiji-kun e o Haru-kun... ahahahhah....

#Será que o Nii-san também reagiria dessa maneira se descobrisse a verdade? Eu nem consigo imaginar como seria a reação dele.#

-Eih... E cê fica bonitinha também na outra forma? Por um acaso se transforma num javali cor-de-rosa?

-AHAHAHAHHAHAH..... De onde tirou essa idéia? “Era a primeira vez que a Kagura estava rindo por causa da sua maldição”.

-Ah sei lá!?. Depois que se vê um cavalo marinho de 8 cm como o representante do espírito do dragão, pode-se esperar de tudo.

Kagura fica lhe contando mais detalhes sobre os possuídos e também sobre a história de cada um, e num determinado momento ela começa a contar tudo o que havia acontecido com o Hatori e a Kana.

by Kyo

362


-Me desculpe por chorar assim na sua frente.

-Deixa disso. O que aconteceu?

Arisa a ajuda se levantar do chão, e elas vão para o quarto da possuída. Ela percebia que havia algo que estava deixando aquela garota apreensiva, e aquele convite para que dormisse em seu apartamento, só fizeram com que ela tivesse certeza de que havia algo de errado.

Kagura se deitou de lado na cama e continuou a chorar, Arisa ainda não se sentia a vontade para se sentar na cama da garota e fica sentada no chão olhando para ela sem falar nada, até que a garota se acalme.

-..... Arisa..... Você e o Tori-nii...... fizeram, né?

-Se está perguntando se eu transei com o seu primo, a resposta é sim.

Kagura depois daquela resposta tão direta e clara, fica mais a vontade para conversar e se senta na cama com as pernas dobradas e abraçando uma das almofadas. Arisa se mantém ainda mesma posição, estava com a perna direita esticada e a esquerda dobrada onde apoiava o cotovelo esquerdo e segurava o franja.

-.... E porque você quis fazer isso, com um homem que tinha acabado de conhecer?

-Porque fiquei com vontade. Um homem como aquele nu na minha frente e você queria o que?

Ao escutar aquilo, Kagura arregala os olhos e fica com a boca aberta antes de começar a gaguejar.

-Ahnn?? Nu?... Nu?? Pelado???

-Eu acabei descobrindo sem querer o lance das transformações de vocês.

-O QUEEEE????

-Já sei que você também é a possuída pelo espírito do porco.

-Err.... Eu me transformo em um javali.....

-Que seja! Já sei que não podem ser abraçados por alguém do sexo oposto. “Arisa a olha agora como se tivesse descoberto o X da questão” –Ahhhh, então é isso?! Quer dicas por causa do seu namorado. Não quer que ele saiba, né? Foi por isso que me convidou para dormir aqui. Mas não precisa fazer esse drama todo, só porque está com vontade de transar com o seu namorado.

Kagura abaixa a cabeça se sentindo um pouco envergonhada.

-Eu queria conversar sobre outra coisa na verdade...... Eu e o Kyo..... Bem..... A gente..... Nós tivemos a nossa primeira vez juntos.....

-Ahhh.... Já entendi!! Você não sabe como vai contar para o seu namorado que não é mais uma virgenzinha?!! Mas nem esquenta... Você não foi a primeira e nem será a última que dormiu com um primo. Tenho certeza que o carinha aí não vai ficar bolado com uma coisa que aconteceu há tanto tempo atrás.

Kagura agora fica roxa de vergonha e abaixa ainda mais a cabeça.

-Na verdade.... Foi há algumas horas atrás!

Arisa que até então estava passando a mão entre os cabelos pára na hora com o movimento e fica olhando espantada para a garota sentada na cama.

-Que?

-O Kyo e eu fizemos isso hoje à tarde, na hora que estávamos indo para o templo.

# hehehe...Quer dizer que o Kyon-Kyon era virgem ainda!# -Tá! Acho que finalmente peguei o lance por causa desse chororó todo. Está com medo de ter ficado grávida?!

-Não foi por isso também.... A gente tomou os devidos cuidados....

-Que merda... Não acerto uma?! Então porque está com essa cara? Vai me dizer que ficou arrependida?

-Não. Eu sempre sonhei que a minha primeira vez fosse com o Kyo.

-Mas não imaginou se seria com você namorando um outro cara.

Kagura volta a ficar com os olhos cheios de lágrimas e confirma que sim com a cabeça.

-Puxa, finalmente acertei o problema.

-Eu sempre fui apaixonada pelo Kyo, desde criança, e ele nunca demonstrou que gostava de mim. Na verdade, acho que começou a gostar só quando eu comecei a namorar o Kunimitsu.... E hoje foi a primeira vez que ficamos juntos. E ele me disse que me ama.

-E agora não sabe mais o que fazer?

-Eu sei que existe mais chance dos relacionamentos entre os possuídos darem certo do que se tivermos com uma pessoa normal....

-Isso é papo furado. Vi muito bem como dá para se relacionar com um de vocês e mesmo assim ter muita diversão.

by Kyo

361


Kunimitsu havia passado o domingo todo muito ansioso. Sabia que aquela era a primeira vez que a Kagura e o Kyo estariam juntos e longe dele, após o garoto haver tomado conhecimento do namoro dele. Mantinha-se em silêncio para poder escutar o barulho da porta do apartamento da frente quando a garota chegasse. Havia preparado um jantar a luz de vela, e queria ter uma noite bem romântica com a garota quando essa chegasse.

Eles já tinham feito planos para aquele final de semana, Kunimitsu ia a levar para conhecer todos os seus lugares favoritos na cidade e saber quais eram os dela, mas a Kagura acabou cancelando os passeios do domingo para ir até a casa dos lagos dos Sohmas. Não havia conseguido falar para a Kisa que ela não poderia ir.

O discípulo tinha a inteira consciência de que ele era a parte apaixonada naquele romance, e não era segredo algum o fato da Kagura ter sido durante a sua vida toda apaixonada pelo Kyo. Ele sabia que aquele relacionamento era ainda muito frágil, tão sensível quanto uma pequena plantinha que está começando a crescer em pelo inverno.

Assim que escuta o barulho da chave na porta, ele correu para abrir a porta de seu apartamento.

-KAA-CHAN, QUE BOM Que chegou.....

-Olá Nii-san. Essa é a Arisa Uotani, uma nova amiga minha. Arisa, esse é o Kunimitsu.... o meu namorado.

#Ufa... ela ainda me considera como sendo o seu namorado.# -Muito prazer senhorita.

-Prazer.

-Você fez uma boa viagem Kaa-chan?

-Sim. A Arisa também estava lá na casa. Ela é amiga da Tohru, e estuda na mesma classe do Kyo e do Yuki.

-Ahh...

A Kagura entra em casa, sendo seguida pela Arisa e o rapaz que fica em dúvida se entrava ou não e se mantinha ainda na porta.

-Pô, é bem bacana o seu apartamento.

-Obrigada Arisa-chan.

Kagura percebe que o namorado estava um pouco receoso e ela segura em sua mão para que ele entre, e fecha a porta.

-A Arisa-san, passará essa noite aqui em casa.

-É?!... Que legal! Finalmente vai poder fazer a festa do pijama que tanto fala.

-AHAHAHAHAH.... Uma festa do pijama só com duas.....

-Mas a Tohru-chan, a Kii-chan e a Mine-san já falaram que virão em breve para a gente fazer a festa do pijama.

Kunimitsu fica observando as duas garotas conversando na cozinha, ainda se mantinha em pé próximo da porta.

#E lá se foi o meu jantar a luz de vela com ela..... Mas parece que nada mudou. Acho que me preocupei à toa, pelo visto elas devem ter passado o tempo todo juntas.#

-O que você sugere para comermos, Nii-san?

-Qualquer coisa que a Kaa-chan fizer ficará ótimo. “Ele se aproxima da Kagura e segurando a sua mão caminham até a porta.” -Mas vou deixar que a festa do pijama de vocês duas comece mais cedo. Foi um prazer lhe conhecer.

-O meu também.

-Não quer ficar mesmo, para jantar com a gente?

-Não. Vocês ficarão mais à vontade se eu não estiver aqui. É bom ver que a Kaa-chan está fazendo novas amizades. Até amanhã.

Kunimitsu se aproxima para se despedir com um beijo da possuída e nota que ela se manteve por alguns segundos um pouco em dúvida se o beijava ou não, mas que por fim acabou lhe beijando.

#Acho que ela está envergonhada por causa da garota.#

Assim que fecha a porta, Kagura encosta-se na porta e vai se sentando lentamente no chão e começa a chorar. Arisa lhe olha sem entender absolutamente nada, se aproxima dela, ajoelhando-se ao seu lado.

-O que aconteceu, Kagura?

Kagura apenas chorava baixinho e muito sentida. Estava muito confusa, e pareceu que aquela garota, que ela tinha acabado de conhecer poderia ser uma ótima pessoa para se abrir. Não é que ela não confiasse na Tohru, mas a Arisa a iria entender como mulher, e era isso que a Kagura era agora.

by Kyo

21/08/2008

360


O médico se aproxima ainda mais do primo e lhe fala com um tom baixo de voz.

-Poderia entrar? Eu gostaria de conversar com ela sozinho.

Shigure sente um frio na barriga, mas não tem como negar aquele pedido.

-Hei, crianças, não querem tomar um copo de leite? Venham que o titio Shigure vai preparar aquele super chocolate quente para vocês.

-Err, pode deixar que eu mesma faço....

Shigure continua caminhando e entra na casa enquanto ela fala, mas é segurada pelo médico. Hiro e Kisa entram na casa sem perceberem o gesto do primo.

-Eu gostaria de conversar com a senhorita.

Tohru fica imediatamente vermelha. Desde a noite anterior, essa era a primeira vez que eles iam conversar. Ele começa a caminhar em direção da varanda e se senta, e logo depois a garota se senta ao seu lado. O silêncio fica presente durante alguns segundos entre eles.

-Err....

-Me perdoe por ter lhe deixado sozinha, depois de haver lhe beijado.

-Não.. Não prec...

-Foi uma atitude lastimável da minha parte. Mas, é que fiquei muito assustado comigo mesmo quando vi o que tinha feito. Senti muita vergonha de mim mesmo por ter lhe beijado daquela maneira, por fazer algo assim para alguém tão pura, tão inocente, que tinha ido chorar por mim.

Tohru escutava a tudo, mas se sentindo um pouco mais triste a cada minuto.

#Então é assim que ele me vê mesmo? Uma pessoa pura e inocente. Só falta falar como se fosse uma criança.#

-Se a Tohru não me perdoar por ter lhe beijado ontem, eu não ficarei chateado..... Acho que nem mereço o seu perdão para ser sincero.

-.... Não tenho nada que lhe perdoar....

Hatori que até então falava olhando para o jardim, olha agora para a garota. Ela estava com a cabeça baixa, e com os cabelos caídos na frente de seu rosto. Ele levanta em direção de seus cabelos, mas fica com a mão suspensa no ar. Não tinha coragem o suficiente para lhe acariciar após tudo o que havia feito com a sua melhor amiga naquela tarde.

#Será que o Shigure iria ter resistido se tivesse ali no meu lugar? Não posso falar que eu não queria, afinal, bastava-se que eu abraçasse a Arisa e nada teria acontecido. Mas eu estava desejando aquela garota.#

Ele retorna com a mão e as apóiam na perna e volta a olhar para frente.

#O Shigure já sabe o que sente por ela. Ele me disse com todas as letras que a ama. Mas e eu? O que de fato sinto por ela?#

-Hatori....

Assim que escuta o seu nome, o coração do possuído bate muito acelerado. Ela conseguia provocar essa reação nele.

-....

A pergunta fica na boca da garota, queria perguntar o motivo dele não ter fugido da Uo-chan, mas não teve coragem. Ela levanta a cabeça e lhe sorri.

-... não gostaria de tomar um chá antes de voltar para a sede?

O possuído a olha um pouco espantado, não estava esperando por aquela pergunta. Mas a garota estava lhe sorrindo como sempre lhe sorriu.

#Será que para ela, aquele beijo não significou nada? Será que ela está gostando do Shigure também?#

Tohru estava um pouco nervosa, ela nem espera pela resposta do médico e se levanta sendo seguida por ele. Na sala não havia ninguém, Yuki e Kyo estavam em seus respectivos quartos, enquanto que os outros três estavam na cozinha. Quando a garota entra o Shigure dá um suspiro de alivio.

#Seja qual tenha sido a conversa, ela foi bem rápida.#

Hatori fica parado na porta, olhando para o Shigure.

#Será que ele a merece mais do que eu?#

-Ainda está aqui, Hatori?

O médico lhe olha sem entender a razão daquela pergunta feita de uma maneira tão repentina pelo Yuki que mal havia acabado de descer as escadas. Yuki percebe pelo olhar do médico que ele não deveria ter falado aquilo e fica um pouco envergonhado.

-Err... e o meu irmão?

-Já foi embora.

-Ahh... "Ele entra na cozinha e se senta. Não consegue pensar em mais nada para falar."

Pouco tempo depois, após o chá da Tohru, o médico e o Hiro voltam para a sede.

by Kyo

359


-Lar doce lar....

Shigure está todo sorridente abrindo a porta da casa, como o Yuki logo atrás dele, mas como a cara ainda bem fechada. Assim que o possuído abre a porta, ele levando a mala dele para o seu quarto.

Kyo entra e joga a mochila dele num canto da sala e já vai ligar a TV, mas na realidade apenas queria um pretexto para se manter na sala.

A limusine deles havia chegado na frente e agora o Hiro e o Ayame esperando do lado de fora da casa, sendo que o menino estava bem longe do outro possuído, pela limusine das garotas.

Hatori também havia já entrado e estava ligando do escritório do escritor para a sede. Ayame e Shigure ainda na casa do lago tinham lhe contado o que estava acontecendo na sede, a fuga de Ren e a ida de Kana para o hospital.

-E a carruagem branca com as lindas e maravilhosas damas está chegando. Que cena digna de uma pessoa como eu. Nessa noite de lua cheia, sentindo essa suave brisa da noite, com esse lindo céu estrelado e vendo esse lindo e elegante veiculo que se aproxima como se estivesse vindo diretamente do céu trazendo esses lindos anjos.

#Blaaa..... Como um adulto pode ser capaz de falar tantas palavras sem dizer nada ao mesmo tempo?#

Hiro quando vi que o carro havia chegado se aproxima da entrada da casa para esperar a Kisa. Ao escutar o barulho do motor, Shigure também foi para perto deles, enquanto que o Kyo ficou sentado na varanda da casa olhando apenas.

-Agora sim o mundo ficou mais lindo. Esses seres tão celestiais chegaram para nos brindar com suas alegrias e belezas.

Tohru e Kisa saem do carro primeiro, e vão mostrar para o motorista quais eram as suas malas. Mine e a Uotani também saem do carro enquanto que a Kagura fica sentada no banco, mas com a porta aberta e com as pernas para fora do carro.

-Muito bem. Agora que as donzelas estão entregues em seu devido lar. Creio que podemos já ir...

-Ué? Não vai lá falar um tchau para o Yuki? Pra que essa pressa Aaya-san?

-Oras caro Guretti!! Acha que eu mantenho esse meu aspecto de deus grego como? Estou muito cansado com a viagem e amanhã terei que ir até a sede pela manhã. O meu amado irmãozinho certamente irá perdoar essa minha pequena grosseria com ele. HOHOHOHOHO..... Eu que vim num carro fedendo a cueca apenas, agora irei retornar para o meu palácio acompanhado por essas três flores.... Hohohoho... Pode morrer de inveja Guretti.

Shigure começa a coçar o pescoço enquanto falava bem próximo ao primo e de forma que só ele o escutou.

-Concordo que as três são de fato lindas flores, mas a flor que eu quero está no jardim daqui.

Ayame lhe sorri gentilmente enquanto olhava para ele e para a Tohru. Ver o Shigure daquela maneira o alegrava muito. Tohru e Kisa estavam se despedindo das outras garotas, e Arisa olha em sua volta e não vê que o médico estava do lado de fora da casa.

-Já ficamos combinadas. Em breve vocês irão me visitar em casa. Temos que fazer essas reuniões outras vezes.

-Sim... Iremos sim, e pode deixar que levarei aquele bolo de chocolate que a senhorita tanto gosta.

-Bem, a Tohru-chan verei amanhã na escola. Falou ae pra vocês.

Ela faz um tchau com a mão e entra no carro, e logo após a limusine parte levando os quatros. Hatori aparece justamente no momento em que o carro estava pegando a rua, e vê que a garota conversava toda sorridente dentro dele com os outros.

#Não consegui me despedir daquela garota barulhenta#

-Como estão as coisas na sede, Haa-san?

-Muito agitadas. Até agora nenhum sinal da Ren. Imagina como o Akito-san está. Vou agora mesmo para lá.

-E a....?

-Vai ter alta amanhã. Não foi nada demais.

Shigure nota que o tom da voz do primo ao falar da Kana havia realmente mudado. Era mais frio e distante agora.

-Ok. Qualquer coisa me ligue.

Hatori olha para a Tohru e sente um certo desconforto por saber que ela ficaria ali, ao lado do Shigure.

by Kyo

358


Enquanto o clima da limusine das garotas era uma verdadeira festa do caqui, na dos homens estava um clima de velório.

O pequeno Hiro ficou o tempo todo ouvindo música e sem se mexer. Não queria que o Ayame se lembrasse que ele estava sentado ali ao seu lado. Para sua sorte, o possuído ficou o tempo todo olhando a passagem pela janela, quando não estava olhando pela janela traseira para ver a outra limusine que estava atrás deles.

Yuki foi outro que apenas ficou olhando a paisagem. Ainda não conseguia acreditar que realmente ele tinha se declarado para o Akito. Só de lembrar do que tinha acontecido no lago, ele sentia o seu corpo tremer. Seu desejo era o de chegar e correr para a sede para saber como o patriarca estava, mas não era apenas para isso, queria poder abraça-lo e fazer como que ele se sentisse um pouco melhor, mesmo tendo que enfrentar alguns problemas relacionados ao clã.

Hatori fez praticamente toda a viagem com os olhos fechados, mas não estava dormindo. Pensava em tudo no que tinha acontecido em apenas três dias longe da sede, e justamente no final de semana no qual a Kana havia se casado. Aliás, todo o seu mundo havia começado a se modificar exatamente a partir da chegada de Akito com aquelas malditas fotos e aquela trágica revelação. Em seu coração havia um turbilhão de sentimentos. Uma grande raiva pela ex-namorada. Um grande carinho e admiração pela a Tohru. E pela garota barulhenta..... Sempre que começava a tentar ordenar os seus pensamentos sobre a garota ele ficava ainda mais confuso...... Mas de tudo o que havia acontecido entre eles, a imagem mais forte que lhe vinha era a dela chorando na sua frente com medo de ter magoado a Tohru.

Shigure as vezes olhava para o médico. Percebia que aquele final de semana havia modificado muito a vida do primo, e isso o deixava ainda mais ansioso, pois não sabia o que de fato o Hatori estava sentindo pela Tohru.

#Ele já sabe que eu a amo. Diferentemente daquela outra vez..... Se eu não tivesse tomado a atitude que tive, hoje o Haa-san não estaria se sentindo tão mal como está por causa da Kana. Eu deveria ter lhe contado que ela era a minha namorada quando a apresentei para que trabalhasse com ele.... Deveria ter contado depois que ela me queria como amante dela.#

Shigure sente uma dor no peito, uma grande angustia lhe invade e ele inclina a cabeça para trás apoiando no banco e olhando para o teto.

#Me sinto ainda hoje muito culpado com relação ao Haa-san. Eu poderia ter evitado que ele sofresse tanto como sofreu. Quando vi a Akito lhe ferindo naquele dia parecia que era eu mesmo quem o estava ferindo. Porque Kana? O que o Hatori lhe fez para falar aquelas coisas horríveis para Akito? Porque ainda hoje quer ferir esse homem que te amou muito?#

Ao lado do Shigure estava o possuído pelo espírito do gato, que estava dormindo com a cabeça encostada na janela.

Na limusine das garotas, o assunto Uo-chan e Hatori tinha sido evitado por causa da pequena Kisa, apesar da imensa curiosidade que a Mine e a Kagura estavam sentindo. Mas estavam todas se divertindo com as histórias da época em que a garota estava na ativa. Tohru participava um pouco alheia a conversa, não só porque já conhecia todas aquelas histórias, mas porque estava sentindo uma ansiedade dentro de si. Como estava sentada ao lado da janela, as vezes se perdia nas passagens que passavam. Tudo ainda lhe parecia como se fosse um sonho. Havia sido beijada na mesma noite pelo Hatori e depois pelo Shigure, e depois aquela declaração de amor do escritor. Ao se lembrar das palavras dele e de seu olhar naquele momento, ela sorri não apenas com os lábios, mas também com o coração.

Aquele clima de festa, faz com que a viagem para elas seja bem mais rápida do que as dos homens, e no meio da noite as duas limusines param na frente da casa do escritor.

by Kyo

357


“ Shigure corou levemente, endireitou-se abaixando as mãos juntas por dentro do quimono na altura de seu abdômen e sorriu gentilmente.”

# Não importa mesmo o que os outros pensem. Enquanto ela sorrir desse modo para mim o resto do mundo não vai importar. A única coisa que desejo que ela sorria somente para mim desse jeito, sem deixar os amigos de lado, mas somente para mim. Ah, Tohru... me escolha. #

“ Shigure fez um leve movimento pegando a mão da jovem e beijando-a em olhá-la nos olhos.”

- Esperarei ansioso.

“ Sorriu olhando-a e voltou sorridente para pegar a mala que deixara no chão ao lado de Hatori que não o encarou.”

- Então qual é o carro dos homens? Quanto mais rápido sairmos mais rápido chegaremos em casa.

“ Uotani olhou para Hatori que parecia imparcial como sempre. Sentiu uma leve dor no peito. Era assim tão horrível ficar mais alguns minutos naquele mesmo lugar que ela? Acabou esbarrando o olhar com o do médico que também lhe olhou de relance, ficaram alguns segundos assim, até que Uotani que estava com o rosto fechado se virasse com um lindo sorriso para Tohru.”

# Hum... O que foi isso agora? #

“Pensou Hatori, mas foi enterrompido com a chegada escandalosa como sempre de Ayame e Mine.”

- Mine-chan, aqui!!!! Vamos fazer o clube da Luluzinha até em casa! Venha!!!! Vamos fazer uma festa aqui dentro! Hahahahaha

“ Gritava do teto solar do carro, Uotani, acenando os braços. Mine olhou para Aayame que olhou-a no mesmo instante. Não estavam entendendo nada. Te que Yuki lhe sorriu dizendo no exato momento que Kyo surgia atrás dele.”

- As senhoritas voltarão todas no mesmo carro!

“ Kyo fechou a cara quando olhou para o segundo carro e viu que Kagura já estava lá dentro, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa foi abraçado por Shigure que o carregou até o primeiro carro aos berros. Hiro que olhava distraído para o outro lado com fone de ouvido mal percebeu a movimentação, quando resolveu olhar pela janela para saber porque a demora Shigure já empurrava um Kyo mau humorado para dentro do carro.”

- O que está acontecendo?

“ Hatori entrou e sentou-se na janela ao lado de Hiro que ficou no meio do banco olhando para o médico e para Shigure que estava a sua frente. Yuki entrou e sentou-se na janela ao lado de Shigure, Hiro voltou a perguntar com o coração acelerado e morrendo de medo de que suas suspeitas estivessem certas.”

- O-o qu-que est-está acon-tecendo?!

“ Hiro gelou quando viu Ayame entrar no carro e abrir um largo sorriso sentando-se ao seu lado no carro.”

- Não está acontecendo nada, cara criança. Apenas as belas flores resolveram fazer um jardim particular no outro carro e nós meras abelhas teremos que permanecer aqui apenas com a lembrança de seus aromas!

“ Hiro não havia entendido nada. Estava em pânico com aquele homem assustador ao seu lado. Yuki sentiu pena do jovenzinho mas não para evitar querer matar o gato dentro do carro, não se sentaria em um lugar que pudesse vê-lo de frente, então olhou pela janela ignorando o desespero do pobre. Hatori colocou a mão sobre a cabeça do menino.”

- Elas resolveram voltar juntas para conversar. Chegaremos logo, agüente firme até lá.

by Leandra

356


“Yuki e Hiro levam as malas para frente da casa encontrando já as duas limusines a espera. Yuki pede para que o motorista coloque suas malas e a do menino na limusine da frente.”

- Hiro-kun, por favor espere já dentro da limusine para adiantar. Partiremos logo.

“Hiro fez menção de discutir, queria ficar mas tempo com a Kisa, mas o olhar mortal estilo Akito que Yuki lhe dirigiu fez com que o garoto entra-se o mais rápido que pode no carro ficando emburrado perto da janela.”

# Droga! Queria mais tempo com a Kisa-chan. O Yuki tinha que atrapalhar logo na melhor hora? Está cada vez mais parecido com Akito-san. #

“ Quando passou novamente pela porta avistou as malas do gato na entrada. Teve vontade de jogá-las na piscina de tanta raiva, mas nesse momento ouviu a voz de Kagura que havia acabado de descer com Tohru e Arisa. Sorriu maliciosamente com sua incrível idéia.”

# Se aquele baka acha que pode ter tudo o que quer enquanto atrapalha minha vida com Akito-san, ele está muito enganado! #

- Motorista! Coloque isso que aquele idiota chama de mala no mesmo carro, por favor. Mas tome cuidado para não encostar na minha, não quero ter que jogar minhas roupas fora ao serem contaminadas por qualquer pertence dele.

“ Sorriu com o sorriso mais dócil e falso possível. Quando as meninas chegaram a entrada, Yuki as recebeu com o mesmo sorriso dócil e amigável que usava para o motorista, com uma disfarçada sombra maligna sobre ele.”

- Senhoritas, vocês irão todas juntas no segundo carro. Com toda aquela tempestade, vocês não devem ter tido muito tempo para conversar não é mesmo. E como será mais difícil reuni-las todas novamente, acredito que queiram aproveitar a volta para isso, não é mesmo?

“Uotani analisou por um momento o sorriso de sua alteza e sua boa intenção em ajudar as fofocas das meninas. Teve certeza que havia algo por trás disso e exatamente por isso, decidiu que iria colaborar. Tinha a ligeira impressão que seria pior discutir, afinal tinha culpa no cartório também. E quando ela dava sua resposta, Hatori e Shigure se aproximavam e escutavam tudo, sendo percebidos apenas por ela.”

- Ótima idéia, sua alteza! Vamos fofocar muito, né meninas?! Hahahahahah E já tô cansada de olhar pra cara zangada daquele médico! – agarra a Tohru – Além do mais, aconteceram tantas coisas que nem pude aproveitar a Tohru-chan!

- Ótima idéia mesmo Yun-chan! Faz tempo que não converso com a Tohru-chan também, e nem tive tempo de fazer isso. Vamos então meninas logo de uma vez?

“ Kagura puxava as meninas para o segundo carro, antes que Kyo aparecesse e discutisse aquela decisão. Para ela a última coisa que queria era voltar no mesmo carro que o possuído pelo gato, e agradeceu mentalmente ao primo por salvá-la.”
- Como assim?! As meninas irão juntas?!

“ Shigure perguntava com cara de choro. Enquanto Hatori com sua costumeira feição séria e concentrada, apenas olhou de canto para a Uotani sorridente abraçada a amiga”

# Hunf. Então elas já fizeram as pazes? Me preocupei à toa. Bem, ótimo! Assim não me sinto culpado. #

“ Hatori forçava um pensamento a respeito, apesar do incômodo que sentia por ter percebido que dificilmente a veria de novo. Shigure havia sido completamente ignorado, até que caminhou até a Tohru meio encurvado com as mãos juntas na frente da boca com cara e voz ainda mais de choro.”

- A Tohru-chan não quer vir no mesmo carro?

“ Tohru corou ainda abraçada a amiga. Ainda não sabia o que sentia pelo escritor e pelo médico, mas saber o quanto o escritor a queria bem e a queria ao seu lado lhe dava um calor gostoso no peito. Sorriu para ele um sorriso sincero.”

- Não se preocupe, Shigure. Quando chegarmos eu preparo um chá pra você!

by Leandra

355


#Affff.... Ela vai ficar até quando aqui? Uma adulta como ela não tem nada melhor para fazer em vez de ficar vendo o anime com a gente?..... E precisa ficar abraçada com a Kii-chan? Porque não vai abraçar aquele gato fedorento?#

Desde que a Kagura chegou na sala para assistir o DVD com eles, Hiro estava sentado no sofá com os braços cruzados enquanto que as duas possuídas estavam sentadas no chão. Kisa estava sentada entre as pernas da Kagura e era abraçada pela garota.

Os pensamentos de Kagura de fato estavam bem longe dali. Não estava prestando nenhuma atenção naquelas centenas de imagens coloridas que se alternavam em frações de segundos. As imagens de sua mente eram alternadas ora entre o Kunimitsu, ora entre o Kyo.

#Como eu vou falar para ele? Ele não merece escutar isso. Mas eu não posso ser falsa a esse ponto. Não posso fingir que nada aconteceu..... Até porque um dia ele iria saber da verdade.#

#Ainda bem que no final de semana que vêm seremos apenas nos três nas termas.... Nhaaa.... A Kii-chan fica ainda mais linda quando está fazendo algo que a diverte.... Os olhos delas estão brilhando ainda mais....#

Hiro agora descruza os braços, apoiando os cotovelos nas pernas e a cabeça em suas mãos, olhando todo sorridente para a menina. Nesse mesmo instante ela olha para trás e vê que o pequeno a estava olhando daquela maneira sentado no sofá. Suas bochechas ficam avermelhadas, mas ela sorri para o primo quando ele percebe que havia sido flagrado, o que o deixa ainda mais vermelho do que ela.

-Por que não vem se sentar aqui, Hiro-kun?

-Err...

Kagura olha para a menina e depois para o pequeno primo, e já entende a situação.

-Ahhh..... Eu vou ver se as garotas já estão prontas......

Ela se levanta do chão dando uma piscada de olho para a prima, a deixando agora na cor que estava o Hiro que estava se sentando ao seu lado e não percebeu o que havia acontecido com as duas.

#Nhooo.... A Nee-chan já percebeu que eu estou gostando do Hiro-kun....#

Kisa sente um forte arrepio pelo corpo, quando sente que o Hiro estava segurando em sua mão e entrelaçando os dedos.

-Olha Kii-chan, agora vai começar aquele episodio que você mais gosta.

Hiro tentava agir como um pequeno homenzinho, falava normalmente e como se segurar na mão dela fosse a coisa mais normal a ser feita já que estava ao seu lado. O coração da pequena possuída estava batendo muito forte. Ele olha para as mãos deles e depois para o menino que estava olhando para a televisão. A imagem dele ao seu lado daquela maneira, e ao se lembrar do olhar que ele estava lhe olhando a poucos segundos atrás a faz com que dê rapidamente um beijo na bochecha do menino.

Hiro fica com os olhos arregalados, por um segundo ele pensa que havia sonhado com aquele beijo em sua bochecha, mas ao olhar para a prima e a ver com a cabeça baixa, com o rostinho muito vermelho e com um sorriso em seus lábios ele percebe que tinha de fato acontecido.

-Kii.....

-Acho que a gente já pode começar a colocar as bagagens lá fora.

Os passos e a voz do Yuki vindo da escada faz com que as duas crianças soltem as mãos e voltem a olhar para a TV, mas com uma carinha de quem tinham aprontado.

-Errr..... tá.... tá bom, Yuki-kun....

-Hiro-kun, me ajude a colocar essas malas aqui na frente.

Hiro estava com o coração na boca, e olhou com cara de poucos amigos para o primo, mas na hora que viu a cara de morte que o Yuki estava fazendo, ele rapidamente se levantou e começou a fazer sem falar um A.

#O que será que aconteceu com o Yuki-kun? Está até parecendo o Akito-san quando está de mau humor.#

#Aquele maldito gato idiota vai me pagar. Espero que aquele discipulo do professor Kazuma acabe com ele. NÃOO... Eu mesmo vou acabar com aquele idiota.#

by Kyo

17/08/2008

354


Yuki ainda escutava a tudo parado pelo vão da porta, mas quando percebe que a porta do quarto da frente tinha feito um barulho, ele trata de se esconder atrás da porta. Era justamente o Ayame quem estava saindo do quarto, ele vê que o Kyo está parado na porta do quarto das garotas.

-Kyon-kitty, aquele maravilhoso anjo que atende pelo nome de Mine está aí?

-Não!

Kyo lhe responde sem tirar os olhos da Kagura que estava dentro do quarto, mas que não era vista pelo Ayame. Aquilo chama a atenção do possuído que se aproxima sem ser notado pelo garoto e ficando grudado nas costas dele.

-Ahh... É a linda Kagura que está aqui.

-DESGRUDA SEU TRAVECO!!

-Onde está a angelical Mine?

Ayame agora colocava ainda mais o peso do seu corpo nas costas do garoto só para provoca-lo mais.

-JÁ FALEI PARA SAIR.

-Ela foi até a cozinha.

-Sim??! Muito obrigado pela valiosa informação. Virá comigo ou continuará aqui vendo a cara feia do Kyon-kitty?

-O FEIO DAQUI É VOCÊ, SEU TRAVECO MALUCO!!

Kagura não consegue segurar uma pequena risadinha, o Kyo ainda continuava sendo o mesmo de sempre, mesmo depois daquela tarde.

-Eu irei descer também Aaya-nii.

Ayame segura em sua mão como se fosse o seu cavalheiro e eles descem as escadas, quando chegam na sala, Kagura vê que as duas crianças estavam sentadas assistindo a TV.

-Vou ficar um pouco com os meninos, Aaya-nii.

O possuído lhe beija suavemente a sua mão enquanto fazia uma reverência, para depois sair todo saltitante pelo corredor. Quando ele chega na cozinha é informado que a sua assistente estava dando uma volta na área da piscina. Ayame caminha agora normalmente até a piscina, onde Mine estava parada observando aquele lugar onde na noite anterior tinha acontecido a festa. O rapaz se aproxima ficando parado atrás dela e lhe fala bem baixinho em seu ouvido.

-Eu também sempre me lembrarei da noite de ontem.

-Chefinho...

-Afinal, foi na festa de ontem que eu lhe beijei pela primeira vez.

-Sim. Foi aqui que a gente deu o nosso primeiro beijo.

Ela se virá olhando nos olhos do rapaz, enquanto estende as suas mãos para segurar as deles com os dedos entrelaçados.

-Sim, mas esse foi apenas o primeiro de vários minha doce Mine.

A garota lhe sorri e ele inclina um pouco a cabeça para lhe dar mais um beijo. A beijava cheio de amor. Para ele aquela garota era como se fosse uma jóia muito preciosa, e quando a necessidade de respirar fala mais alto, ele se afasta dela com um lindo sorriso e encosta a sua testa na dela. Aquele final de semana havia sido um verdadeiro sonho para ele. Finalmente tinha conseguido a confiança do seu irmão, os seus primos tinham começado a se libertarem de um passado cheio de sofrimento para eles, havia feito uma nova amizade, e a mulher que ele estava amando tinha aceitado o seu amor. Tudo estava sendo tão perfeito que ele começou a sentir um pouco de medo.

#Será que realmente a Mine-san irá me aceitar mesmo depois que descobrir que eu sou um possuído?#

-Chefés.... espero que todos estejam levando, lembranças tão valiosas quanto as minhas.

-Eu também assim desejo, Mine-san.

Ayame lhe beija suavemente na testa e fica com o corpo ereto enquanto olhava para frente. Mine o olha e nota que algo o estava lhe deixando um pouco preocupado.

-O que foi chefinho?

Ele lhe olha e sorri.

-Apenas fiquei com medo de que essa felicidade que estou sentindo um dia se acabe.

-Não chefinho... A Mine não vai deixar que nada acabe com a felicidade do Chefinho.

#Só agora sinto a dor que o Shigure e o Hatori sempre sentiram. Como é horrível a gente sentir vontade de abraçar a pessoa que a gente ama e não poder.#

-Se for preciso eu até vou ter algumas aulas com o priminho lutador, assim poderei defender melhor a felicidade do meu amado chefinho.

-Hohohoho... Gostaria de ver o Kyon-kitty dando aulas para a minha linda namorada..... hohohho....

Assim que escuta a palavra namorada Mine fica toda vermelha de vergonha. Ainda não estava acostumada com aquela palavra. Mas ao ouvi-la senti uma alegria ainda maior. Ayame solta de sua mão esquerda.

-Vamos entrar?! Temos que retornar para o nosso maravilhoso palácio minha linda rainha.

-Sim Aya-san.

Aquela era a primeira vez que a garota o chamava daquele jeito, e o possuído teve que voltar a caminhar todo saltitante enquanto segurava a sua mão para não ficar emocionado.

by Kyo

353


Kyo agora a olhava com raiva, já estava ficando cansado daquelas atitudes da garota. Ela nunca tinha sido de fugir tão covardemente como estava fazendo desde que tinha começado a namorar o Kunimitsu. Na hora que a garota ia passar ao seu lado para sair do quarto, ele a segura pelo braço e lhe pergunta sem lhe olhar.

-Quando foi que começou a ficar tão covarde?

-Eu não sou uma covarde.

O garoto a olha, mas sem soltar de seu braço.

-Então pára de fugir e vamos conversar.

Yuki naquele instante abre a porta do quarto e começa a escutar a conversa dos dois vindo do quarto ao lado.

-Não temos nada pra conversar agora.

-Não? Como não, Kagura? Depois do que aconteceu hoje, acha mesmo que não temos que conversar?

#O que será que aconteceu entre eles?#

-Eu... eu...

-Eu sei que aquilo foi tão importante para você como foi para mim. E enquanto fazíamos amor eu vi em seus olhos que você me ama ainda.

#O QUE? ELES FIZERAM AMOR??#

Yuki teve que levar a não até a boca para segurar o grito de espanto que ia dar.

-É claro que foi importante. Eu sempre sonhei com aquele momento.... Sempre imaginei que iria perder a minha virgindade com você.....

Ao escutar aquilo, o garoto solta o seu braço e a abraça.

-E porque está fugindo agora de mim?

-É porque eu já sei o que quer que eu te fale. Sei que quer escutar que irei terminar o meu namoro com o Kunimistu, mas eu não sei se posso te falar isso agora.

#Ahn? A Kagura está namorando aquele discípulo do professor Kazuma? Ela se cansou mesmo de correr atrás do bichano baka.#

Kyo a aperta ainda mais em seus braços, seu coração agora estava doendo por escutar aquelas palavras. Não conseguia entender como ela poderia estar em dúvida mesmo depois de tudo o que tinha acontecido entre eles. Mesmo depois de saber que ele também a amava.

-Kagura, nós somos iguais. Eu posso te fazer muito mais feliz do que ele.

Kagura lhe olhava espantada, mas não teve tempo para lhe falar o que estava pensando. O garoto inclina um pouco a cabeça e começa a lhe beijar.

#Hunf... Ela correu a vida toda atrás dele falando exatamente isso, e ele nunca se importou.#

Yuki inclina um pouco mais a cabeça para frente para tentar escutar o que estava acontecendo, e pelo barulho percebe que eles estavam se beijando.

#Seu maldito. Isso não é justo. Por sua culpa eu passei a noite dormindo ao lado do Akito-san . Eu vou fazer picadinho de você na primeira oportunidade baka neko#

Agora que o garoto conhecia um pouco mais do corpo dela, a beijava sentindo ainda mais desejos do que antes. Os seus sangues estavam novamente fervendo e Kagura apertava as pontas de seus dedos nas costas dele. Kyo desliza a mão pelas costas da garota e começava a colocar a mão por baixo da camiseta dela. Kagura assim que sente o toque da pele dele na dela, o afasta.

-.... não.... não posso fazer isso.....

Kyo a olhava um pouco frustrado e espantado.

-Kyo, eu preciso de um tempo para pensar.

-Mas não tem nada para pensar!

-É claro que tenho! Acha que é justo? Passei a minha vida toda atrás de você e recebendo apenas o seu desprezo, e agora que encontrei uma pessoa que me diz claramente que me ama, que quer ficar comigo, você descobre que está me amando.... É claro que tenho que pensar. E mesmo se o Kunimitsu não me perdoar, mesmo que ele termine tudo comigo, mesmo que me ache a mulher mais suja do mundo...... eu não sei ...... se poderei ficar com você..... E mesmo se ele me perdoar, mesmo se ele entender as minhas razões por ter feito o que fiz..... eu não sei se conseguiria ficar ao seu lado sabendo que estou magoando uma pessoa tão maravilhosa como ele.

Conforme ia falando os olhos da garota ficavam a cada instante mais cheios de lágrimas. Kyo simplesmente abaixa a cabeça e fecha com força as mãos. Toda aquela preocupação pelo discípulo do mestre só poderia significar uma coisa, que ela havia começado a gostar dele.

by Kyo

352


-Quem iria imaginar isso?? Justo o Tori-nii o mais responsável dos três.

-Ahahah, essas coisas são assim mesmo, você está chocada exatamente por ter vindo de uma pessoa que não tem a personalidade para isso. Se fosse o priminho escritor acho que o seu choque não seria tão grande.

-Não seria mesmo.....

As duas agora podiam conversar abertamente sobre o que tinha acontecido. Kisa que tinha terminado de arrumar as suas coisas, preferiu esperar pelos outros na sala, principalmente pelo Hiro-kun. Queria aproveitar todos os minutos que tinham para ficarem juntos.

-Até que eles fazem um bonito casal. A responsabilidade e a rebeldia. Acho que daria o equilíbrio perfeito para os dois.

-Mas acho muito difícil que isso aconteça. O Tori-nii não escolheria uma garota como a Uo-chan.... A Tohru-chan tem mais o jeito do tipo que ele gosta. Pelo menos ela tem um jeito muito parecido com o da ex-namorada dele.

-Humm.... A nossa borboleta escarlate parece que teve um final de semana bem agitado. Hoje de manhã a achei um pouco triste e confusa.

-Não foi só o dela..... Eu acho que nunca deveria ter vindo para cá.....

Kagura estava sentada com as pernas cruzadas na cama que tinha sido ocupada pela Kisa, e enquanto falava ficava contornando as flores do desenho da colcha com o dedo. Mine a olhava por cima dos óculos, enquanto colocava as últimas peças de roupas na mala.

-Brigou com o priminho lutador?

Kagura pára de desenhar com o dedo, tinha exatamente acontecido o oposto pela primeira vez na vida deles. Ela que já estava tão acostumada com as brigas dele por causa das suas declarações amorosas para ele, agora não sabia o que deveria fazer. Como poderia encarar o namorado após o que tinha feito com o Kyo? Diante do silêncio da garota, Mine acha melhor não continuar com a conversa e termina de fazer as malas. Ela já tinha percebido que os dois se gostavam, mas não sabia de nem outro detalhe daquela história.

-Prontinho... Já estou com as minhas malas arrumadas também..... Bem... Agora irei até a cozinha para acertar o pagamento do Chef Pierre e já volto.

Mine a deixa sozinha no quarto e no momento em que está passando diante do quarto ocupado pelos garotos, Kyo abre a porta e por pouco não se esbarra nela.

-Olá priminho... Ah... Será que poderia me ajudar? Há uma caixa que está um pouco pesada lá no quarto, poderia descer com ela para mim? Pode deixar que eu levo a sua mochila.

A moça toma da mão dele a mochila e começa a descer as escadas sem esperar pela resposta do garoto.

#Afff.... Tinha que ser a assistente daquele traveco mesmo.#

Pensando que não havia ninguém no quarto o garoto entre sem bater na porta e encontra a Kagura sentada na cama toda pensativa.

-Kagura.

Assim que escuta o seu nome, ela olha em direção da porta e encontra o Kyo. Seu coração volta a bater aceleradamente, desde que tinham retornado da trilha ela estava fazendo tudo o que era possível para não ficar sozinha com ele. Não era porque estava sentindo vergonha, ou arrependimento pelo que tinha feito com ele, mas estava arrependida por ter traído o Kunimitsu, e era exatamente essa contradição que a estava torturando.

-Err.... Já acabou de arrumar as suas coisas? Pelo que me lembro, nunca levava muita roupa quando saia para viajar com o Professor Kazuma.

-Já arrumei sim... Aquela moça me pediu para vir pegar uma caixa aqui.

Os dois olham pelo quarto e não encontram nenhuma caixa, ficando claro que a Mine tinha feito aquilo de propósito. Os dois se olham, mas sem falar nada. Kyo ainda se mantinha próximo da porta que estava aberta e a possuída sentada na cama. Aquele silêncio já estava começando a deixar o lugar estranho e ela se levanta enquanto se despreguiçava.

-Err.... Acho que vou descer para comer alguma coisa, estou ficando com um pouco de fome.

by Kyo

351


#Mas porque o meu coração está batendo desse jeito? Parece até que é um outro Hatori que está me beijando.#

-Creio que chegaremos no meio da noite.

-Sim, Guretti. O trânsito agora deve estar mais tranqüilo


A conversa dos dois possuídos vindo detrás da porta faz com que eles deixem de se beijar, afastando-se também um pouco da porta para que os dois entrem. Ao entrarem, eles olham um pouco desconfiados para os dois. Era evidente que havia agora um clima muito diferente entre eles. Arisa passa por eles saindo do quarto sem falar nada enquanto que o médico a acompanhava com o olhar.

-O que aconteceu, Tori-san?

-Nada.

Ele começa a colocar na mala as suas coisas que estavam em cima da cama, mas com o coração ainda batendo muito forte, e em sua mente a imagem da garota chorando.

Arisa novamente está parada diante da porta do seu quarto, a abre sem fazer o menor barulho. Tohru ainda estava deitada com a cabeça afundada no travesseiro e só pelo jeito de sua respiração, Uotani já sabia que a garota tinha chorado até a pouco minutos atrás. Ela fecha a porta sem fazer barulho e caminha nas pontas dos pés até o espaço entre as duas camas.

#Como poderei me desculpar com ela? Como eu nunca percebi que o meu comportamento poderia estar a ferindo? Quantas vezes será que eu a magoei sem saber?.... Eu sou uma péssima amiga mesmo.#

A garota sentasse na cama, mas dessa vez não consegue evitar o ranger da madeira, o que faz com que a Tohru vire a cabeça para ver quem estava no quarto. Arisa não consegue lhe olhar nos seus olhos e abaixa a cabeça, aquele gesto foi o suficiente para que a Tohru se levantasse rapidamente da cama a abraçando enquanto voltava a chorar em seu ombro.

-Me desculpe Uo-chan.... Me desculpe....

Arisa a abraça com força, a amiga era realmente uma pessoa muito especial.

-Me desculpe por sentir inveja de você......

-Que? Mas do que está falando?

-Eu..... eu queria ser como você!

-Queria ser como eu?

-Sim... Eu queria ter essa coragem que a Uo-chan tem..... Ao te ver beijando o Hatori.... Eu vi o quanto que sou uma criança ainda...... Eu..... Eu sou muito medrosa para ver o Shigure pelado..... A mamãe sempre falou que é errado a gente sentir inveja das outras pessoas, mas.... mas eu estou sentindo inveja de você..... Me desculpe, Uo-chan....

-Então era isso!... Foi por isso que falou que não era como eu?

O tom choroso que estava saindo da voz da amiga faz com que a Tohru deixe de abraça-la, sentando-se ao seu lado da cama. Realmente ela não estava entendendo o porque que ela estava chorando.

-Uo-chan??!

-Ahahahah..... Como eu sou uma baka mesmo..... “ela começa a limpar as suas lágrimas com as mãos enquanto ria” –Como pode pensar??.... Ahah.... É claro que a Tohru-chan.... ahah.....

Ao ver a amiga rindo daquele jeito, Tohru também começa a secar as suas lágrimas. O som daquelas risadas tinham acalmado o seu coração.

-Ahahahha.... Tudo não passou de um mal entendido.... Chorei a toa..ahah

-Ahn?? Eu fiz a Uo-chan chorar??

-Eu achei que cê tinha falado aqui por causa de outra coisa..... ahahahh.... Sou uma baka mesmo..... Mas o que importa é que tudo ficou claro agora, e a Tohru-chan não tem que se desculpar por nada.

Arisa agora lhe olhava toda sorridente e recebia um lindo sorriso da amiga também, após um período de silêncio entre as duas, a Tohru lhe pergunta um pouco ruborizada.

-Como? Como que a Uo-chan fez para que o Hatori não saísse correndo? Vocês.... vocês dois.... fizeram?

-Sim. A gente fez.

-...

-Tohru-chan, você gosta do Hatori?

Aquela era a mesma pergunta que o Shigure tinha lhe feito na noite anterior. A garota abaixa a cabeça, sabia que aquilo estava a deixando um pouco inquieta por dentro, mas não sabia se a causa era porque ela gostava do médico.

-Não se preocupe, o que aconteceu não foi nada para ele. E se você gosta dele, nunca mais voltará a acontecer. O mais importante pra mim é a sua amizade.

by Kyo

350



Ayame olha pra a garota sentada no chão e se abaixa e começa a acariciar seus cabelos loiros. Toda aquela alegria e euforia que estavam radiando a pouco dela haviam desaparecido.

-Não fique aqui, minha rebelde e maravilhosa amiga....

Arisa nada lhe responde. Já não estava chorando mais, porém se mantinha ainda na mesma posição. Ela reconhecia que até poderia ter passado um pouquinho só do limite, mas não achava que aquilo tinha sido o suficiente para causar aquela reação na amiga.

Shigure que agora estava sentado em uma poltrona no canto do ambiente, e tinha o cotovelo apoiado no braço da poltrona e o queixo apoiado na mão. Estava apenas observando os dois, não sentia a menor vontade de falar nada. Por mais que pensasse não conseguia encontrar uma outra explicação para aquele comportamento da Tohru, que não fosse o seu ciúmes pelo Hatori. Ayame dá um suave beijo na cabeça da garota e se levanta.

-Guretti, é melhor a gente arrumar as coisas para retornarmos. Estamos com problemas na sede.

-Problemas?

-Sim. A Kana está hospitalizada e a Ren fugiu da sede.

Assim que escuta o nome da Kana, a Arisa levanta o seu rosto, mas não fala nada.

-O que? Ela já vai ganhar a criança? E como assim que a Ren fugiu?

-Akito-san já voltou para sede. E ele tão pouco sabia dos detalhes, mas acho melhor que o Tori-san esteja por perto dele, caso seja necessário.

Uotani se levanta. Não sabia como iria olhar para a Tohru agora, mas sabia que precisava ir arrumar as suas coisas.

-Tó indo catar as minhas coisas.

A garota sobe as escadas e caminha pelo corredor dos quartos em silêncio até chegar na frente da porta do quarto que estava dividindo com a Tohru. Ela respira fundo, mas antes de entrar sente que alguém a puxa pelo braço, e lhe tampa a boca, a levando para o quarto ao lado e fechando a porta.

-Eih, qual é a sua, heim?

-Ficou feliz com o que fez?

Arisa se encosta na porta e olha diretamente na mancha arroxeada que estava em seu pescoço e lhe responde com um tom mais ríspido na voz.

-Digamos que fiquei satisfeita sim, apesar de você ser bem normalzinho nesse sentido.

Hatori fecha ainda mais a cara e se aproxima da garota, apoiando a mão na porta, ao lado da cabeçada garota e mantendo o braço bem esticado.

-Não precisava ter me beijado na frente da Tohru.

-Hunf... só fiz o que me deu vontade.

-E escutou o que não queria.

A garota levanta a sobrancelha direita olhando ainda mais brava para o médico.

-Juro que estou morrendo de vontade de socar a sua cara agora.

-Hehee... Realmente ela não é em nada como você.

Hatori já estava esperando por alguma explosão de fúria por parte da garota, não sabia o porque estava sentindo tanta raiva dela naquele momento, havia falado aquilo unicamente para lhe ferir, mas ficou completamente sem reação quando a viu chorando. Arisa estava com a cabeça baixa e chorava silenciosamente. A garota agora não tinha se escondido atrás de suas pernas enquanto as abraçava para chorar, chorava ali, parada na sua frente. Suas lágrimas eram muito sentidas, estava claro que aquela garota amava muito a Tohru, mas era claramente algo entre um amor fraternal e maternal. Chorava não porque tinha se sentindo ofendida pelo que a amiga tinha lhe falado, mas sim por temer que em alguma vez o seu comportamento tivesse lhe magoado. Ela era realmente uma pessoa que se preocupava com aqueles que amava. Ele segura em seu queixo e levanta a sua cabeça.

Arisa lhe olha um pouco espantada, não esperava aquele gesto dele, as lágrimas que estavam em seus olhos, faziam com que o seu olhar brilhasse ainda mais. Hatori passa os dedos sobre as lágrimas, depois fica segurando o seu rosto e se aproxima para beijar a garota. Ela fecha os olhos, e mais algumas lágrimas saem pelos cantos, sentia que o seu coração estava batendo de uma maneira bem diferente agora.

by Kyo