09/01/2010

184


O Kazuma e a Ren foram os únicos que perceberam a visível alteração na mulher, já o médico estava tão alterado por ver a Ren falando da Akito que não consegue mais se segurar.

-Akito era uma criança quando fez aquilo.

-Continua o mesmo estúpido de sempre, não é mesmo Hatori? Vocês e o maldito enlace com o Akito.

-Ren-sama, por que está perguntando sobre esse fato agora?

-Kazuma-san, o que a Ren está fazendo aqui na mansão?

Yoko percebe que aquele era o momento perfeito para mudar de assunto e assim conseguir um pouco mais de tempo para colocar o seu plano em prática.

-Ela mesma acabou de me falar. Quer voltar a morar na mansão como esposa do patriarca.

Hatori ao escutar aquilo olha espantado para o professor Kazuma. Era impossível não perceber a beleza da Ren, assim como não dava para evitar de perceber a sua loucura também.

-Hatori, vamos conversar lá no Dojo. Creio que as senhoras precisam esfriar um pouco os seus ânimos.

Os dois saem da biblioteca deixando as duas mulheres sozinhas e que se olhavam cheias de ódio.

-É impressão minha ou não quer mesmo que eu fale com o Kazuma-sama sobre esse assunto?

-É realmente uma mulher louca e desequilibrada. Mas os seus dias serão curtos nessa mansão. Até o final de semana Akito-sama estará de volta.

Ren sabia que aquilo iria acontecer, mas não queria que fosse tão rápido. Tinha que antes se vingar daquela mulher, todos no clã precisam saber que o antigo patriarca era o filho de uma empregada. Assim ela se vingaria não apenas da Yoko, mas de todos os Sohmas que sempre a humilharam por ela ter sido uma empregada. E também da própria Akito que sempre sentiu vergonha por causa disso.

-Mas muita coisa pode acontecer antes disso.

Ren com a mão direita joga seus longos cabelos negros para trás e passa pela velha governanta.

#Maldita louca. Somente uma coisa irá acontecer aqui.#

Yoko caminha até a mesa e coloca o antigo livro no meio dos livros que estavam sendo pesquisados pelo Kazuma.

#Preciso conversar com o idiota do meu sobrinho.#

Kazuma e Hatori caminhavam em silêncio para o Dojo e ao notar que o médico estava um pouco nervoso, Kazuma coloca a mão em seu ombro e lhe sorri.

-Está muito apaixonado por ela, não é mesmo?

O médico lhe olha espantado. O Shigure e o Ayame fazerem aquele comentário era algo bem esperado, mas já o professor, que não sabia do que estava acontecendo entre Akito e ele, falar aquilo, o faz perceber qual foi a verdadeira razão para o Kazuma sair da biblioteca com ele.

-Podemos conversar na minha casa?

Kazuma apenas confirma que sim com a cabeça e os dois caminham em silêncio até a casa do médico, ao chegarem lá, Kazuma se senta no sofá e tira o maço de cigarros do bolso do paletó, e antes de se sentar na poltrona a frente do professor, ele acende o cigarro.

-Já realizou os exames que precisava na Akito-san?

-Ainda não. Vou levá-la hoje à tarde.

-E mesmo assim ela poderá voltar no final de semana?

-Por mim ela não voltaria nunca mais. Foi esse clã que a transformou naquela pessoa. A Akito verdadeira não é daquele jeito.

-Mas ele tem que voltar. Ela é a líder desse clã.

Hatori dá uma longa tragada e depois apaga o cigarro.

-Ela precisa voltar mesmo?

-Akito-san pode não se lembrar de nada, mas ainda é o patriarca dos Sohmas e a kamisama dos possuídos. E ela precisará assumir a essas funções, mesmo sem se lembrar de nada.

-Como iremos explicar para a Akito que ela sempre foi criada como se fosse um homem e sobre a nossa maldição?

Kazuma percebe o quanto que o médico estava angustiado.

-Você conseguirá protegê-la aqui também.

O médico apóia a cabeça nas mãos e os cotovelos em suas pernas. Sentia uma angustia que o amedrontava todo por dentro.

by DonaKyon

07/01/2010

183


Ren retira a sua mão do braço da velha governanta.

-O que tinha na carta da Eiko-chan?

-É por isso que está aqui? Pois, pode ir embora. Eu não sei de carta alguma.
Yoko volta a caminhar em direção da porta.

-Acabei de me recordar que a Eiko-chan se matou poucos dias depois que Akito retirou o bracelete do gato.

A governanta ao escutar aquilo para de andar, mas ainda se mantém de costas para a Ren, que agora estava parada em pé no meio do quarto, olhando atentamente para descobrir qual seria a reação da mulher.

-Não foi isso? Creio que ela se matou depois de três ou quatro dias.

-Não me lembro.

-É mesmo?! Creio que o possuído do gato deverá se lembrar. Afinal, aquela experiência deve ter lhe marcado.

#Maldita Ren. O que o Kazuma-kun está pretendendo com essa mulher aqui?#

Yoko volta a caminhar deixando a Ren sozinha em seu antigo quarto.

#Por que nunca me lembrei disso? Sempre achei estranho o fato de aquela menina ter se matado, a Eiko-chan não era o tipo de pessoa que faria isso. E se ela realmente o fez, certamente teve um forte motivo para isso. Mas qual seria?#

Yoko volta para o seu quarto e retira de dentro do armário o antigo livro que havia retirado da biblioteca na noite anterior.

#Malditos! Malditos! Mil vezes malditos!#

Yoko, devido a sua idade, não conseguia andar tão rápido como ela gostaria. As empregadas que a encontram entre o percurso realizado entre o quarto da Ren e o da velha governanta, mal se atreviam a olhar em seu rosto, sabiam que a mulher estava morrendo de ódio por alguém.

#Onde a idiota da Akito se meteu? Ela tem que voltar. Tem que tirar essa mulher daqui. O Kazuma-kun não pode ficar nem mais um dia aqui na mansão#

Ela entra e se tranca no quarto. Caminha até uma gaveta de sua cômoda retiramdo o antigo livro, que havia pegado da biblioteca na noite anterior.

#De uma maneira ou de outra, o Kazuma-kun irá sair daqui. #

A mulher esconde o livro dentro da manga de seu quimono e caminha até a biblioteca. Ela bate na porta e espera o professor responder e entra.

-Kazuma-sama, por favor, me diga onde Akito-sama está?

-Infelizmente não poderei lhe dizer.

-Entenda que sou uma mulher velha. Sempre cuidei do patriarca, ele deve estar sentindo a minha falta também. Preciso saber como está a saúde do patriarca.

-Akito nunca se sentiu tão bem como está agora.

Kazuma e Yoko olham em direção da porta e encontram o médico que entrava.
-Se o patriarca está bem de saúde, por que é que não está aqui?

Hatori fica um pouco desconcertado por ter cometido aquela gafe .

-Que ótima notícia Hatori. Acredita que Akito voltará dentre de quantos dias?

-Creio que até no próximo final de semana.

-É uma grande notícia mesmo. Mas não posso falar com Akito-sama, nem por telefone?

Hatori olha para Kazuma, a espera de mais uma ajuda, mas agora, tão pouco o professor, sabia o que falar.

-Já vai correr para falar ao Akito que estou aqui e ver se assim ele volta antes?

-Era exatamente isso. Não acho certo que você fique nessa casa. Akito-sama ainda é o patriarca oficial do clã dos Sohmas, e sabe o que ele sente por você!

-Ele me odeia, tanto quanto eu o odeio!

Hatori estava um pouco chocado ao ver que a Ren estava dentro da mansão, mas ao escutar aquilo, ele precisa se controlar para não lhe responder, afinal ela estava falando à respeito da mulher que ele amava.

-Se sabe disso, o que faz aqui? Essa casa é o local onde nunca deveria ter entrado.

-Por favor, senhoras...

-Kazuma-sama, pergunte ao filho da Eiko-chan, qual foi o dia em que o Akito tirou o seu bracelete e viu a sua forma monstruosa pela primeira vez.

Ao escutar aquilo, Yoko fica completamente branca e olha para o Kazuma com os olhos bem arregalados. Era impossível se controlar naquele instante. Sentia que a qualquer momento tudo poderia ser revelado.

by DonaKyon