03/07/2009

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-Humm... pelo que vi ontem no quarto acho que nem será tão difícil assim o tirar do Kyon-Kyon. O clima entre os dois não era de romance não. Acho que o gato está gostando mesmo da amiga da Tohru-kun. Eles já se beijaram até.

-OQUE? O baka neko já beijou a Hanajima?

-Aí aí... se o patriarca ficar sabendo disso, ele será capaz de matar os dois...

-Isso não Ayaa.. Akito-san pode mandar apagar a memória da garota, mas não a matar.

-Não sei não. Estamos falando justamente do Kyon-Kitty.

Yuki não estava entendendo nada sobre aquela parte da conversa, mas tampouco queria perguntar sobre aquilo. Seus pensamentos estavam em Haru, e se era possível realmente ele ter o possuído só para ele.

#Será que eu conseguiria o fazer feliz por completo? Será que apenas o meu amor lhe bastaria? Mas eu sou tão diferente do Kyo. Eu não tenho a mesma confiança que ele. Maldito gato! Você é exatamente o que eu gostaria de ser. #

Ayame sente que o Yuki segurava a sua mão com mais força enquanto estava pensando em algo. Parecia até que ele estava elaborando uma estratégia de luta.

-Vamos amado irmãozinho. O mais lindo de todos os possuídos, precisa de comer alguma coisa. Saco vazio não para em pé.

Ayame começa a servi o seu irmão, e Shigure podia ver o quanto que ele estava feliz por fazer aquilo.

#Eu não agüentaria vê-lo nos braços de outra pessoa, seja homem ou mulher. Até mesmo do Yuki eu sinto um pouco de ciúmes.#

-Yuki, não se preocupe. O que sente pelo Hatsuharu é um lindo sentimento. Lute para conquistá-lo por inteiro. Eu sei que tem todas as qualidades para isso.

Yuki olha para o irmão. Nunca antes tinha conversado daquela maneira com ele. Parecia que era outra pessoa que estava ao seu lado, e isso não só por causa da roupa que estava vestindo, o jeito de falar do irmão estava completamente diferente do que sempre falava.

-Por que está falando assim?

-Ahahahahah... É mesmo Ayaa. Você está tão preocupado com o seu irmão que até se esqueceu de representar como sempre faz. Yuki-kun, lhe apresento o verdadeiro Ayame Sohma.

#Até que ele não é tão idiota como sempre imaginei. E, ele está preocupado comigo.#

-Ora Ora Guretti.... Não deveria ter feito isso. Agora o meu amado, lindo, maravilhoso e apaixonado irmãozinho conhece esse lado tão sem graça de minha grandiosa e magnífica pessoa. Por causa disso será punido. Não irei te servir nessa linda manhã de inverno. Terá que se virá sozinho. Hoje irei cuidar apenas do meu amado irmãozinho, que deixou de ir à escola apenas porque está com dor de cotovelo.

#Voltou a ser o idiota de sempre!#

-Não seja tão malvado assim, Ayaa. Coloca um pedaço dessa torta de damasco com chocolate na minha boquinha.. ahhhhhh...

-Não vou mesmo. Só vou dar comidinha na boquinha do meu amado irmãozinho. Abre a boquinha, abre Yun-Yun...

Ayame segurava o garfo com um pequeno pedaço de torta diante da boca do Yuki que se recusava a abrir a boca quando eles escutam o barulho da porta se abrindo e os sons de alguns passos pela sala. O coração do Yuki começa a bater bem forte, imaginando que poderia ser o Haru a pessoa quem estava chegando.

-O Yuki está passando mal?

-Bom dia Haa-san.

-Tori-san bom dia, o meu amado irmãozinho apenas cabulou a aula de hoje. Ele está bem sim. Mas o que o nosso lindo médico está fazendo aqui na casa do meu cãozinho de estimação, tão cedo assim? Aconteceu alguma coisa na sede?

-Nada. Esqueci-me que hoje é terça.

-Já sabia disso, Hatori?

-Sim, desde que o Shigure se mudou para cá. Mas você está um pouco pálido, Yuki.

Hatori se senta ao lado do Shigure. O escritor percebe que algo estava deixando o médico um pouco impaciente, afinal, ele não era do tipo que esquecia qual dia da semana estava. Yuki sem entrar nos detalhes lhe diz que estava pálido por que não tinha dormido naquela noite.

#O que será que aconteceu com o Haa-san? Ele está bem diferente essa manhã.#

by DonaKyon

02/07/2009

102



-Venha Yuki, sente- se ao lado do seu irmão. Mas antes, pegue uma xícara para você.

O colegial ainda estava um pouco espantado com tudo aquilo. Como os dois conseguiam transformar aquela situação em algo tão normal? Era essa a principal pergunta que estava na mente dele. Yuki pega a xícara e vai se sentar ao lado do irmão.


-Por que o meu amado irmãozinho não dormiu essa noite?

-O Haa-kun passou a noite aqui em casa.

-Verdade?! Então vocês...?

-Não. Ele passou a noite no quarto do Kyon-Kyon.

-Mas o Kyon-Kitty não está com aquela garota?

-Acho que ele está com os dois.

-Puxa! Não esperava isso do Kyon-Kitty.

-Como vocês podem achar isso tão normal assim?

Os dois olham para o Yuki um pouco espantado e sem entender sobre o que ele estava perguntando.

-O Yuki-kun está falando do café da manhã no estilo ocidental?

-Acho que essa é a primeira vez que o meu amado irmãozinho vê uma mesa como essa.

-Estou falando de vocês dois..... De mim e o Haru..... Do Baka Neko com a Hanajima e o Haru.... Como isso pode ser tão normal assim para vocês?

-Simples! Porque isso é normal.

-NÃO! VOCÊ ESTÁ ERRADO SHIGURE! ISSO NÃO É NORMAL!

-Quer dizer então que você se acha um anormal Yuki-kun?

-Agora eu me acho mais anormal do que já era.

Yuki tentava mais não consegue evitar que uma pequena lágrima saia de seus olhos. Ayame segura na mão do irmão, aquela era a primeira vez que lhe tocava. Yuki lhe olha e imediatamente a segunda lágrima que estava prestes a sair, fica presa em seus olhos. Com a mão esquerda, Ayame a seca delicadamente.

-Por que quer se achar mais estranho do que já somos? Não lhe basta a nossa maldição? A nossa maldição sim não é uma coisa normal. Mas amar sim é normal....

-Mas não esse tipo de amor!

-O Yuki-kun acha mesmo que apenas existe o amor entre um homem e uma mulher?

-Eu sei que existem outros tipos de amor. Mas esses não são normais.

-Quem te falou que não são? O que há de diferente no meu amor pelo seu irmão e no amor entre um homem e uma mulher?

Yuki apenas abaixa a cabeça. Estava muito cansado para pensar em uma resposta naquele momento. Sua mente estava muito bagunçada, e tudo o que queria era evitar qualquer tipo de pensamentos naquele instante.

-Por que ao invés de se preocupar com essas idiotices, não se preocupa em conquistar o amor do Haa-kun só para você.

-Guretti!

-Oras Ayaa. Está na hora do seu amado irmãozinho fazer alguma coisa por ele mesmo. Durante toda a sua vida, ele aceitou tudo que lhe aconteceu ser lutar. E agora? Vai aceitar que o Kyo fique com o Haa-kun também? Não foi você quem gritou ontem a noite que gostava do Hatsuharu? Vai deixar o garoto que ama, assim de bandeja para o Kyo?

Involuntariamente Yuki segura à mão do irmão, era como se ele estivesse procurando algum tipo de apoio. Era obvio que ele não queria que o Haru ficasse com o Kyo, mas não sabia o que fazer para evitar isso.

-Mas ele gosta do Kyo também.... Eu não posso fazer nada....

-Então prefere ficar noites sem dormir pensando no que os dois estão fazendo trancados dentro do quarto, exatamente como fez essa noite?

-Irmãozinho, você não se importa mesmo de ver o garoto que gosta nos braços de outro?

-É claro que me importo, ainda mais nos braços do Kyo, mas o Haru disse que gosta de nós dois, que ele precisa dos dois...

-Então é simples! Conquiste o outro lado que gosta do Kyon-kitty.

-Como assim, Ayaa?

-Guretti, o Haa-kun tem dupla personalidade. É por isso que ele diz que precisa dos dois. Provavelmente um lado dele ama o Yuki e o outro ama o Kyon-kitty.

-O Haru me falou exatamente isso lá nas termas. Por isso achei que não poderia fazer nada.

-Você tem que lutar, meu amado irmãzinho. Lute pelo amor completo do Haa-kun. Descubra qual dos lados dele ama o Kyon-kitty e o conquiste. Roube-o do seu maior inimigo.

by Donakyon

28/06/2009

101


Yuki, após passar duas horas diante do espelho do banheiro, ainda tentava fazer o nó da gravata. Era nítido o quanto que o rapaz estava irritado naquela manhã, e também que não havia dormido nada na noite anterior. Suas olheiras eram piores que as da Hanajima, e estava ainda mais pálido.

Shigure, que tinha acabado de se levantar, se assusta quando encontra o garoto no banheiro.

-Ué?! O Yuki-kun ainda está por aqui?

O garoto simplesmente não tinha escutado a voz do Shigure e leva um grande susto quando vê a imagem do Shigure sendo refletida no espelho.

-Já está acordado, Shigure?

-Yuki-kun, essa é a hora que sempre me levanto...

O possuído pelo espírito do rato sai correndo do banheiro a procura do relógio mais próximo, e dá um grande grito quando vê que horas eram. Aquela era a primeira vez que tinha perdido o horário de ir para o colégio. Shigure escovava os dentes como se nada de anormal estivesse acontecendo naquela casa, mas ele sabia muito bem o que estava acontecendo entre os três garotos.

#O destino sabe o que faz mesmo. Não poderia ter tido um dia melhor do que esse para o Yuki-kun ficar em casa.#

Shigure lava o rosto e penteia os cabelos, com um largo sorriso nos lábios. Quando sai do banheiro encontra o possuído, ainda em estado de choque, sentado no chão do corredor.

-Vamos Yuki-kun! Não é para tanto. Um dia de folga não fará mal a ninguém.

Yuki lhe fuzila com o olhar. Era claro que não poderia esperar outra resposta do escritor que nunca entregava os seus manuscritos na data certa.

#Ele poderia ao menos fingir ser um tutor responsável. #

-Você tomará um ótimo café da manhã. Venha.

-Você cozinhando?

-Hehe... claro que não!

Os dois descem a escada e começam a ouvir sons vindo da cozinha.

-Pontual como sempre, muito diferente do amado irmãozinho.

-Não vai me dizer que.....

Os dois possuídos chegam à porta e encontram o Ayame fantasiado de dona-de-casa. Todas as terças, os dois possuídos tomavam o café da manhã juntos. Aquele era um ritual que tinha começado no dia que o cão foi morar sozinho fora da sede. A mesa estava impecável, cheia de frutas e vários tipos de pães, era um refinado café da manhã ao estilo ocidental, tendo até ovos com bacon.

Ayame estava colocando as geléias na mesa quando escuta o barulho dos passos e olha em direção da porta.

-Yuki-kun?!

-Ele tirou um dia de folga.

-Eu perdi a hora!

Ayame estava um pouco sem jeito pelo fato do irmão lhe vê com aquela roupa. Estava vestindo um conjunto de saia godê preta com uma blusa cheia de babados e muito delicada, na cor lilás bem clara e para não se sujar estava vestindo um avental de organdi branco, também com babados.

-A mesa está linda como sempre Ayaa.

Shigure se aproxima do possuído e lhe beija delicadamente nos lábios, sem se importar de fazer aquilo na frente do Yuki. O rato arregala os olhos quando vê tal cena. Ele já imaginava que algo poderia existir entre eles, mas ter a confirmação diante dos seus olhos o deixava um pouco atordoado. Ayame tinha recebido o beijo sem fechar os olhos e estava um pouco corado de vergonha. Shigure vai para de trás do possuído, desamarrando o laço do avental lhe tirando delicadamente, enquanto lhe beijava na nuca.

Yuki não conseguia acreditar no que estava vendo. Aquele não era o escritor sem-vergonha que via todos os dias. Era um perfeito cavalheiro com a sua bela dama, que no caso era o seu irmão mais velho.

-Guretti...

-Não se preocupa Ayaa. O Yuki é um dos nossos.

-Como?

Shigure conduzia o possuído pela serpente até o local que sempre se sentava a mesa, segurando em sua mão e senta-se depois a sua frente.

by DonaKyon