30/12/2009
182
Ren continua a folhear os livros, mas sem prestar muita atenção no que estava contido neles. Kazuma apenas a observava, estava ansioso para descobrir o segredo que aquela mulher sabia.
-Quando é que o Akito voltará?
-Creio que daqui alguns dias.
-E por que foi que justamente o senhor ficou como patriarca?
-Essa foi a decisão de Akito-san.
A mulher olha um pouco desconfiada para o professor, achava muito estranho o fato de a Akito ter escolhido precisamente o pai adotivo do possuído que ela mais odiava.
toc toc
-Entre.
Yoko abre a porta mais não entra.
-O quarto já está pronto.
-A senhora pode acompanhar a Ren-sama?
-Certamente que sim.
A mulher responde sem olhar na direção deles e começa a caminhar sendo seguida de perto pela Ren.
#Agora a Yoko-san irá sentir a perturbação que ela queria que o Kyo sentisse ao enviar aquela empregada lá para o Dojo#
O professor fecha a porta e volta rapidamente a procurar os livros mais recentes sobre a árvore genealógica dos Sohmas.
#Começarei com a geração de agora e depois irei vendo as outras mais antigas.#
Yoko caminhava sem falar nada, quando chega no quarto, ela abre a porta e a Ren entra.
-De volta ao meu antigo quarto.
-Esse nunca deveria ter sido o seu quarto.
-A Tsukiko-sama ficou muito feliz quando eu passei a ficar em seu antigo quarto.
-A falecida esposa do Akio-sama era uma alma muito generosa, por isso nunca viu a víbora que tinha ao seu lado.
-Cuidado Yoko, eu posso voltar a ser a esposa do patriarca, afinal o Kazuma-sama é um homem solteiro.
Yoko fecha as mãos com a pouca força que ainda tinha em seus braços.
-Você é uma mulher baixa o suficiente para fazer isso. Sempre tive certeza de que se casou com o Akira-sama por esse motivo e não por amor.
-Ahahahah, e a senhora morreria feliz se isso acontecesse, não é mesmo? Mas nunca lhe darei essa alegria. Eu sempre amei e só amarei o Akira.
#Maldita!#
A governanta se virá, mas não consegue andar muito, pois Ren a segura pelo braço.
-O que sabe da carta de suicídio da Eiko-chan?
A governanta olha para a mão da Ren em seu braço e a mulher imediatamente se lembra da outra vez que tinha visto aquele olhar em alguém. Ele era o olhar que a Akito direcionou ao Kyo, na única vez em que ele lhe tocou.
Flash-back
-Por favor, não tire o meu bracelete.
O menino chorava enquanto segurava a pequena mão que tentava arrancar o seu bracelete.
-Aki-chan, o deixa ir embora.
Shigure estava parado a poucos passos das duas crianças, mas não ousava se aproximar e impedir a Akito de arrancar o bracelete do possuído pelo gato.
-MAMÃE.... ME AJUDA MAMÃE...
#Ela nunca deveria ter sido a sua mãe seu monstro. A Eiko-chan não deveria ter sido a sua mãe.#
Akito olha cheia de ódio, magoa e nojo para aquela mão que estava sob a sua. E ao empurrar a criança para trás, ela acaba tirando o seu bracelete. E poucos segundos depois a verdadeira forma do possuído se revela a sua frente.
- Que nojo! Que coisa nojenta. Agora sei porque sempre senti muito nojo de você.
O cheio de coisa podre toma conta de toda a sala, e a Ren que estava acompanhando tudo atrás da porta começa a sentir fortes ânsias e sai correndo para fora da mansão.
-Cof cof cof..
-Ren-sama - A mulher se abaixa para ajudá-la a se levantar – cadê o Kyo-kun?
-Me desculpe Eiko-chan, mas quando cheguei já era tarde demais. O patriarca tirou o bracelete do seu filho.
-E onde ele está agora?
-Eu não sei. Sai de lá porque não agüentei o fedo do seu filho.
-Era por isso que o cheiro desagradável começou antes do Akito-san retirar o bracelete. Então, o cheiro de algo apodrecendo era o seu, Ren?
-Yoko-sama, onde está o meu filhinho?
-Ele saiu correndo. Tome, isso é daquele monstro.
A governanta joga nos pés da mulher o bracelete e logo lhe virá às costas.
-A senhora é a tia-avô desse menino. Por que não impediu a Akito-chan?
Yoko se vira rapidamente e esbofeteia a face da mãe que chorava desesperada.
-Já falei para não chamar o patriarca dessa maneira. E não me lembre que aquele monstro é da minha família.
-ELE NÃO É UM MONSTRO! O MEU FILHINHO NÃO É UM MONTRO! O ÚNICO MONSTRO QUE EXISTE NESSE CLÃ É A SENHORA!
A mulher sai correndo em direção do portão que levava para fora da sede, onde ficava a sua casa.
#Desgraçada. Irei falar com o Higuchi-kun, essa idiota ainda irá revelar que o patriarca é uma mulher. A gente já devia ter se livrado dela, assim que o possuído do rato nasceu.#
by DonaKyon
181
Ren se aproximava da porta principal da mansão do patriarca, com seus longos cabelos negros soltos balançando ao sabor do vento, que estava bem forte e gelado naquela manhã. Vestia o último presente que havia ganhado de seu falecido esposo, um belo quimono de seda preto com diversas flores bordadas. Certamente, aquele quimono era um dos mais ricos e delicados, e que poucos no mundo seriam capazes de fazê-lo. Aquele quimono era apenas usado pelas esposas dos patriarcas, e era passado de uma geração para outra.
A mulher mantém a sua cabeça erguida e olhava cheia de raiva e ódio em direção da mansão.
-R-ren-sama... A a se-senhora não pode...
A ex-mulher do antigo patriarca passa direto pela pobre empregada que estava na porta da casa, e a sua fiel empregada, que a acompanhava, também entra sem dizer nada. Ren entra na sala e olha para todos os lados. Finalmente ela colocava os seus pés na mansão, o local onde ela mais sentia a presença do seu amado esposo, e que estava proibida de entrar desde que o Akira tinha morrido.
-Onde está o Kazuma-sama?
-E-ele está na bibl...
-Não precisa responder nada a essa louca.
Yoko se aproximava com passos tranqüilos e seguros, seu olhar para Ren era igualmente cheio de ódio, não apenas por ela estar novamente dentro daquela casa, mas principalmente por estar vestindo exatamente aquele quimono. Ren a olha cheia de superioridade e percebe que a roupa havia chamado a sua atenção assim como ela queria.
-Bom dia Yoko. Vejo que ainda se lembra do quimono de minha sogra.
-Saia daqui imediatamente Ren.
-Bom dia Ren-sama.
As quatro mulheres olham para o Kazuma que chegava a sala.
-Bom dia Kazuma-sama. Estou aqui conforme me pediu.
-Yoko-san, peça as empregadas para deixarem o antigo quarto da Ren-sama arrumado. Ela irá voltar a morar aqui na mansão.
-O quee?
A velha mulher precisa se controlar ao máximo quando escuta aquilo, suas pernas começam a tremer e a sua respiração fica mais acelerada. Ren a princípio fica tão surpresa quanto a Yoko, mas depois de olhar um pouco mais atentamente para o Kazuma, ela percebe o que estava acontecendo.
#Será que ele já descobriu?#
-Ren-sama, vamos até a biblioteca enquanto o seu aposento não está pronto.
-Até quando ela ficará aqui, Kazuma-SAMA?
-Até o Akito-san retornar.
O homem percebe o quanto que aquela notícia havia desestabilizado a velha governanta. Ele começa a caminhar pelo longo corredor seguido pela Ren. Assim que entram na biblioteca, a mulher vê os vários livros que estavam espalhados pelo tatame.
-O Kazuma-sama já encontrou?
-Ainda não.
-Então, por que quer que eu fique aqui na mansão?
-Me desculpe, Ren-sama, os meus motivos são pessoais. Se importaria de ficar esse tempo aqui?
-De forma alguma.
Ren se aproxima da mesa e vê um livro muito antigo sobre a árvore genealógica dos Sohmas.
-O senhor deveria começar dos mais recentes.
Aquela informação deixa o professor muito surpreso.
#O que é que ela quer que eu encontre?#
A mulher começa a olhar os outros livros e percebe que o homem buscava informações sobre a maldição dos possuídos.
-Realmente deve amar muito o filho da Eiko-chan.
-A Ren-sama sabe algo sobre a carta de suicídio da Eiko-san?
-Carta de suicídio?! A Eiko-chan deixou uma carta? Por que é que ela se matou?
-Não encontramos a carta ainda.
-Nunca entendi o que levou aquela menina a se matar.
-Eu não sabia que a Eiko-san tinha tomado conta da Akito-san quando criança.
-A Yoko fez isso para me atingir. Ela sabia que eu gostava muito da Eiko-chan. Foi por isso que a chamou para ser bába do Akito, e também a fez se casar com o idiota do sobrinho dela.
#Gostaria de entender a razão do ódio dessas duas.#
By DonaKyon
28/12/2009
180
-Mas que garota ingrata! Só porque agora tem um namorado me deixou para segundo plano. Ela vai ver só.
Shigure desce para atrapalhar a conversa dela com o médico.
Kyo dá um longo suspiro e se senta no chão colocando a mão na testa.
-Não adianta sofrer por antecipação.
-Cala a boca Ratazana! Pra você nada irá mudar com ela se lembrando ou não.
Yuki se sentava ao lado do Kyo.
-Todos nós iremos perder essa Akito. Nenhum dos possuídos a conheciam também.
-Mas a vida de vocês continuará a mesma. Principalmente a sua, que nem irá perder o namorado.
-Kyo, por que você não faz o mesmo comigo?
-OQUEE????
Kyo se afastava um pouco do garoto e lhe olhava todo abismado.
-Por que não me dá uma oportunidade assim como fez com a Akito?
-Ahhh, era disso que estava falando...
-Do que achou que era?
-Err... Nada não.
-Da mesma forma que você não conhecia essa Akito e foi capaz de se aproximar dela e de ficar seu amigo, você também não me conhece, e eu também não te conheço. Agora estamos morando juntos e estudamos juntos. Por que não tentamos ser amigos?
Kyo se levanta e olha para o Yuki que estava sentado no chão.
-Volte a conversar comigo sobre sermos “amiguinhos” depois que Akito recuperar a memória e mandar me aprisionar lá no retiro. Acredito que lá terei muito mais tempo para pensar nessa sua proposta.
O gato entra no seu quarto e fecha a porta. Yuki dá um forte tapa em sua testa e encosta a cabeça na parede.
#Como eu sou estúpido! É claro que para ele faz uma tremenda diferença Akito voltando a ser o que era antes. A vida dele não será igual. Ele não perderá só a namorada, como também perderá a liberdade.#
Yuki sente uma suave mão tocando a sua e olha para o seu lado esquerdo, e vê a Honda com o seu sorriso cheio de esperança para ele.
-O dia de hoje é completamente diferente do dia de ontem. Vamos acreditar que mesmo se recordando de tudo, essa Akito não irá mais desaparecer de nossas vidas.
O possuído pelo rato só consegue lhe responder com um sorriso, por que Akito e Shigure estavam subindo as escadas.
Akito estava empoleirada no pescoço do primo enquanto subiam as escadas.
-Eu não sabia que era tão ciumento assim, Shigure.
-Sou mesmo, e daí?
-Ahh, Tohru, Yuki.... Me lembrei de uma coisa do meu passado.
-Que ótimo Aky-chan.
-E o que se lembrou Akito?
-Do meu pai. E o meu NA-MO-RA-DO – Akito fala aquilo bem no ouvido do Shigure que estava ao seu lado – me confirmou que o que lembrei aconteceu mesmo.
-A-KI-TOOO... eu vou deixar o Haa-san viúvo de namorada.
-Ahahahah
Akito saiu correndo para dentro do quarto que estava ocupando sendo perseguida pelo escritor, enquanto que a Tohru e o Yuki se levantavam do chão.
-Tem razão Honda-san. A Akito de ontem não conhecia o que era o amor.
Os dois começam a escutar as risadas alegres de Akito que vinha do quarto.
-Ainda bem que vocês não se transformam com o abraço dela.
-Já imaginou, Honda-san?
-TOHRUUU VENHA ME AJUDAR! TIRA ESSE ESCRITOR DE FOLHETIM DE CIMA DE MIM.... AHAHAHHA.
-Acho melhor a senhorita não ir. Vai que por um acidente, o Shigure esbarre em você.
-É melhor não arriscarmos mesmo.
-AHAHAHAHAH..... TOHRUUUUU.... AHAHAHAH
-VOCÊS QUEREM CALAR ESSAS BOCAS! AMANHÃ EU TENHO AULA E TENHO QUE DURMIR!
Kyo que havia aberto a porta do quarto só para gritar com eles, já tinha voltado a fechá-la quando Akito e Shigure saem correndo do quarto da Tohru e abrem a porta do quarto do garoto só para pularem em cima dele enquanto se matavam de rir.
-AHHHHH SEUS IDIOTAS! SAEM DE CIMA DE MIM!!
-Nossa, mais uma para a nossa lista! O Kyo chamando Akito de “idiota”.
-Ahahah...
Yuki e Tohru só acompanhavam o que estava acontecendo escudando o que vinha do quarto.
-Ahahahahha.... Quer dizer que amanhã não irá matar aula, Kyo?
-ahahahhaha se quiser eu posso levar a Aky-chan para passear e deixar a casa livre para os bombinhos... ahahah
-SOMEM DAQUI!! VÃO DORMIR!!! ME DEIXEM DURMIRRRR.
by DonaKyon
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