25/12/2009

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Akito ao escutar aquilo sente uma forte dor em seu coração. Era como se aquela dor também fosse a dela. Ela não consegue mais olhar para o garoto e começa a olhar para as árvores a sua frente.

-E a sua mãe? Ela não fica triste com isso?

-A minha mãe se matou a muito tempo atrás.

-Não vejo a hora da minha memória voltar para parar de dar esses foras.

-Tudo bem. Sobre isso eu já nem ligo mais. Graças a Saki, esse assunto agora está superado.

-Vocês são bem apaixonados um pelo outro. Assim como a Tohru e o Momiji.

-E você e o Hatori.

Kyo sorria com um ar de deboche para Akito. Era como se ela estivesse falando dos outros sem levar em consideração a si própria. O patriarca se deita no telhado e olha as estrelas.

-Ahahah.... Tá certo, e eu e o Hatori. ... É muito bom esse sentimento, né? O meu pai tinha razão, eu nasci para ser amada.....

Akito rapidamente volta a ficar sentada e coloca as duas mãos nos ombros do garoto.

-KYOOO!!! Eu me lembrei do meu pai! Eu me lembrei dele... AHHH!!!

Ela o abraça enquanto ficava dando pequenos pulos no mesmo lugar.

-Eu finalmente me lembrei do rosto do meu pai. Me lembrei do dia em que ele me falou isso.

-Vo-você se lembrou?

-Sim.. Sim... SIMMMM.... Eu me lembrei. Eu era bem pequena quando ele me falou: É você Akito! A criança especial. A criança escolhida. A criança que nasceu para ser amada. Todos estávamos esperando por você. No seu futuro não haverá solidão ou medo.

A garota solta o Kyo e fica lhe olhando cheia de felicidade, enquanto que o gato tentava disfarçar o medo que estava sentindo.

-E o que mais lembrou Akito?

-Me lembrei do rosto do meu pai. Ele era tão jovem e bonito. Era isso mesmo, não é Kyo?

-Eu não conheci o antigo patriarca.

-Preciso perguntar para o Shigure então. Vamos lá Kyo!

A garota se levanta e agora é a sua vez de estender a mão para ajudar o garoto. Kyo olha em sua mão e depois lhe olha nos olhos, e Akito percebe que havia um pouco de lágrimas em seus olhos. Ela segura em sua mão o levantando e depois lhe abraça.

-Obrigada por se emocionar com isso.

#Na verdade, estou triste porque essa pode ter sido a última vez que segurei em sua mão.#

O patriarca o solta e segura em seu pulso esquerdo, quase bem próximo do bracelete.

-É melhor segurar na minha mão direita.

-Por quê? Você já quebrou o pulso?

-Não! É porque não posso tirar esse bracelete.

-Quê?

-É uma promessa que fiz a minha mãe.

-Ah tá!.

Akito começa a descer os degraus com o coração pulando de felicidade, e o garoto ia bem atrás dela. Assim que coloca os pés no chão, a garota sai correndo para dentro da casa.

-Eih, vai se esborrachar no chão de novo.

Kyo corre atrás do patriarca, mas dessa vez a garota no cai e entra com sapato e tudo pela casa adentro.

-EIHH!! TIRA OS SAPATOSSS!!

Akito para no meio da escada, arrancando os sapatos e jogando para o meio da sala e quase acertando a cabeça do gato.

-EIHH!!! JÁ QUER ME MATAR, É?

Akito nem tenta entender o que o garoto tinha falado com aquilo, ela acaba de subir as escadas e abre a porta do quarto do Shigure com tudo pulando em cima dele, que por milagre já estava dormindo àquela hora.

-SHI-GU-RE... A-COR-DAAAA....

-Aky? O que foi?

O possuído a olha todo assustado.

-Eu me.....

A garota para de falar, lhe dá um sorriso e depois se levanta da cama lhe mostrando a língua.

-bleeeh.... Vou contar primeiro para o meu na-mo-ra-do e depois eu te conto.

Ela volta a correr, passando pelo gato que estava parado na porta e desce as escadas para ir até a biblioteca onde ficava o telefone da casa.

-O que deu nela?

Shigure já estava fora da cama e ajeitava o seu quimono.

-Akito se lembrou do pai.

-Ela se lembrou do Akira-sama?

-Sim. Pelo visto a memória dela deve estar voltando.

By DonaKyon

24/12/2009

178


Kyo estava deitado em cima do telhado olhando as estrelas. Estava com o coração batendo seneramente, pois sabia que no outro dia iria encontrar a Hanajima novamente. Diferentemente de todos os outros, aquilo não era tão simples quando se pensava na situação deles, pois uma vez que Akito recupera-se a sua memória, ele seria aprisionado e a sua namorada nunca mais iria se lembrar dele.

Ele se recorda de Akito,e de tudo o que tinha acontecido entre eles naquele dia. Ela não lembrava nem de perto o patriarca que o garoto conhecia a tantos anos.

#É uma pena que essa garota pode deixar de existir. Não estou pensando apenas em mim e na Saki, mas também na própria Akito. Ela parece que estar muito mais feliz agora. Parece que ela está viva, não, parece não, ela está viva agora que está fora da sede. Nunca imaginei que Akito vivesse a sua vida de forma tão aprisionada na sede.... Pensando bem, talvez o nosso final seja igual para ambos. Viver sozinho e aprisionado na sede dos Sohmas.#

Kyo escuta alguns passos no quintal e rapidamente procura a causa, já imaginando que era novamente a louca da escola atrás dele. Ele olha atentamente e vê que Akito estava andando enquanto olhava para as estrelas no céu.

#Mas que diabos ela está fazendo? Daqui a pouco vai acabar tropeçando em alguma cois... #

Blafff

#Eu não falei....#

Akito havia enfiado o pé num buraco enquanto olhava para o céu e tinha levado um belo tombo. Kyo se aproveitando de suas habilidades felinas, desce se segurando na parede da casa.

-Eih, cê tá bem?

Akito que não tinha escutado nenhum barulho se assusta quando vê o garoto ao seu lado.

-Credo! Parece uma assombração. De onde você saiu?

-Do telhado. Não se machucou?

O garoto se abaixa para olhar o pé torcido da garota e começa a tocar para ver se não tinha quebrado ou luxado. Akito olha para o telhado e depois para o garoto sem entender como ele tinha em poucos segundos descido dali.

-Não foi nada. Cê deve olhar para o chão e não para o céu enquanto anda.

Ele se levanta e estende a mão para ajudar a garota se levantar.

-É que estava olhando as estrelas.

-Se quer ver as estrelas o melhor lugar é o telhado. Sobe pela escadinha ali no fundo da casa.

-E se eu cair?

-Não seja tão medrosa. Até mesmo a Tohru consegue subir. Vamos lá.

Kyo começa a caminhar e se aproxima da parede para subir por ela.

-Eih, o que está fazendo?

#Merda! É verdade, ela não sabe de nada!#

-Pensei ter visto um bicho aqui. Mas não é nada. Deixa eu subir na frente.

O garoto e o patriarca sobem a pequena escadinha indo para o telhado e ficam sentados um ao lado do outro. A noite estava extremamente agradável, e havia uma suave brisa. Akito fica olhando as estrelas com os olhos brilhando.

-Que lindas! Espero que ele também esteja vendo esse céu agora.

-Quem?

-O Hatori. Ele disse que mesmo que nós estejamos longe um do outro, ainda estamos sob o mesmo céu. Podemos ver a mesma Lua, o mesmo Sol, e as mesmas estrelas, na mesma hora.

-Não sabia que ele falava esses tipos de coisas.

-Eu tenho a impressão que você não se aproxima muito dos nossos primos. Te vi conversando muito pouco com eles.

-Eu sou a ovelha negra dos Sohmas.

-Como assim?

-Deixa pra lá. Não quero falar sobre isso agora.

Akito olha para o garoto e percebe que o seu semblante tinha ficado um pouco triste.

#É melhor mudar de assunto. Ele deve ter coisas que não quer se lembrar também.#

-Eih, Kyo, por que é que você e o Yuki moram aqui e não na sede?

#Putz! Essa nossa conversa está ficando um pouco complicada.# - Ah, tipo, foi o Mestre quem me obrigou a ficar aqui, disse que isso faz parte do meu treinamento.

-Mestre?

-É o Kazuma, o meu pai adotivo.

-Ah, já sei quem é. Quando foi que o seu pai morreu?

-Ele não morreu.

-Não?! E por que é que precisa de um pai adotivo?

-Porque o meu pai biológico me odeia.

by DonaKyon

21/12/2009

177


-Guretti, será que isso acabará bem?

-Espero que sim, Aaya. Eu não havia percebido que a falta de memória da Akito, tinha criado um mundo totalmente novo para o Haa-san e para o Kyo.

-Principalmente para o Kyo, que nunca teve a oportunidade de se aproximar da Akito, devido ao ódio que ela sempre sentiu por ele.

-Mesmo que ela não volte a se lembrar de nada, ao retornar para a sede, não será possível viver da mesma maneira em que está vivendo aqui. A Yoko-san, nunca permitiria isso.

-Por que a gente não aproveita que o Kazuma-san está como patriarca e não lhe pedimos para tirá-la da sede?

-Ahahahahaha, lembrei-me agora que esse era o nosso plano para quando a Akito se torna-se o patriarca.

-Estou falando sério, Guretti. Eu não quero que o Tori-san sofra mais uma vez.

Shigure se aproxima do Ayame e lhe abraça.

-Não precisa se preocupar com o Tori-san. Não percebe o quanto que ele está apaixonado?

-Ele a está amando muito mais do que amava a Kana.

-É por isso que tudo será diferente dessa vez. Ele sempre protege as mulheres que ele ama. Foi assim com a Kana e não será diferente com a Akito.

-Mas ele bem que poderia me deixar brincar um pouco com ela. Tenho cada vestido lindo para ela.

Shigure aproxima os seus lábios do ouvido do possuído e lhe sussurra.

-E não tem nenhum para você vestir para mim?

-É claro que tenho, cariño.

Shigure passa lentamente os seus lábios do ouvido pelo rosto do Ayame e no momento em que ele estava se aproximando de seus lábios, eles escutam a voz de protesto do Kyo.

-Eih... Aqui não é local para isso.

Os dois se afastam um pouco sem jeito ao verem que o menino estava junto com os namorados.

-Ah, Kyo... Que bom que chegou. Preciso lhe perguntar algo.

O escritor olhava para o garoto com um aspecto um pouco mais sério em seu rosto.

-O que é?

-O que preparou para a Akito no almoço?

Kyo nem se dá o trabalho de lhe responder e deixa os dois possuídos rindo como uns bobos no meio da sala, enquanto vai para o quarto.

Mais um alegre e divertido jantar acontece na casa do escritor. Akito e Hatori ainda não tinham retornado quando Ayame, Haru e os irmãos Hanajima foram embora. Aquela ausência fez com que o casal fosse a conversa principal da noite.

Quando o médico deixou a Akito na casa do escritor, a casa já estava toda apagada. A garota entra com cuidado no quarto e se troca com o máximo de cuidado para não acordar a Honda. Seu coração não parava de bater tão forte e ela resolve fazer o que o namorado havia lhe falado para ela fazer quando sentisse muito a sua falta.

by DonaKyon