04/08/2007

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_ O que você quis dizer com isso, Shigure! *Akito novamente eleva o tom de voz para exigir ser ouvida, e o silêncio do jardim faz com que suas palavras ecoem por alguns segundos, até que Shigure se vira para lhe responder*

_ Não quis dizer nada, senhor patriarca. Agora, com a sua licença, vou voltar para a festa. Eu não tenho tantas coisas importantes para fazer lá, mas estou brincando com os meus amigos.

_ Gure-nii, porquê está falando assim comigo? *O tom agressivo da voz da menina se torna melancólico, e ela resmunga quase chorando* Não fala assim comigo, Gure-nii...

_ Vai chorar agora? Acho que não é apropriado pro patriarca ficar chorando pelos cantos como um moleque que fez travessuras e se arrependeu. *Akito fica mais irritada ainda com as palavras de Shigure, avança na direção dele e o empurra com toda sua força, fazendo com que ele saia da sua frente e ela possa entrar novamente, chorando, no salão. Ela já sobe em direção aos quartos sem falar com ninguém, seguida da senhora Yoko. A festa toda repara na situação, e a mãe de Shigure fica ainda mais transtornada ao ver Shigure entrar no salão novamente, da mesma porta que Akito saiu chorando. Ela corre imediatamente ao encontro do filho, o puxa pelo braço, fala algumas coisas que apenas ele ouve, e o carrega para fora da festa, se despedindo rapidamente das outras pessoas*

#Nossa... Seja lá o que o Gure-chan falou pra Akky-chan... Surtil algum efeito!# *Ayame finalmente se levanta do canto que estava. A maioria dos pais tomaram as bebidas "temperadas" por ele e por Shigure, e já haviam se retirado do salão. A mãe dele estava apenas procurando por ele para ir embora também*

~~~~~~^.^~~~~~~

_ O senhor está melhor, senhor Akito? *Akito nada responde e continua jogada na cama, de bruços e com a cara enfiada no travisseiro* O senhor provou daquela bebida, foi isso? Foi a peste do Ayame e do Shigure que devem ter botado pimenta, todos estão passando mal e-

_ Sai daqui, Yoko. Quero ficar sozinho.

_ Sim senhor...

By Thata Srta Rainey

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_ O que você quer, Shigure? *Akito, ainda com raiva, não chama o amigo pelo apelido carinhoso que costumava chamar*

_ Vim me apresentar ao seu mais novo melhor amigo, Akky-chan. *Shigure dá um falso sorriso a menina, que nada responde. Ele vira novamente para o garoto* Eu sou o Shigure, o possuído pelo espírito do cão.

_ Ah, eu já sei, já tinha ouvido falar de você.

_ Já se apresentou, já pode ir, Shigure. *Akito responde impaciente com a presença dele*

_ Calma, Akky-chan. Não vou roubar seu novo favorito de você não. Estou apenas conversando com ele, não posso?

_ O que que é, hein Shigure? Que história é essa de novo favorito?

_ Oras.. Primeiro você brincava com a gente... Depois, se encheu e foi brincar só com o Reno-chan. E agora, até dele você se encheu e está aqui com esse garotinho mimado que faz as suas vontades. *Yuki ouve as palavras mas resolve não se meter na briga*

_ Já que você está com tanta vontade de brincar com o Yuki, eu vou brincar com o Reno-chan. Tchau pra vocês! *Akito se levanta e caminha rapidamente em direção ao Hatori e ao Kureno, mas Shigure lhe segura pelo braço*

_ Espera, Akky-chan. *Ela pára, mas olha pra ele ainda enfezada*

_ Que foi agora?

_ Posso falar com você lá no jardim?

_ No... Jardim? *Akito pergunta para ganhar tempo de pensar numa resposta*

_ É. Vem. *Antes que ela responda, Shigure a puxa pelo braço para o lado de fora da casa*

_ O que você quer comigo? Sabia que eu sou o patriarca, e que não pode me puxar por aí como se eu fosse um amiguinho seu?

_ Esse é o problema! Antes você era um amiguinho meu! Agora essa história de patriarca lhe subiu a cabeça!

_ É que ao contrário de você, eu tenho mais o que fazer na minha vida! Não sou um moleque que fica por aí fazendo travessuras! Sou o patriarca da familia Souma, amado e respeitado por todos.

_ Respeitado pode até ser. Mas você não pode obrigar ninguém a te amar. *Shigure sai andando, e Akito ainda permanece alguns segundos parada, mas logo alcança ele*

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*A festa continua, um tanto tediosa para a maioria dos convidados: apesar da fartura de comida e bebida, há um clima inevitável de desconforto entre as familias dos possuídos e a autoridade do patriarca dada à uma criança; e o grande número de crianças muito pequenas presentes na festa, contribui para que os pais fiquem ainda mais desgastados em cuidar delas naquele ambiente. Quem mais parece se divertir é Ayame e Shigure, que aproveitam a festa para aprontar algumas brincadeirinhas. Hatori está no mesmo canto, agora brincando com Kureno, e Akito, que continuou irritada com o pouco caso que Shigure fez da sua presença, foi pro outro lado do salão brincar com o possuído pelo rato*

_ Pára um pouco, Gure-chan, espera... *Ayame está recuperando o fôlego, com as mãos no joelho para respirar melhor*

_ Que foi, Aya-chan, já cansou, é? *Shigure ainda está com todo o pique para continuar botando pimenta na bebida que seria servida aos pais dos possuídos*

_ Claro! A bruxa da Yoko quase nos pegou, se eu não tivesse corrido naquela hora....

_ Culpa sua que é um descuidado. *Shigure senta no chão para esperar o amigo se recuperar, e logo ele se senta ao lado do cão*

_ Já que paramos um pouco.. Vamos conversar, Gure-chan. *Shigure olha com cara de quem não entendeu para Ayame* Um pouco antes de você chegar, a Akito estava lá conversando com a gente de mãos dadas com o Reno-chan... *Shigure finge não se preucupar com a situação e continua admirando a festa* Fora que agora ela só anda com o Rato. *Nessa hora Shigure pára os olhos em cima da garota, que está sentada no chão na companhia de Yuki, o rato* E você não vai fazer nada? *Shigure permanece alguns segundos calados, mas logo se levanta*

_ Vou. *Ayame permace sentado, e vê Shigure caminhar em direção a Akito e Yuki*
#O que esse maluco vai fazer?#

_ Oi, você que é o Yuki, né? *Shigure cumprimenta o rato, que até agora não tinham se falado apesar de um saber da existencia do outro*

_ Sou sim.. Prazer.

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*Akito caminha de mãos dadas com Kureno, sorridente, na direção dos amigos, mas logo muda de semblante ao ver que Shigure não está com eles*

_ Oi gente! Cadê o Gure-nii? *Eles todos se cumprimentam e Ayame não deixa de reparar nas mãos dadas da menina e do galo*

_ Não sei, Aya-chan. Pelo visto ele se atrasou. Deve ter perdido a hora.. *Hatori explica a Akito, mas as palavras dele só deixam a menina nervosa*

_ Perdeu a hora da minha festa? Como ele pode fazer isso, eu sou o patriarca! *Akito fala quase gritando, chamando a atenção de algumas pessoas perto do grupo*

#Definitivamente, ela não é mas a mesma# *Hatori pensa em silencio enquanto Kureno olha assustado para a menina, e Ayame se controla para não botar mais lenha na fogueira. No meio do instante de silêncio, Akito vê a porta da frente abrir e Shigure entrar, acompanhado como sempre de seus pais. Antes que Kureno pudesse acenar para o amigo, Akito solta a mão dele e caminha furiosa na direção do cão*

_ Quem deixou você se atrasar?? *O tom de voz de Akito é bem alto, e a mãe de Shigure, apavorada, tenta explicar a situação*

_ Nos perdoe, senhor patriarca! É que..-

_ Responde, Shigure! *Akito nem olha para a mulher, e mantem os olhos fixos em Shigure, e este não parece se importar muito com os gritos da garota*

#Pelo visto sentiram mesmo a minha falta# *Shigure evita o sorriso que veio junto com o pensamento*

_ Desculpa, Akky-chan. Não pensei que ia sentir tanto a minha falta, já que tem tantas pessoas pra andar ao seu lado..

_ Shigure, não fale assim com o patriarca! *A mãe do garoto lhe segura pelo braço, mas ele faz um movimento para soltá-lo novamente*

_ Não importa quantas pessoas tenham aqui! Você é um possuído e tem que ficar do meu lado como todos os outros! *Antes que Shigure pudesse responder alguma coisa desnecessária, Akito o segura pela mão e o puxa até o grupo que estava antes, largando os pais do garoto ainda em pé na porta. Os dois se juntam ao grupo e conversam, apesar de Akito ainda estar com raiva*

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*A festa começa e todos estão presentes, menos o patriarca - que ainda não se aprontou - o possuído pelo cachorro - atrasou - e o possuído pelo gato - o gato nunca comparece a festa, mas está do lado de fora, vendo as pessoas que chegaram e brincando sozinho por ali*

_ Você viu o possuído pelo gato, Tori-chan? *Ayame pergunta logo que avista o garoto na janela, pelo lado de fora, espiando curioso a festa que lhe era proibida*

_ Vi sim...

_ Vamos lá implicar com ele, Tori-chan? *Os olhos de Ayame brilham com a idéia, mas Hatori está mais interessado em ficar quieto no seu canto*

_ Deixa ele em paz, Aya...

_ Humpf, você é um chato. *Ayame cruza os braços e encosta na parede ao lado do amigo* Aposto que o Shigure viria comigo!

_ Então vá chamar ele.

_ Ele ainda não chegou, senão eu ia mesmo! *Ayame está emburrado na parede, mas já começa a olhar em volta procurando algo que possa o destrair*

_ Hum, verdade, ele tá atrasado... Ainda bem que o Akky-chan também não chegou.

_ Ainda bem porquê? *Ayame já se interessa pelo assunto* Até parece que ela ia fazer alguma coisa contra o Gure-chan! *Ayame pára um pouco pra pensar e logo volta a falar* Se bem que.. Agora é o rato que não desgruda do lado dela.

_ Aya-chan, já disse pra você, não o trate como menina! Você vai se acostumar mal e vai acabar falando isso na frente de alguém. Aliás, falando dele, olha ele aí. *Hatori aponta para Akito, que chega ao salão de sua festa, e é olhado e comentado por todos no salão. Akito caminha no meio das pessoas, e todas vem até ela para lhe cumprimentar. Ela responde algumas palavras por educação mas seus olhos procuram no meio da multidão de pessoas, algum rosto conhecido. Ela avista o Kureno, este está segurado pelo braço de sua mãe. Após Akito avistar o menino, a mãe imediatamente o solta e ele vai até ela*

_ Olha lá, a Akky-chan viu o Reno-chan antes da gente! *Ayame aponta para o garoto, e logo os dois também são avistados pela menina, e Ayame acena*

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*Akito espera ficar realmente sozinha no quarto e caminha até a sua cama, onde está o quimono #Melhor eu me arrumar mesmo. Já que tenho que ir, serei o mais bonito daquela festa# Ela começa a tirar as suas roupas, se enrola em uma toalha e espera Yoko voltar ao quarto*

_ Senhor Akito. *Yoko entra formalmente no quarto de Akito* Seu banho já está pronto. *Akito faz um sinal afirmativo com a cabeça e caminha junto com Yoko até a sala de banho*

~~~~~~^.^~~~~~~

#Ai ai.. Essa festa vai ser uma chatice. *Shigure está recostado na sua cama sem ânimo de se arrumar* Mas eu vou aproveitar a chance e..-

_ Shigure! *A mãe Shigure entra no quarto derrepente* Você ainda está assim, moleque?! Quer se atrasar pra festa de ano novo?

_ Quero.

_ Queeer??! *Ela vai em direção dele e o puxa de cima da cama* O senhor Akito vai ficar aborrecido com você, é isso que você quer? *Shigure nada responde, e continua sério, como se não prestasse atenção em nada do que a mãe fala* Não quero pra esta familia a ira do patriarca!

_ Que exagero, mãe. Só estou com preguiça de me arrumar. *Shigure faz um gesto de quem vai sentar novamente na cama, mas a mãe o agarra pelo braço*

_ Vai se arrumar agora!

_ Mas eu quero chegar atrasado. Eu sei que todos vão ficar esperando por mim mesmo. *Shigure dá um risinho safado, mas pára ao ver a cara transtornada de sua mãe* Tá bom, eu vou me arrumar. Mas agora espera lá fora, né! A senhora não quer que eu me troque na sua frente, ou quer?

_ Oras...! Humpf.. *Ela caminha em direção a porta, e antes de sair olha novamente para dentro do quarto - percebe a bagunça mas prefere não falar nada - e pára o olhar no rosto tranquilo e despreucupado do filho* Mas é pra se arrumar mesmo! Se eu voltar aqui e você estiver desse jeito.....

_ Tá bem. *Shigure caminha até a porta e a fecha antes que a mãe comece a falar de novo. Ele volta e deita na cama novamente* #Acho que essa festa pode ser divertida... Mas agora, vou tratar de me atrasar. *Novamente da um sorrisinho e pega um livro*

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