
O Kazuma e a Ren foram os únicos que perceberam a visível alteração na mulher, já o médico estava tão alterado por ver a Ren falando da Akito que não consegue mais se segurar.
-Akito era uma criança quando fez aquilo.
-Continua o mesmo estúpido de sempre, não é mesmo Hatori? Vocês e o maldito enlace com o Akito.
-Ren-sama, por que está perguntando sobre esse fato agora?
-Kazuma-san, o que a Ren está fazendo aqui na mansão?
Yoko percebe que aquele era o momento perfeito para mudar de assunto e assim conseguir um pouco mais de tempo para colocar o seu plano em prática.
-Ela mesma acabou de me falar. Quer voltar a morar na mansão como esposa do patriarca.
Hatori ao escutar aquilo olha espantado para o professor Kazuma. Era impossível não perceber a beleza da Ren, assim como não dava para evitar de perceber a sua loucura também.
-Hatori, vamos conversar lá no Dojo. Creio que as senhoras precisam esfriar um pouco os seus ânimos.
Os dois saem da biblioteca deixando as duas mulheres sozinhas e que se olhavam cheias de ódio.
-É impressão minha ou não quer mesmo que eu fale com o Kazuma-sama sobre esse assunto?
-É realmente uma mulher louca e desequilibrada. Mas os seus dias serão curtos nessa mansão. Até o final de semana Akito-sama estará de volta.
Ren sabia que aquilo iria acontecer, mas não queria que fosse tão rápido. Tinha que antes se vingar daquela mulher, todos no clã precisam saber que o antigo patriarca era o filho de uma empregada. Assim ela se vingaria não apenas da Yoko, mas de todos os Sohmas que sempre a humilharam por ela ter sido uma empregada. E também da própria Akito que sempre sentiu vergonha por causa disso.
-Mas muita coisa pode acontecer antes disso.
Ren com a mão direita joga seus longos cabelos negros para trás e passa pela velha governanta.
#Maldita louca. Somente uma coisa irá acontecer aqui.#
Yoko caminha até a mesa e coloca o antigo livro no meio dos livros que estavam sendo pesquisados pelo Kazuma.
#Preciso conversar com o idiota do meu sobrinho.#
Kazuma e Hatori caminhavam em silêncio para o Dojo e ao notar que o médico estava um pouco nervoso, Kazuma coloca a mão em seu ombro e lhe sorri.
-Está muito apaixonado por ela, não é mesmo?
O médico lhe olha espantado. O Shigure e o Ayame fazerem aquele comentário era algo bem esperado, mas já o professor, que não sabia do que estava acontecendo entre Akito e ele, falar aquilo, o faz perceber qual foi a verdadeira razão para o Kazuma sair da biblioteca com ele.
-Podemos conversar na minha casa?
Kazuma apenas confirma que sim com a cabeça e os dois caminham em silêncio até a casa do médico, ao chegarem lá, Kazuma se senta no sofá e tira o maço de cigarros do bolso do paletó, e antes de se sentar na poltrona a frente do professor, ele acende o cigarro.
-Já realizou os exames que precisava na Akito-san?
-Ainda não. Vou levá-la hoje à tarde.
-E mesmo assim ela poderá voltar no final de semana?
-Por mim ela não voltaria nunca mais. Foi esse clã que a transformou naquela pessoa. A Akito verdadeira não é daquele jeito.
-Mas ele tem que voltar. Ela é a líder desse clã.
Hatori dá uma longa tragada e depois apaga o cigarro.
-Ela precisa voltar mesmo?
-Akito-san pode não se lembrar de nada, mas ainda é o patriarca dos Sohmas e a kamisama dos possuídos. E ela precisará assumir a essas funções, mesmo sem se lembrar de nada.
-Como iremos explicar para a Akito que ela sempre foi criada como se fosse um homem e sobre a nossa maldição?
Kazuma percebe o quanto que o médico estava angustiado.
-Você conseguirá protegê-la aqui também.
O médico apóia a cabeça nas mãos e os cotovelos em suas pernas. Sentia uma angustia que o amedrontava todo por dentro.
by DonaKyon