24/10/2009

152


Kyo volta a caminhar e entrelaça os seus dedos nos delas, aquela sensação ainda lhe dava uma forte emoção. Ele tinha a certeza de que, aquela garota que caminhava ao seu lado, era a única que poderia lhe provocar todo aquilo que ele estava sentindo.

#Falam que encontrar a pessoa certa é coisa do destino, mas no nosso caso não foi o destino. Foi as nossas maldições que nos uniu.#

Os dois começam a perceber que estavam chamando muito a atenção dos outros, estava na cara que os dois estavam cabulando as aulas para fazer algo que não devia. Os dois tem o mesmo pensamento e soltam as mãos.

-Você leu o meu pensamento, Kyo?

-Não, mas a gente pensou a mesma coisa.

-Será que não é melhor que pelo menos um de nós troque de roupa?

-A casa do Shigure é mais perto do que a sua, vamos até lá.

Saki percebe que aquela idéia poderia render bons frutos. Ela sabia que era uma questão de tempo, pois se lembrando ou não, Akito voltaria a tomar conhecimento dos possuídos e a garota queria que o gato e o kamisama se conhecessem melhor antes dela saber novamente. Como a garota não lhe respondeu de imediato, o gato começa a imaginar que ela poderia ter entendido mal os motivos deles irem para a casa do escritor.

-Heim.. Não se preocupa. Não vamos fazer nada. Não estou falando para irmos até a casa do Shigure só para ficarmos sozinhos lá e....

-Eu nem pensei nisso.

-Ufa, ainda bem. Não sou nenhum pervertido como aquele cão sarnento.

-Eu sei disso. Até porque não estaremos sozinhos, a Aa-chan estará por lá.

-Aa-chan?! De onde tirou esse apelido?

-Não acha que ficou tão bonitinho e que combinou tanto com ela?

-Você e Akito sendo amigas. Isso é tão fora do comum.

-Por que acha isso? Na verdade, tanto ela como eu sentimos as mesmas dores e culpas. Sempre soubemos que somos diferentes das outras pessoas, sempre tememos a nos mesmas. E por isso fomos muito rejeitadas. Para minha sorte, eu nasci numa família onde todos sempre me aceitaram e cuidaram de mim com carinho e depois encontrei amigas maravilhosas, mas a Akito nasceu como o patriarca de um grande clã e o kamisama de vocês, ela nunca teve uma família cuidando dela e nem a oportunidade de ter amigas. Não pode nem mesmo ser a mulher que ela é de fato.

-Então o que sente é pena?

-Não. Não sinto pena de ninguém. Todos temos a vida que escolhemos ter. Eu reconheço nela as mesmas fraquezas que tenho, por isso quero me tornar a sua amiga.

-E depois que ela se lembrar de tudo?

-Isso verei depois. Não dá para prever o que acontecerá, o futuro é constantemente modificado pelos nossos atos do presente. Mas a Dona Kyoko me ensinou que bons atos no presente sempre criarão bons atos no futuro.

Kyo ao ouvir o nome da mãe da Tohru se recorda de sua própria mãe e de tudo o que tinha descoberto sobre Akito. Saber que a mãe dele tinha amado e também que era amada pelo patriarca havia feito pensar melhor sobre os sentimentos que a sua mãe sentia por ele.

-“Mas é claro que você é humano.” “Estou muito orgulhosa de você” “Por você, eu daria tudo. Eu até morreria por você.” Essas são as frases que mais me recordo que a minha mãe me falava, mas sempre acreditei que eram apenas palavras vazias. Mas agora que descobri a ligação da minha mãe com o patriarca, acho que aquelas palavras eram cheias de sentimentos. A minha mãe deve ter sido uma mulher muito especial, pois ela conseguiu ser amada por Akito.

Saki lhe sorri. Tinha quase certeza de que seu plano poderia dar certo. Ela iria aproximar aqueles dois que amavam a mesma mulher quando eram crianças.

O caminho até a casa do Shigure, foi um pouco mais demorado do que imaginavam, já que Hanajima não abriu mão de passar por duas padarias que ficavam no caminho.

by DonaKyon

20/10/2009

151



Kyo esperava encostado em um banco que ficava de frente para a saída da estação de trem. Não tinha combinado nada no dia anterior que iria esperar por ela, mas lhe parecia que aquilo era um pouco óbvio, afinal agora eles estavam namorando. Já sabia, pelo horário que a garota tinha chegado naquele trem que acabará de parar na estação, pouco tempo depois a Hanajima passava pela catraca com os pensamentos bem longe, e ao ver que o garoto a esperava, faz a maior cara de espanto.

#Para ela não era óbvio que eu estaria aqui.#

Hanajima caminha até ele com a mesma calma de sempre.

-Bom dia. Aconteceu alguma coisa?

-Eih, não tava na cara que eu ia te esperar aqui?

-Sinceramente não.

O garoto dá um suspiro e depois olha nas mãos da colegial e vê que ela estava levando apenas a sua pasta escolar. Ele lhe bem sério e fala com um tom mais bravo em sua voz.

-Eih, cadê o meu bentô?

-Seuuu? Bentôôo?

-É! O meu bentô que você levantou às 5 da manhã pra preparar para mim?

-Você está lendo muito mangá ou assistindo muito anime?

Kyo ao escutar aquilo e ao ver a expressão de extrema calma que a garota mantinha em seu rosto, não consegue mais manter a representação, e começa a rir.

-Ahahahah.... Essa é a minha namorada...ahahahahha

Ele pega a pasta que a Hanajima levava, segura em sua mão direita e começam a caminhar pela tranquila rua. A garota lhe olha e percebe que ele, apesar de estar com o semblante mais leve, tinha em seu olhar algum tipo de preocupação.

-O que está te preocupando?

-Saki, tem certeza que não consegue ler os meus pensamentos?

Ele olha para a garota e nota que ela estava um pouco envergonhada. Ainda não tinha se acostumado com ele a chamando apenas pelo nome.

-É um pouco estranho, mas eu gosto.

-Se quiser eu volto a lhe chamar de Hanajima.

-Não, pode me chamar só pelo meu nome. O que te preocupa?

-Akito.

-Aconteceu alguma coisa?

-Ontem pela primeira vez ele falou..

-ELA falou...

-Sim, elAA falou comigo sem me ofender... Até falou que eu era “bonitinho e mal educado”.

-Ahahahah, aposto que deve ter caído de queixo no chão quando escutou isso.

-Saki, você é uma bruxa mesmo!

O garoto lhe olhava sorrindo e havia lhe falado aquilo com um tom doce em sua voz, a colegial volta a olhar para frente e lhe responde com o mesmo tom.

-Os gatos sempre estão com as bruxas.

Kyo abre um pouco mais o sorriso que já estava em seu rosto. Graças aquela garota, agora ele estava conseguindo sorrir de uma maneira mais natural. Os dois caminham em silêncio e de mãos dada por um tempo, como tinham tempo, caminhavam sem a menor pressa em direção do colégio.

#Por quanto tempo poderemos fazer isso? O meu maior desejo é que Akito nunca mais recupere a sua memória. Ficar com essa incerteza é algo que me deixa muito puto. E se a noite o Akito se lembrar de tudo? Amanhã não poderei estar assim com ela. Eu tenho que aproveitar o máximo que puder para ficar ao seu lado. Quero saber de tudo sobre a sua vida, suas dores, suas alegrias. Droga! Por que é que temos que ir para a escola agora? #

O possuído para de caminhar e a garota lhe olha a procura do motivo.

-Saki, eu sei que isso tem mais a cara daquela delinqüente do que da sua, mas o que acha da gente cabular a aula de hoje?

-Cabular a aula?

-É... A gente não sabe até quando isso irá durar.... Eu quero saber mais sobre você.... Só por hoje, vamos faltar e ficar esse tempo juntos.

-Hum... Mas o almoço de hoje lá da cantina é muito bom..... Por outro lado a gente poderia ir naquele restaurante de udon que abriu há pouco tempo, antes passaríamos por aquela sorveteria, depois, daria para comer aqueles takoyakis lá do parque....

-Mas... que falta de romantismo, heim..?

-Não se preocupe, não pedirei nada que tenha nira, assim poderemos comer tudo juntos.

#Retiro o que disse antes.#

by DonaKyon

18/10/2009

150


O coração do Yuki batia ainda mais forte agora que acompanhava o Haru até o banheiro. Assim que entram, ao ver que não tinha ninguém lavando as mãos, o boi rapidamente puxa o rato para dentro de um dos reservados e fecha a porta. Yuki, que fica exprimido entre o vaso sanitário e o possuído, nem tem tempo para falar que aquilo era perigoso, pois assim que fecha a porta, o Haru lhe beija.

Aquele beijo não era apenas um pedido de desculpa, era também um beijo de profunda gratidão ao Yuki. O garoto em nenhum momento o tinha culpado, e nem lhe abandonou. Ficou ao seu lado e quando mais ele precisou de um abraço, ele o abraçou. O sentimento que um sentia pelo outro tinha aumentado de uma maneira que nem mesmo eles próprios conseguiam acreditar que aquilo era possível. Durante uns cinco minutos os garotos se beijaram sem se importarem com o que estava acontecendo do lado de fora daquele reservado, e nem escutaram o sinal batendo.
Quando os garotos separam os seus lábios, o possuído pelo rato encosta sua cabeça no ombro do Haru e lhe sussurra em seu ouvido.

-Você sempre esteve me amando, a partir de agora é a sua vez de ser amado por mim.

Ao escutar aquilo, o coração do garoto parecia que ia explodir, ele segura na mão direita do Yuki e a coloca sob o seu peito. O primo lhe olha um pouco impressionado ao sentir o quanto que batia o coração do Haru naquele momento.

-Você sempre foi o único que fez o meu coração bater assim. Sempre me sinto mais vivo quando estou do seu lado. É por isso que eu sempre te amei.

Os olhos de cor ametista do possuído ficam ainda mais brilhantes naquele momento, ele dá um pequeno sorriso com os lábios e abaixa o seu olhar em direção da sua mão que ainda estava sob o coração do Haru.

-Isso não foi justo. A sua declaração foi mais bonita do que a minha.

-Então está um a zero pra mim, mas você pode tentar empatar o jogo.

Quando os lábios dos dois tinham acabado de se encontrarem mais uma vez, eles escutam que alguém estava batendo na porta do banheiro.

-Eih Haru-kun, está aqui?

-Fala Momiji-kun.

-É que a aula já começou... A sensei me mandou vir ver se estava tudo bem com você.

-Estou bem. Já estou indo pra sala.

-Tá... Eih Yuki-kun, a sua aula já começou também.... hihihihihi....

O coelho sai do banheiro dando risadas e o Yuki fica roxo de vergonha. Haru abre a porta do reservado rindo também.

-Ahahahahah... esse coelho é bem esperto pra idade dele.

-Ele tem a sua idade, Haru.

-É mesmo!

Os dois possuídos saem do banheiro como se nada tivesse acontecido, mas com os seus corações batendo muito mais tranqüilo agora. A sala de aula deles ficava em andar diferente e com um sorriso nos lábios o Yuki se despede e sobe as escadas. Ao entrar na sala, a Mayuko-sensei tem que parar a aula, pois era impossível falar com todo aquele barulho.

-Chega! Chega! O Sohma-kun pode se sentar. Espero que na hora que o Kyo-kun chegar, esse barulho não se repita.

O possuído vai se sentar no seu lugar e vê que as carteiras do Kyo e da Hanajima ainda estavam vagas.

by DonaKyon