27/12/2008

27


Kyo esperava pela Hanajima sentado no banco, com o tronco um pouco inclinado para frente e segurando as duas mãos. Já estava arrependido por haver pedido aquela conversa com ela, afinal, odiava falar sobre si próprio, tinha certeza de que ninguém queria saber sobre ele ou seus problemas, mas de repente apareceu a Tohru na vida deles, a primeira que queria estar junto deles e agora havia surgido também a Hanajima, que também queria escuta-lo.

A garota psíquica havia imitado o gesto do possuído saindo sem avisar aos outros, ela chega até o jardim e fica apenas observando o garoto sentado, quando ele percebe que não estava mais sozinho, se levanta e fica parado na sua frente lhe olhando.

-E agora? Cê leu os meus pensamentos?

-Não precisa se preocupar eu não leio mais a mente dos outros a todos os instantes. Li agora cedo porque queria descobrir se todos que estavam na casa do Shigure-san eram possuídos também.

O garoto respira um pouco chateado, tudo seria muito mais fácil se ela se limitasse apenas a ler a sua mente não o obrigando a tornar os seus pensamentos em palavras. Não precisava ter nenhum dom especial para perceber que ele estava um pouco angustiado e no momento em que ia abrir a boca para começar a falar alguns hóspedes passam pelo corredor rindo e conversando e o garoto volta a ficar com a boca fechada.

-Vamos até o meu quarto.

-O QUE??

Os hóspedes que ainda estavam no corredor apenas tinham escutado o grito do garoto e olham para os dois, Hanajima dá uma singelo sorriso para eles enquanto que o garoto que estava vermelho nem olha para eles. O grupo de seis rapazes se inclina para cumprimentar a garota e se afastam deles, entrando em uma das termas masculinas. Hanajima começa então a caminha em direção do quarto deixando o garoto ainda parado no jardim.

-Se ficarmos aqui, você não conseguirá falar.

-Mas… mas… no seu quarto?

-Podemos ir para o seu então.

-Não é isso. O problema é que ficaremos sozinhos.

Hanajima se segura para não dá uma pequena risadinha e também para que o seu pensamento não fosse escutado por ele, ao ver que o garoto estava todo tímido só porque ficariam sozinhos, o que o deixava ainda mais lindo do que quando ficava sem graça. A garota começa a caminhar sem olhar para trás.

Kyo percebe que não adianta falar nada e vai atrás dela, rezando para que nenhum dos possuídos, principalmente o Shigure ficasse sabendo daquilo. Os quarto quartos reservados para eles estavam localizados no mesmo corredor, mas apenas o do Kyo e do Momiji é que eram ao lado do Haru e Yuki. Os demais não estavam ao lado, sendo que o da Hana e Tohru eram no começo do corredor e o do Shigure e Ayame o último, e sem dúvida o maior de todos também.

A garota abre a porta do quarto e espera que o garoto passe fechando a porta. Kyo vai se sentar de uma maneira mais formal e respeitosa no tatame ao lado da janela, e a garota senta-se a sua frente, mas não da mesma maneira, porém nem muito relaxada.

-A Tohru-chan fica ainda mais feliz quando está ao lado do Momiji-kun.

-Cês três são muito amigas, né? Até parecem que são irmãs.

-Somos mais do que irmãs, acho que somos almas gêmeas pois todas sentimos as mesmas dores e medos, mesmo tendo uma história de vida tão diferente uma da outra. De todas nós, eu sei que sou a que tem mais sorte, tenho consciência disso. Afinal tenho uma família que me ama, que cuida de mim, que estão ao meu lado mesmo eu sendo assim. Eles sempre me aceitaram com eu sou. Eu sei que posso encontrar sempre um apoio na minha família. A Uo-chan só tem o pai dela e a Tohru-chan….

-Ela não tem mais ninguém e mesmo assim vive com aquele sorriso bobo no rosto. Como ela consegue?

-Ela tem muito amor dentro dela. É por isso que tem aquele sorriso.

-Amor?!! Hunf…

-Não fale como se fosse alguém que não sabe o que é isso.

by DonaKyon

25/12/2008

26


Ayame se levanta correndo e começa a tirar tudo de dentro da mala para achar o aparelho.

-Por que não desligou o celular?

-Porque a minha ajudante poderia ter alguma duvida…. Alô o grande génio das agulhas falando…

-Passa o aparelho para o Shigure….

Ayame assim que escuta aquela voz a reconhece de imediato, mas mesmo assim ele tira o aparelho do ouvido para conferir o número, e depois volta com o telefone para a orelha.

-Olá Haa-san, você ligou errado, esse é o MEU celular, acho que quer falar com a minha maravilhosa pessoa não é mesmo?

-Não! O Shigure está com celular desligado. Ele está ao seu lado, passe para ele então.

O possuído pela serpente fica um pouco irritado com aquilo, como é que o Hatori poderia ligar no celular dele e nem ao menos trocar algumas palavrinhas. Em silêncio e com um enorme bico ele passa o aparelho para o escritor.

-ahahahhahah… o que falou para o Aaya para ele ficar com essa cara?

-Shigure, do que é que Akito-san gosta?

Shigure estranha não apenas aquela pergunta tão repentina, mas também o comportamento do médico. Normalmente ele era a razão em pessoa, não se abalava com nada, e agora estava com a respiração mais acelerada, e era claro que ele estava falando enquanto andava em um local mais agitado, devido o barulho que vinha no fundo.

-O que aconteceu com Akito-san?

-Nada. Do que é que o patriarca gosta?

-Hummm… Eu não sei ao certo.

-Eu sei que você conhece perfeitamente todos os gostos do patriarca.

-Se o Aaya te vir falando assim vai ficar com a cara ainda mais fechada. Parece até que Akito-san e eu temos alguma coisa.

-Todos sabemos muito bem que vocês se tratam com se fossem irmãos. Eu me lembro muito bem de como se aproximaram durante a adolescência dela.

-Onde você está Haa-san? Está muito barulho, não consegui te escutar direito agora.

Ayame andava de um lado para o outro no quarto enquanto que o escritor e o médico conversavam. Shigure por sua vez estava deitado no futton completamente relaxado e até que estava se divertindo um pouco ao ver que o primo do outro lado da linha estava um pouco fora do seu normal.

-Estou no centro da cidade…..

-Cuidado para não esbarrar em ninguém por aí, de todos você é o que mais corre risco de morte se se transformar, é claro que ninguém irá ver um cavalo marinho de 8 cm no meio da rua e você acabará sendo pisoteado.

#Que vontade me deu de manda-lo para o inferno agora# -……..

-Alô… alô…. Ihi será que a ligação caiu ou ele que se transformou?

-DO QUE É QUE AKITO-SAN GOSTA?

Até mesmo o Ayame que estava um pouco distante do Shigure havia conseguido escutar o grito do médico, que estava naquele instante vermelho de vergonha, por ter gritado no meio da rua e com todos o olhando. O escritor estava se segurando ao máximo para não rir e estava se remoendo de curiosidade para saber o que havia acontecido para que o primo tivesse chegado aquele estado.

-O patriarca gosta do que todo homem gosta.

Hatori pára de caminhar quando escuta aquela resposta pelo fato perceber que não estava naquele instante vendo Akito como um homem e sim como uma mulher. Queria saber dos gostos dela como uma mulher, queria a deixar feliz como ela sendo a mulher que ela era. Na verdade queria que ela voltasse a ser a mesma menina que brincava com eles quando criança, aquela Akito que ainda não sentia em seus ombros o peso de ser o patriarca da família Sohma. Sabia que a Akito verdadeira, não era aquela pessoa que o tinha deixado quase cego, mas sim aquela Akito do seu tempo de criança, a mesma que ele havia reencontrado quando ela acordou do seu desmaio e que chorou com medo de tê-lo ferido novamente.

-Obrigado Shigure.

Shigure fica olhando para o celular sem entender nada quando o médico depois de o agradecer desliga o aparelho.

#O que ele está pensando em fazer? Alguma coisa aconteceu entre eles.#

Ayame pega o aparelho de suas mãos e o desliga completamente.

-E se a sua ajudante precisar de você.

O possuído volta a ligar o aparelho e o guarda na bolsa e naquele mesmo instante o escritor sente um frio na espinha.

by DonaKyon

24/12/2008

25


Ayame fechava lentamente os olhos ainda com a respiração bem ofegante e o coração muito acelerado, sentia o arrepio gostoso no estômago, da expectativa do beijo que estava a cada segundo mais próximo de se concretizar. Shigure ainda conseguia lhe provocar aquela sensação que parecia como se tivesse levado um choque quando tocava simplesmente com as pontas dos dedos em seu pescoço. A mesma sensação que havia sentindo pela primeira vez quando eles tinham 17 anos e ainda eram estudantes do colegial.

Dentro do clã todos tinham a certeza que aqueles gestos e palavras entre os dois eram apenas uma encenação, um teatrinho, sendo que os mais velhos até consideravam aquilo como uma brincadeira de mal gosto, apenas Hatori é quem sabia de fato o que acontecia entre os dois possuídos.

O escritor afasta os seus lábios do possuído fechando a parte de cima do quimono e deitando-se ao seu lado no futton.

-Se continuar assim por muito tempo, logo acabará se transformando, sabe que o seu corpo não suporta essas mudanças de temperatura.

-Então, deixe-me esquentar em seu corpo.

Ayame se acomoda sob o braço esquerdo do primo e repousa sua cabeça em seu peito, espalhando os longos fios prateados sob o peito desnudo do escritor. Podia ainda sentir o coração que batia tão forte dentro do peito dele, o que o deixava ainda mais feliz.

-Como será que estão os garotos?

-Não se preocupe com eles, Gure. Devem estar se divertindo agora.

-Você acha que podemos confiar na amiga da Tohru-kun?

-Acho que sim. Sinto como se ela também carregasse o peso de uma maldição. Imagino que não deve ser uma sensação muito agradável poder escutar os pensamentos dos outros.

-Hummm, eu não me importaria se pudesse escutar os seus pensamentos.

-Você pode escuta-los, basta que encoste a sua cabeça em meu peito, assim como eu estou fazendo no seu que o escutará.

Shigure rapidamente se coloca na posição que o possuído estava e começa a escutar as batias de seu coração.

-O que? Foi isso mesmo que pensou? Que quer ter a honra de esfregar as minhas costas daqui a pouco quando formos tomar um banho lá na terma.

-Hohohoho…. Não perde nenhuma oportunidade mesmo. Hohohoho

-Sabe que faço essas brincadeiras apenas para lhe ver sorrindo assim.

-Eu sei. Apenas você consegue me fazer sorrir assim.

Shigure volta a se deitar na posição que estava antes, puxando o Ayame para que volte a se deitar da mesma maneira que estava antes.

-Gure, acha que o mesmo acontecerá com o meu irmãozinho e o Haa-kun?

-Só o tempo dirá.

-Imagino o que os meus pais dirão se isso acontecer. Mas pensando bem, talvez a minha mãe até se sinta feliz, por saber que nenhum de seus filhinhos irão lhe dar um netinho, ela é vaidosa demais para desejar se uma avó.

-É, a titia não é do tipo que quer ser chamada de vovó.

-Eu só desejo que o Yuki encontre a felicidade, não me importa se for nos braços de uma mulher ou de um homem, apenas quero que o meu irmãozinho conheça a felicidade de ser amado.

-E que continue sendo amado para sempre. Tenho pena daqueles que já conheceram tal felicidade e que agora não podem mais a viver. É muito pior viver sabendo o que é um amor perdido, do que nunca vive-lo.

Ayame desejou naquele instante no fundo de seu coração que aquilo nunca passaria com o seu irmão, queria que ele encontrasse a felicidade que lhe tinha sido escondida quando vivia em companhia do kamisama. Shigure sabia entender os silêncios do primo e namorado, imaginava que ele estava se remoendo por não ter dado atenção ao irmão quando era criança, e com a intenção de tirar aqueles pensamentos tristes de sua mente, o escritor segura em seu queixo e o aproxima de seu rosto, a procura de seus finos lábios para mais um beijo. Entretanto o som do celular do Ayame que tocava desesperadamente dentro da mala obriga-os a não concretizar tal gesto.

by DonaKyon

23/12/2008

24


Hatori acabava de fechar a porta do quarto do patriarca e se mantém por mais alguns instantes encostado nela.

#Não consigo ir embora. Não quero deixa-la sozinha.#

O médico entra novamente no quarto e a encontra ainda deitada na cama. Akito abre os olhos quando escuta o barulho da porta, e ao ver que era o possuído sente o seu coração bater mais acelerado.

-Faltou algum medicamento?

-Não. Apenas…. Eu acredito que lhe faria muito bem, se saísse um pouco desse quarto.

-Eu não quero.

O rapaz não sabia como se comportar naquele instante, ainda se permanecia em pé ao lado da cama do patriarca. Sentia uma vontade de se sentar na cama, mas ao mesmo tempo se sentia um pouco sem jeito para fazer isso. Akito limitava-se a olha-lo.

-Mas eu acho que lhe faria muito bem.

-Já estou cheia de sair sozinha.

-Eu irei com você

Akito ao escutar aquilo levanta apenas a parte do tronco se apoiando no braço direito e olhando para o médico.

-Que?

-Levanta-se, apesar de estar uma tarde de inverno está com um dia bem claro. Veja.

Hatori caminhava enquanto falava até a janela e abre as pesadas cortinas na cor de vinho deixando que a claridade voltasse a invadir o quarto. Akito não tinha se mexido nem um centímetro a mais, apenas o olhava sem acreditar no que estava acontecendo.

#Mas por que isso agora? Será que aquela velha intrometida falou alguma coisa para ele? Ele não deve estar fazendo isso por vontade própria.#

-Você ainda gosta de tomar sorvete no inverno?
Os olhos de Akito ficam ainda mais arregalados quando escuta aquela pergunta, quando era criança, ela e os três possuídos costumavam tomar sorvete em pela tarde de inverno mesmo se tivesse caindo neve.

-Você ainda se lembra disso?

-Claro. Conheço um ótimo local para te levar.

Hatori não entendia muito bem o que estava fazendo, nem se o patriarca ia aceitar aquele convite, mas tudo o que ele mais desejava naquele momento era tira-la daquele quarto, queria que ela voltasse a sentir a mesma alegria que sentia quando era criança e que brincava com ele, o shigure e o Ayame. O rapaz volta a caminhar até a cama do patriarca e se mantém de pé, mas dessa vez oferece a sua mão para a garota que apenas o olhava sem entender quais eram os sentimentos dele.

-O que aquela velha da Yoko lhe falou? Eu ainda vou mandar aquela lá para bem longe daqui.

-A sua governanta não me falou nada. Porque pensou isso?

Akito ainda se mantinha meio que deitada na cama, mas apoiada no braço direito, não queria acreditar que o possuído pudesse estar a convidando por sua simples vontade, era claro que ele não faria aquilo, que não a convidaria porque queria a sua companhia. Justamente ele entre todos os possuídos é o que tinha mais motivos para ficar longe dela. Hatori percebe que a garota estava bem insegura e senta-se na cama, ficando na sua frente, mas virando a cabeça para lhe olhar.

-Quer que eu diga que isso é uma recomendação médica? Será que assim você aceitaria sair um pouco desse quarto?

Akito volta a se deitar na cama, vira-se e fica de costas para o possuído.

-Então, pode se retirar Doutor Hatori, pois não pretendo seguir esse tratamento.

O coração do patriarca estava batendo muito acelerado, a sua vontade era de se levantar da cama e ir com ele, mas tinha certeza que o possuído estava fazendo aquilo somente por piedade. Não se sentia no direito de receber tal ato, ela não era digna, por sua culpa ele estava quase cego de um olho e mesmo que o tempo estivesse apagando aquele crime no coração do rapaz, ela fazia questão de se penitenciar todos os dias pelo seu pecado. Hatori não conseguia encontrar mais nenhum argumento para a convencer.

-Hatori, eu quero dormir mais um pouco agora.


Vendo que não adiantaria tentar falar mais nada naquele momento, o médico se levanta da cama e começa a caminhar em direção a porta, Akito apenas escutava o som dos passos do possuído, seu coração batia ainda aceleradamente, mas ao mesmo tempo estava um pouco dolorido por saber que em poucos segundos ela voltaria a ficar sozinha naquele quarto que agora estava sendo iluminado pela aquela tarde clara de Inverno.

#Ele pode ter esquecido o que eu fiz, mas eu nunca irei esquecer. Não quero me aproximar dele novamente, sei que posso machuca-lo. E se aquele sonho foi um presságio? Eu sei que posso mata-lo num acesso de raiva, não aguentaria ser desprezada por ele.#

Hatori caminhava se sentindo um pouco frustrado, tinha voltado para aquele quarto determinado a fazer alguma coisa pelo patriarca. Não conseguia entender a irritação que estava sentindo consigo mesmo, pensava que estava irritado por ter falhado como um médico. Ele coloca a mão na maçaneta da porta e se vira mais uma vez para olhar o patriarca que ainda se mantinha de costas. O médico respira fundo abre apenas metade da porta saindo do quarto, deixando a Akito chorando sozinha em seu quarto.

by DonaKyon

22/12/2008

23


Momiji ainda continuava a rir com a atrapalhada do possuído pelo gato. Kyo entra na piscina mas se mantém um pouco distante dos três.

#Que raiva! Paguei o maior mico agora. Que droga, se eu soubesse que ela não estava lendo os meus pensamentos, não tinha aberto a minha grande boca. E por que diabos eu a achei bonita? Eu nunca me interessei por esses tipos de coisas, não sou um velho tarado e nem pervertido.#

Saki apenas fica observando o Kyo, tinha vontade de ler a mente do garoto naquele instante, mas se segura para não fazer isso.
#Eu prometi para a Dona Kyoko que não iria fazer isso. Não posso faltar com a minha palavra. Mas eu bem que gostaria de saber o que ele está pensando agora.

Kyo olha na direção da garota e a pega olhando para ele, e instantaneamente olha para o outro lado.

#Ela deve estar achando que eu sou um daqueles garotos sem vergonhas que ficam no quarto vendo revista de mulheres peladas.#

#O Kyo-kun fica tão lindo quando fica todo sem graça.#

Sem perceber Hanajima havia deixado que mais um de seus pensamentos saíssem e todos os demais o escutaram. Os dois garotos olham sem entender o que havia acontecido, tinham certeza de que a garota havia falado aquela frase em alto e bom tom, apenas a Tohru é que sabia que se tratava de um pensamento da amiga, ao ver o quanto que ela estava sem jeito olhando para eles. Kyo fica mais sem graça do que já estava, e imagina que ela tinha falado aquilo apenas para o deixar um pouco mais descontraído.

Hanajima não sabia o que falar naquele momento e afunda a cabeça na piscina, tudo o que queria na verdade era que alguma coisa acontecesse, poderia ser qualquer coisa para mudar o clima que estava ali.

#O que está acontecendo comigo? É a segunda vez que eu penso que acho bonito, e o pior é que agora todos eles escutaram o meu pensamento. O que vou falar quando voltar para cima? Bem que a Uo-chan poderia estar aqui agora, certamente ela estaria fazendo uma piadinha qualquer com ele, e o assunto acabaria de uma vez.#

-Eih Tohru-chan, vamos brincar disso também? Vamos ver quem é que aguenta ficar mais tempo com a cabeça dentro da água?

-Vamos Momiji-kun. #mas eu nem tinha percebido que a Saki-chan estava brincando disso#

Momiji segura nas mãos da Tohru ficando uma na frente do outro e os dois afundam suas cabeças ao mesmo tempo.

Kyo apenas fica observando os três que estavam com as suas cabeças submersas, mas poucos segundos depois, como era de se esperar, a Hanajima volta a procurar por oxigénio.

-Valeu por ter contado aquela mentira. Mas não precisava colocar o kun. Eu não gosto disso.

#Ele não consegue acreditar que eu o acho lindo? Ele realmente pensa que falei aquilo só por que ele tinha falado que me achou bonita?#

Nesse instante a Tohru volta para a superfície e poucos segundos depois é o Momiji.

-Viva… Eu ganhei… ganhei… Deveria ter apostado um outro beijo com a Tohru-chan…

Assim que se lembra do beijo a garota fica um pouco corada.

-Nhaa Momiji-kun…. A gente só deve beijar as pessoas que a gente gosta…

-Mas eu gosto da Tohru-chan.

Hanajima entende perfeitamente com qual sentido o garoto estava falando aquela frase, ela já havia captado que a frequência das ondas dos dois eram idênticas, sabia que mais cedo ou mais tarde algo iria acontecer entre eles.

#Falam que existe uma fita vermelha que liga o dedo mindinho de duas pessoas que estão pré-destinadas a ficarem juntas. Certamente deve existir essa tal fita entre esses dois.#

Ela olha para os dois que estavam voltando a brincar novamente para ver quem ficava mais tempo com a cabeça dentro da água.

-Não dá para saber qual é a desse coelho. Ele fala umas coisas completamente sem sentindo.

-Vocês não são unidos não é mesmo?

-Eles são. Eu é que não sou.

-Não entendi.

-Peça para a Tohru te contar isso qualquer dia.

-E por que é que não fala você?

Kyo a olha um pouco surpreso, nunca imaginou que qualquer outra pessoa, além da Honda poderia deseja escutar os problemas dele.

-Ah já estão todos aqui.

Hatsuharu chega juntamente com o Yuki atrás. Como estava um vento frio de inverno, os dois retiram rapidamente o quimono e se enfiam dentro da piscina se juntando ao Momiji e a Tohru que ainda estavam brincando. Hanajima olha para o lado onde estava o Kyo e nota o quanto que as ondas dele haviam voltado a ficar triste.

-Hanajima… eu queria te perguntar uma coisa….. mas não gostaria de falar na frente dos outros….. Será? Será que poderia me encontrar depois do jantar?

-Não quer conversar agora? Vá na frente e me espera no jardim que fica no caminho para os nossos quartos.

Kyo fica um pouco receoso, olha para os outros quatro que estavam agora em uma outra brincadeira entre eles, e se sente ainda mais excluído.

-É. Ninguém irá sentir a minha falta mesmo.

Ele sai da piscina sem falar nada e veste um dos quimonos disponíveis para os hóspedes e sai. Hanajima fica olhando o grupo que brincava animadamente e que realmente nem tinha se dado conta de que o garoto já não estava mais ali.

#Acho que agora estou entendendo um pouco mais a solidão que o Kyo sente quando está no colégio. Pelo visto temos outra coisa em comum. Ambos sentimos a mesma solidão.#

by DonaKyon