28/06/2009

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Yuki, após passar duas horas diante do espelho do banheiro, ainda tentava fazer o nó da gravata. Era nítido o quanto que o rapaz estava irritado naquela manhã, e também que não havia dormido nada na noite anterior. Suas olheiras eram piores que as da Hanajima, e estava ainda mais pálido.

Shigure, que tinha acabado de se levantar, se assusta quando encontra o garoto no banheiro.

-Ué?! O Yuki-kun ainda está por aqui?

O garoto simplesmente não tinha escutado a voz do Shigure e leva um grande susto quando vê a imagem do Shigure sendo refletida no espelho.

-Já está acordado, Shigure?

-Yuki-kun, essa é a hora que sempre me levanto...

O possuído pelo espírito do rato sai correndo do banheiro a procura do relógio mais próximo, e dá um grande grito quando vê que horas eram. Aquela era a primeira vez que tinha perdido o horário de ir para o colégio. Shigure escovava os dentes como se nada de anormal estivesse acontecendo naquela casa, mas ele sabia muito bem o que estava acontecendo entre os três garotos.

#O destino sabe o que faz mesmo. Não poderia ter tido um dia melhor do que esse para o Yuki-kun ficar em casa.#

Shigure lava o rosto e penteia os cabelos, com um largo sorriso nos lábios. Quando sai do banheiro encontra o possuído, ainda em estado de choque, sentado no chão do corredor.

-Vamos Yuki-kun! Não é para tanto. Um dia de folga não fará mal a ninguém.

Yuki lhe fuzila com o olhar. Era claro que não poderia esperar outra resposta do escritor que nunca entregava os seus manuscritos na data certa.

#Ele poderia ao menos fingir ser um tutor responsável. #

-Você tomará um ótimo café da manhã. Venha.

-Você cozinhando?

-Hehe... claro que não!

Os dois descem a escada e começam a ouvir sons vindo da cozinha.

-Pontual como sempre, muito diferente do amado irmãozinho.

-Não vai me dizer que.....

Os dois possuídos chegam à porta e encontram o Ayame fantasiado de dona-de-casa. Todas as terças, os dois possuídos tomavam o café da manhã juntos. Aquele era um ritual que tinha começado no dia que o cão foi morar sozinho fora da sede. A mesa estava impecável, cheia de frutas e vários tipos de pães, era um refinado café da manhã ao estilo ocidental, tendo até ovos com bacon.

Ayame estava colocando as geléias na mesa quando escuta o barulho dos passos e olha em direção da porta.

-Yuki-kun?!

-Ele tirou um dia de folga.

-Eu perdi a hora!

Ayame estava um pouco sem jeito pelo fato do irmão lhe vê com aquela roupa. Estava vestindo um conjunto de saia godê preta com uma blusa cheia de babados e muito delicada, na cor lilás bem clara e para não se sujar estava vestindo um avental de organdi branco, também com babados.

-A mesa está linda como sempre Ayaa.

Shigure se aproxima do possuído e lhe beija delicadamente nos lábios, sem se importar de fazer aquilo na frente do Yuki. O rato arregala os olhos quando vê tal cena. Ele já imaginava que algo poderia existir entre eles, mas ter a confirmação diante dos seus olhos o deixava um pouco atordoado. Ayame tinha recebido o beijo sem fechar os olhos e estava um pouco corado de vergonha. Shigure vai para de trás do possuído, desamarrando o laço do avental lhe tirando delicadamente, enquanto lhe beijava na nuca.

Yuki não conseguia acreditar no que estava vendo. Aquele não era o escritor sem-vergonha que via todos os dias. Era um perfeito cavalheiro com a sua bela dama, que no caso era o seu irmão mais velho.

-Guretti...

-Não se preocupa Ayaa. O Yuki é um dos nossos.

-Como?

Shigure conduzia o possuído pela serpente até o local que sempre se sentava a mesa, segurando em sua mão e senta-se depois a sua frente.

by DonaKyon

Um comentário:

Unknown disse...

yuki é um deles... deles que... bem é dificil de expressar em palavras hehehehee