11/07/2009

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Momiji fazia aquela declaração de amor sem tirar os seus olhos dos olhos da Tohru. Suas mãos estavam um pouco trêmulas, mas ao mesmo tempo transmitiam uma paz que ia dominando o corpo e a alma da garota.

-Momiji-kun...

Tohru não conseguia desviar o seu olhar do dele. Aquele Momiji de repente deixou de ser aquela criancinha que ela conhecia, era agora um lindo garoto, decidido a ficar ao lado da pessoa que amava. Seu coração batia muito acelerado, e a sua alma estava alegre pela primeira vez depois que a sua mãe tinha morrido

-A Tohru-chan foi a primeira pessoa que me aceitou como eu realmente sou. Como eu poderia não me apaixonar por você? Na verdade, foi muito fácil começar a te amar.
Você literalmente caiu na minha frente, parecia até que um anjo tinha descido do céu como se fosse um presente para mim. Me olhou com aquele olhar cheio de vida e alegria e me disse “muito boa noite”... Como é que eu não iria me apaixonar?

O possuído aproxima o rosto do dela, e apenas fecha os olhos quando vê que a garota tinha fechado os olhos dela. Ele a beija, mas não era aquele beijo pequeno e inocente nos lábios, lhe beijava como muito amor e carinho. Aquele era o verdadeiro beijo de um namorado apaixonado. Enquanto se beijavam, Momiji entrelaça os seus dedos nos delas como se fosse uma promessa de nunca lhe deixar sozinha.

Hanajima e a Uotani estavam voltando com as bebidas quando vêm os dois se beijando.

-É melhor a gente ficar de guarda para quem ninguém os veja.

-Sim. #Eu sabia que ele era a alma gêmea dela. Eu sei que ele a fará muito feliz. O meu primeiro amor merece toda a felicidade que pode existir nesse mundo.#

Tohru o beijava se sentindo muito amada. Ela sabia que tinha o amor da Arisa e a Saki, mas aquele amor era diferente. Aquele era um amor cheio de cuidado, e não apenas cheio de proteção. Ela então compreende que não queria perder aquele amor que o possuído lhe devotava, e que queria o amar da mesma forma.

Momiji afasta delicadamente os seus lábios dos dela, abrindo os olhos e vê o quanto que a garota estava bonita, segura com um pouco mais de força as suas mãos e Tohru abre os olhos, com a sensação de que estava começando a viver um lindo sonho.

-A Tohru-chan já sabia que eu te amava, né?

-Eu.. eu nunca desconfiava...

-Hihihi... a Tohru-chan é bobinha...

Momiji encosta a sua testa na testa da garota e lhe falava sem deixar de olhar nos seus olhos.

-Mas agora a Tohru-chan já sabe que é a minha namorada. Não precisa mais ficar nervosa quando te perguntarem se é a namorada desse coelho barulhento.

-Sim...

Escutar aquele “sim” da garota faz com que o possuído se sinta ainda mais feliz. Pela primeira vez em sua vida, ele tinha conseguido realizar um sonho. Estava de mãos dadas com o seu primeiro amor, e sabia que seria tão amado como ele a amava.

As duas colegiais ainda estavam acompanhando tudo um pouco distante dos dois, e era impossível não ficarem felizes pela amiga.

-Pelo visto eles se acertaram.

-É. As ondas deles são as mesmas agora. Eles serão muito afortunados.

-Puxa, está na hora de eu arrumar um namorado também... Agora que as minhas duas amigas estão namorando, acho que posso encontrar alguém para mim.

-Mas eu não estou namorando mesmo. Daqui algumas semanas tudo voltará a ser como era antes.

-Hehehe... Tá... Sei... Acredito nisso... E aí? Vamos até lá ou deixamos os pombinhos as sós?

-É melhor voltarmos. O almoço está acabando e eu quero comer mais alguma coisa. Vamos até a cantina.

-Essa é a Hana-chan de sempre. Pelo visto o seu bom apetite está de volta.

Arisa passa o braço ao redor do pescoço da amiga e as duas saem levando consigo as caixinhas de suco que tinham comprado.

by DonaKyon

08/07/2009

106


-Eih, cê tem que ficar sentindo as ondas deles o tempo todo?

Arisa não consegue ficar indiferente aquele comentário do garoto e lhe fala em tom de deboche.

-Humm... Está com ciúmes, Kyon?

-É CLARO QUE NÃO!!! EU.. EU... EU... SÓ ACHO QUE ESSE LANCE DE SENTIR AS ONDAS DOS OUTROS DEVE SER UM PÉ! E QUER SABER?! TÓ CAINDO FORA. SE AQUELES MANÉS PODEM FALTAR EU TAMBÉM POSSO! Tohru, leve as minhas coisas para casa.

-Eih, ela não é sua empregada não.

Kyo nem dá atenção ao que a Arisa estava falando. Caminhava com as mãos nos bolsos até o fundo da escola, onde pularia o muro com muita facilidade saindo assim da escola.

-Aposto que o Kyo foi até a sede.

-Será que ele foi para lá mesmo, Momiji-kun?

-Bem... Na sede mesmo ele não pode ir. Mas até o Dojo sim.

#Será que ele está tão preocupado assim comigo? Será que o patriarca dos Sohmas pode realmente me fazer algum mal?#

-Momiji, por que é que o cabeça de mexerica não pode ir à sede?

-Ah, isso é uma longa história... Vamos dizer que o patriarca e o Kyo brigaram, e é por isso que ele não pode entrar na sede.

#Ele deve ser proibido de entrar na sede porque é o gato. É por isso que ele se sente como se fosse um verdadeiro monstro. #

-A Tohru-chan irá comigo hoje?

-Não vai dá Momiji-kun. Quero passar antes em casa para saber do Yuki-kun.

-Não tem problema. Eu peço para o motorista parar antes na casa do Shii-chan.

-Ser rico é outra coisa, né? Aposto que os Sohmas nem sabem o que deve ser um problema. A vida de vocês deve ser um verdadeiro mar de rosas.

Arisa não consegue entender a profundidade dos sentimentos que estava no olhar dos três naquele momento, mas sentia que a vida deles estava bem longe de ser aquilo que ela imaginava.

-Uo-chan, vamos buscar as bebidas? Daqui a pouco acabou o nosso almoço e nem comemos ainda.

-Ahahah, isso porque a Hana-chan já está no final do pacote de bolacha.

As duas garotas se levantam do chão deixando os dois sentados um ao lado do outro.

-Queria mesmo que as nossas vidas fossem um mar de rosa. Ninguém imagina o tormento que é ser um Sohma. Até mesmo aqueles que nem sabem sobre a maldição estão livres desse peso. O nosso clã é realmente muito maldito.

-Será que não teria um jeito de acabar com a maldição?

-Eu não tenho essa esperança. E mesmo se a maldição acabasse nada mudaria. O que eu perdi nunca voltará.

-Mas a sua mãe ainda está viva. Enquanto ela estiver viva sempre haverá uma chance. A Elisa-san sente que está se esquecendo de algo muito importante para ela. Eu sei que ela pensa que é um sobrinho apenas, mas mesmo assim ela tem carinho pelo senhor. Tente acreditar nisso, o Momiji-kun ainda pode ter a sua mãe de volta.

-Eu passei a minha vida toda tentando me convencer de que a minha mãe estava morta.

-NÃO!! NÃO!! ELA ESTÁ VIVA! A SUA MÃE NÃO MORREU! ELA ESTÁ VIVA!! VIVA!!

Momiji se assusta com aquele desespero da Tohru, que lhe olhava com os olhos cheios de lágrimas enquanto gritava com ele. Ao ver a expressão de seu rosto, a garota para de gritar, mas começa a chorar.

-O senhor não imagina como é grande a dor de não poder ver mais a pessoa que a amamos. A sua mãe escolheu te esquecer, mas ainda está viva. Vocês ainda podem ficar juntos. Vocês ainda podem se ver.... Quem sabe até o senhor não consiga o carinho e o amor dela... Mas eu não.... Eu nunca mais poderei ver a minha mãe.... Ela preferiu me deixar sozinha!

Aquela era a primeira vez que a garota falava em voz alta o que tentava esconder de si mesma. Ela abaixa a cabeça deixando que as lágrimas molhassem o chão. O garoto segura com as duas mãos as mãos da colegial.

-Você não está sozinha. A Tohru-chan tem o carinho do Shii-chan, do Yuki-kun e do Kyo. E também tem o meu amor. Eu nunca deixarei que a Tohru-chan fique sozinha. Eu te amo muito Tohru-chan. Te amo desde a primeira vez que te vi lá no prédio do meu papá.

by DonaKyon

06/07/2009

105


A ausência de Yuki havia deixando a classe com um clima muito mais agitado que o normal. Era difícil acreditar que o senhor perfeição número um da sala tivesse faltado. Como ninguém sabia que a Honda morava na casa do colegial, todas as perguntas eram feitas para o seu primo, que dava sempre a mesma resposta. Simplesmente fuzilava a pessoa com um olhar e a mandava para um lugar não muito agradável.

Honda estava igualmente agitada e preocupada. Ela tinha visto o garoto entrando no banheiro um pouco antes dela sair de casa. Como estava com um pouco de pressa em se encontrar com a Uo-chan e a Hana-chan, tinha saído de casa antes dele, mas não havia lhe parecida que ele estava mal de saúde.

#Será que ele esbarrou em alguém no meio do caminho? Será que por algum motivo ele ficou fraco e se transformou na rua? Nhooo... E se alguém o matou imaginando que era um rato? Yuki-kun, onde está? Por que não veio para a escola?#

Hanajima vira-se para trás para pedir o livro de matemática emprestado e percebe o quanto que a amiga estava preocupa.

-Tohru-chan.... ele está bem. Não se preocupe!

-A Hana-chan pode sentir as ondas dele?

-Sim. As sinto um pouco fraca, isso quer dizer que ele está um pouco longe da escola, mas consigo sentir as pequenas ondas do Sohma-kun. Não se preocupe, elas estão bem mais calmas hoje.

Kyo que se sentava atrás da carteira da Tohru ao escutar aquilo sente como se o seu coração estivesse sendo espremido pelas mãos de alguém. Não queria que a Hanajima sentisse as ondas de ninguém, ainda mais as do Yuki.

As aulas da manhã estavam chegando ao seu final, com um aproveitamento quase nulo. Quando toca o sinal do almoço, a maioria dos alunos corre para a sede do Prince Yuki atrás de alguma informação sobre o garoto.

-Uaaaauuu.... Sua alteza tem uma tremenda popularidade mesmo. Se essa galera conseguir o endereço dele, é capaz de abaixarem em peso por lá. Deve ter um bando de meninas querendo bancar a enfermeira dele.

-São todas umas idiotas.

-Ahahahah, não se preocupe não Kyon. Você também tem várias “idiotas” que gostariam de ser a sua enfermeira.

Arisa havia dito aquilo apenas para provocar o garoto, ela já sabia que o namoro entre os dois era de mentira, mas já tinha notado que os dois estavam se olhando de uma maneira diferente.

-Tohru-chan....

Os quatros alunos encontram o Momiji a espera deles na saída para o pátio da escola. E vão até o canto que a Arisa tinha “reservado” para elas almoçarem. Assim que elas ficaram amigas, a ex-delinquente tinha começado a expulsar qualquer um que estivesse sentado em baixo da árvore de cerejeira que ficava numa parte bem tranqüila da escola, e agora ninguém mais se atrevia a se aproximar daquele lugar quanto mais a se sentar ali. Apesar de ser uma manhã de inverno, estava fazendo um lindo dia.

-Uééé... cadê o Yuki-kun? Ele também não veio hoje?

-Momiji-kun, o Hatsuharu-kun também faltou hoje?

-Sim, Tohru-chan. E ele nem dormiu em casa ontem. Quando fui lhe chamar para virmos ao colégio, a tia me contou que ele não estava e que nem tinha avisado nada. Será que ele se perdeu novamente?

-Aquele boi lesado se esqueceu de avisar na sede que ele ia dormir lá na casa do Shigure.

-Boi? Por que boi?

Kyo olha espantado para a Arisa. Tinha se esquecido que ela não sabia de nada da maldição dos Sohmas.

-É apenas um apelido de infância.

-Tá #que apelido mais estranho# .... Mas então já sabemos o motivo da ausência do Yuki-kun. No mínimo os dois resolveram ficar em casa hoje.

-Eih, cê viu o Haru essa manhã?

-Não o vi não. Mas, antes de eu sair, vi que o Yuki-kun estava se arrumando para vir à escola.

#Será que ele foi para o quarto do Yuki depois daquilo? Não, acho que não! O rato estava se arrumando para vir pra cá. Será que o Haru foi até a sede para contar sobre a Hanajima ao patriarca? Não! Ele não iria tão longe assim.#

-As ondas do Hatsuharu não estão agitadas não. E ele também não está aqui no colégio.

by DonaKyon