19/12/2009

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Os possuídos se levantam, vão para a sala, e vêem a Akito descendo as escadas, vestida com um vestido preto longo, um pouco justo ao corpo, mas com alguns babados na região dos seios, dando uma falsa idéia de que a garota tinha muito mais seios. Uma fenda na lateral do vestido deixava a vista o sapato com um pequeno salto. Seus curtos cabelos estavam presos com pequenas presilhas. Estava extremamente feminina, sensual e linda.

-SENHORITA AKITO, ESTÁ LINDA!

Tohru a olhava completamente admirada. Akito descia os últimos degraus se sentindo um pouco envergonhada e caminhando com um pouco de dificuldade, mas não tinha ainda percebido que isso era devido ao sapato de salto que nunca tinha usado em sua vida.

Hatori e Shigure não conseguiam falar nada, o que deixava o Ayame completamente satisfeito com o seu trabalho, pois sabia que aquela reação era a sua altura. Não havia palavras suficientes no mundo para descrever algo tão perfeito e tão belo.

O coração do médico batia muito acelerado. Aquela garota que estava agora parada a sua frente, não estava apenas linda, era a pessoa mais feliz e livre que ele tinha visto.

#Serei eternamente grato a Hanajima. Foi ela quem possibilitou a Akito esses dias de liberdade. Definitivamente não deixarei que os Sohmas tomem essa felicidade dela.#

-Vamos Akky. Agora você irá vestir aquele quimono de festa todo bordado.

-NÃO!

Hatori finalmente sai do seu transe e segura na mão da garota antes que ela dê o primeiro passo.

-Eu sei Tori-san que a Akky ficou perfeita com esse vestido preto. Mas eu tenho mais uns quinze, mais maravilhosos e mais divinos do que esse preto que é mais básico e simples, para ela experimentá-los.

-Me desculpe Honda-san, mas, a Akito e eu não iremos jantar aqui.

Hatori começa a caminhar puxando a Akito consigo, e sem se despedir dos demais, o casal sai da casa.

-Viu só isso Guretti? O Tori-san, não me deixou brincar com a Akky!

-Ahahaha, era isso mesmo que você ia fazer com ela. Deixa a Akito curtir esses momentos de felicidade com o Haa-san.

-O senhor a deixou ainda mais linda do que ela já é, Ayame-san.

-É claro que sim, minha jovem vassala. Pelas minhas mãos, até mesmo você que é uma abóbora se transformaria na mais bela cinderela.

-Aaya, deixa o Momicchi-kun escutar isso que verá um coelho muito bravo.

-Como o que ficarei bravo, Shii-chan.

-Ahahaha, falando do coelho.... Onde estão os outros Momicchi-kun?

-Estão sentados lá perto do laguinho.

-O meu amado, idolatrado e perfeito irmãozinho está com a ralé também?

-Não. O Yuki-kun não está com eles.

-O Kyo se deu muito bem com os irmãos Hanajima.

-Não é só com eles. Ele até cozinhou para a Akito-san hoje, né, né, Tohru-chan?

-O QUE?

Shigure e Ayame falam ao mesmo tempo, era impossível acreditar naquilo, e muito mesmo imaginar a cena.

-Ah, e ele até mesmo mandou a Akito-san lavar a louça do almoço.

-AHAHAHAHAHAHAHA, escutou essa Guretti, o pequeno gatito laranja está achando que pode se aproveitar da situação para mandar na nossa Akito. Ahahahah

-AHAHAHAHAHAHAHAhAH. Queria ter visto a cara da Akito... Até parece que ela ia fazer qualquer coisa que ele tenha lhe mandado fazer. Ahahahaha

-Mas ela o obedeceu sim.

Os possuídos pelo cão e pela serpente param de rir assim que o coelho termina de falar, e ambos tem a mesma sensação. A perda de memória da Akito poderia se transformar posteriormente em algo muito dolorido para o Hatori e para o Kyo.

-Tenho a impressão de que a senhorita Akito também está se dando muito bem com o Kyo.

Os dois amantes se olham e não falam mais nada. Momiji percebe que os dois estavam um pouco inquietos, como se quisessem falar algo que a garota não poderia escutar.

-Tohru-chan, esse coelhinho irá lhe ajudar com a janta. O que iremos preparar?

Os dois namorados vão para a cozinha deixando os dois adultos na sala sozinhos.

by DonaKyon

16/12/2009

175


Ao escutar aquela informação, o médico desesperadamente desamarra o laço do avental e o joga sob a cabeça da órfã e dá um enorme passo para trás se afastando o máximo que podia da pia.

-Ah, estão aqui!

Shigure para na porta e percebe que o primo estava em atitude suspeita, o escritor lhe olha com a sobrancelha um pouco arqueada e de desconfiança, tinha certeza de que o médico estava fazendo algo até a poucos instantes, porque ainda estava com a respiração ofegante. Ele olha para as duas garotas paradas na frente da pia, a Akito com o pano e a louça em suas mãos e a Tohru que estava tirando um avental de cima da sua cabeça.

-AKKY!! Venha! Venha! Deixa que essa jovem vassala faça essas tarefas pequenas. Você precisa se livrar imediatamente desses trapos que está vestindo. Infelizmente, não havia nenhum motorista disponível para ir até o meu magnífico atelier para buscar e lhe trazer as minhas exclusivas e maravilhosa coleção. Todos os motoristas estavam ocupados com os membros do nosso clã por causa da reunião. Onde já se viu? São um bando de folgados! Deveriam ter ido a pé. Eles não sabem que andar faz bem? Mas agora o seu salvador está aqui. Vou lhe vestir divinamente. Tenho um vestido mais lindo do que o outro. Tem que ver um branco quase transparente que lhe fiz para que use no verão. Ah! E aquele preto então! Ficará muito sensual em você! Sem falar do...

Todos na cozinha agora escutavam a voz do possuído pela serpente que ia ficando cada vez mais distante. Ayame nem tinha dado à Akito a oportunidade dela os cumprimentar. Ele simplesmente entrou na cozinha, tirou as coisas que ela tinha nas mãos praticamente jogando em cima da Tohru, depois segurou em sua mão e a levou para o quarto, enquanto que puxava a enorme mala com a outra mão.

-Muitíssimo boa tarde, Shigure-san.

-Boa tarde, Tohru-kun. E me conte o que é que o Haa-san estava aprontando.

-Nada! O Hatori-san só est..

-SHIGUre! O que o Kazuma-san te falou? Não achou muito estranha a atitude da Yoko-san? Vamos lá para a biblioteca.

O escritor olha para a menina sorrindo e lhe fazendo um sinal para que ela lhe conta-se depois.

-Ahahaha... Só estou te seguindo porque isso é importante.

Shigure fecha a porta da biblioteca e se senta em sua cadeira de trabalho enquanto que o médico se senta no pequeno sofá de dois lugares ao lado da janela.

-Então achou suspeita a atitude da Yoko-san?

-Claro! A velha nunca desobedeceu a uma ordem dada pela Akito.

-Mas o que ela ganharia com isso?

-Isso ainda não sabemos, mas certamente deve ter uma forte razão.

-Espero que sim. Não quero levar a Akito para a sede sem antes descobrir isso.

-Ela se lembrou de alguma coisa?

-Sim. E foi de algo relacionado à Eiko-san.

-O que ela lembrou?

-Parece que foi de uma brincadeira que elas faziam.

-De ficar rodando com os pássaros?

-Eu não sei ao certo.

-Adorava ver o rostinho de felicidade da Akito quando ela ficava brincando disso com a Eiko-san. É uma pena que com o tempo a gente vá se esquecendo dessas pequenas coisas.

Hatori não consegue evitar que uma pitada de ciúmes doa em seu coração, ao perceber que o Shigure sempre esteve muito mais ao lado da Akito do que ele, e que talvez a conhece-se muito mais do que ele.

-Do que mais elas brincavam?

-De poucas coisas. A Yoko-san sempre estava por perto cuidando para que a Akito fosse sempre tratada como um homem.

-Cadê aqueles dois? Eles tinham que estar aqui para contemplarem a minha maravilhosa e sublime criação.

by DonaKyon

174


-Então ela nunca irá se lembrar dos possuídos?

-É possível. A Saki-chan, fica triste com isso?

-Eu não sei.... Acho muito triste ela não se lembrar de nada do seu passado, mas por outro lado, ela parece estar feliz por ter se esquecido de tudo.

-Enquanto ela mesma estiver desejando se esquecer de tudo, a sua memória não irá retornar.

-Essa garota deve ter tido um passado muito doloroso. Como é que ninguém percebia o quanto que ela sofria?

Megumi encosta a cabeça no braço da irmã e lhe fala com o coração cheio de admiração por ela.

-Mas agora a Saki-chan é amiga dela, e irá lhe proteger da mesma forma que sempre protegeu a Tohru-chan e a Uo-chan.

-Sim. Se ela se esqueceu do seu passado triste por minha causa, eu irei fazer de tudo para que o seu presente seja sempre alegre. Eu sei o que é a dor de ser sempre isolada e ignorada.

Kyo, que tinha ido procurar à namorada, olhava os dois irmãos um pouco distante enquanto eles conversavam.

#É por isso que ela sempre me compreendeu. No fundo e por diferentes razões, tanto eu, como a Saki e a Akito, sempre fomos isolados e ignorados pelos demais.#

Ao perceber que tinha pensado daquela maneira a respeito do patriarca, o possuído pelo gato dá um pequeno sorriso com os lábios.

-Em quem está pensando com esse sorriso nos lábios, Kyo?

O garoto olha para o lado esquerdo de onde vinha se aproximando a voz e vê que o Haru estava agora parado ao seu lado, e que o Yuki estava junto dele.

-Não era na Saki!

Kyo lhe dá aquela resposta por duas razões, a primeira, porque era a verdade e a segunda, era porque ainda se preocupava com o ciúmes do Haru pela Saki.

-Eu sei! Não era um sorriso de apaixonado. Era um sorriso que nunca tinha visto em seu rosto antes.

O garoto apenas lhe olhava sem entender que poderia haver diferentes tipos de sorrisos e muito menos que o dele estaria dentro daquela situação, e o mais estranho ainda era do Haru saber que ele nunca tinha sorrido daquela maneira antes.

-Como pode saber que nunca tive esse sorriso antes?

-Porque te conhece há muitos anos. Eu sei de tudo sobre você e o Yuki.

-É mesmo?? Então, como era o meu sorriso?

-O seu sorriso parecia o sorriso daquele pirralho para a irmã dele.

Yuki olha espantado para o Kyo, por que nunca tinha percebido que ele via a Tohru Honda como se fosse a sua irmã, mas entendia que aquilo era possível.

-Eu sempre a vi como uma mãe e não como uma irmã. Será que os sentimentos são muito diferentes.

-O QUE? CÊ A VÊ COMO UMA MÃE?! Tudo bem que ela é mais velha, mas não é tanto assim.

-A Honda é mais velha do que a gente? Achei que era da nossa idade.

Kyo fica imediatamente vermelho, ao perceber que o Yuki não estava pensando na Akito como ele.

#E por que ele estaria pensando nela? E POR QUE É QUE EU ESTOU PENSANDO NELA?#

O possuído pelo gato enfia a mão no bolso e vira as costas para os dois primos e caminha para o lado da namorada.

-Não entendi. O que deu nele, Haru?

-Acho que ele não estava pensando na Tohru-kun.

-Não?! Então em quem ele poderia pensar como uma irmã?

A conversa entre os dois garotos é interrompida ao escutarem o barulho do carro que se aproximavam. Yuki reconhece as pessoas que estavam dentro dele, e rapidamente pega na mão do Haru e anda com passos bem largos para a porta dos fundos da casa. Haru se deixa ser levado mesmo sem ter visto quem havia chegado.
A porta levava a pequena área de serviço ao lado da cozinha, os dois entram na casa e passam pela cozinha de mãos dadas indo em direção da porta para a sala. Hatori estava acabando de lavar a louça, com a Akito ao seu lado que a secava e a Honda que estava no outra ponta da pia, cortando os vegetais que seriam usados para o jantar daquela noite.

-O que aconteceu, Yuki-kun?

-O Shigure chegou com o meu irmão. Fala que não estou.

Yuki e Haru subiam as escadas correndo e por poucos segundos o seu querido irmão não os vêem no final da escada.

by DonaKyon