19/02/2009

49



Momiji chegava todo saltitante e sorridente até sala onde estava reservada para os Sohmas fazerem as suas refeições e vê que o Ayame e o Shigure já estavam tomando o café da manhã e sentasse perto deles.

-Muito bom dia Shii-chan, Ayaa-chan.

-Ora veja se não é o nosso meigo e gentil coelhinho quem está chegando. E como sempre está com a cutis quase tão fresca e linda como as minhas.

-Bom dia Momicchi, o Kyo já se levantou também?

-Ele não dormiu no quarto não.

-Ué? Onde aquele garoto se meteu? Ele não pode sumir sem avisar ao responsável dele, que no caso sou eu.

-Não sumi.

Kyo chegava com duas grandes olheiras no rosto, o quimono todo amarrotado e com uma cara de poucos amigos que poderia azedar a qualquer litro de leite.

-Cruzes Kyon-kitty que olheiras são essas?

-Já falei para não me chamar assim.

-Pelo visto esse não teve a maravilhosa noite de amor que nos tivemos.

-Sim. Uma noite como aquela é capaz de deixar qualquer um lindo e fantástico assim como nós dois.

-Ou uma noite de divertidos sonhos como eu tive.

Kyo apenas se limita a olhar para os três e vai se sentar num local um pouco longe deles, tudo o que não queria naquele momento era ter um tipo de conversa daquele tipo. Havia passado a noite em claro e não tinha chegado a nenhuma conclusão.

-Muitíssimo bom dia.

-Bom dia.

Assim que escuta o “bom dia” sério e formal o garoto levanta a cabeça e olha em direção da porta onde as duas garotas estavam entrando e percebe que a Saki tinha ficado um pouco sem jeito quando ele olhou para ela.

-Muito bom dia para as adoráveis e formosas damas que também tiveram uma difícil noite de sono.

-Err... eu.... eu

Momiji nota o quanto que a Tohru tinha ficado sem jeito com o comentário e como procurava desesperadamente por uma desculpa.

-NHAAAA... A Tohru-chan deve ter ficado ansiosa para que amanhecesse o dia logo para assim a gente brincar com a Momo-chan, né Tohru-chan?

-Momicchi, a Momo-chan está aqui?

-Sim, ela e os pais dela.

Shigure apenas coloca a mão sob sua cabeça e bagunça os seus cabelos sem falar nada.

#Como ele consegue falar com esse sorriso nos lábios uma coisa que lhe machuca tanto?#

Tohru continuava a olhar para eles, enquanto caminhava até a mesa e sentasse ao lado do garoto sendo que Hanajima sentava-se do outro lado da mesa ficando na sua frente, mas um pouco distante do Kyo, mas podia vê-lo perfeitamente.

#O que está acontecendo? Por que não consegui captar as ondas do Kyo. Eu senti perfeitamente as ondas do outros três, mas não as dele.#

Kyo sente que estava sendo observado pela garota e lhe olha, quando o seu olhar cruza com o dela, a colegial desvia o olhar fingindo que estava procurando algo para comer.

-Dia.

-Bom dia Haa-kun. Cadê o meu maravilhoso, lindo e genial irmãozinho?

-O Yuki já está vindo.

Haru olha para o Kyo e vai se sentar ao seu lado. Depois do beijo deles, aquela era a primeira vez que eles tinham se encontrando. E era nítido para todos que o gato estava agora muito mais agitado e nervoso.

-O que aconteceu, Kyon-kitty? Comeu algo que não gostou?

-Não me chame assim.

Kyo enfiava um pedaço de pão na boca e mastigava olhando para o resto do pão que estava em sua mão.

-Eih Kyo! Por que você beijou o Haru ontem?

-COF COF COF COF.....

Era inevitável não se engasgar com aquela pergunta e o gato começa a suar frio.

-O QUE??? O KYON-KITTY BEIJOU O HAA-KUN??

Ayame estava de pé olhando para os dois garotos, mas não estava mais espantado do que o escritor. Aquela ação por parte do possuído do gato era imaginável para os dois, ainda mais com o Hatsuharu que eles sabiam que amava o Yuki. Kyo ainda estava engasgado e não tinha coragem de levantar a cabeça para encarar a todos.

-Eu apostei com ele.

Hanajima colocava calmamente a xícara de chá sob a mesa e agora era a atenção dos olhares de todos, principalmente do Kyo.

by DonaKyon

48


Akito sentia que a sua respiração por poucos segundos havia parado e que só estava de pé ainda, porque era segurada pelo médico, pois já não tinha como se sustentar com as suas próprias pernas devido ao fato de estar tremendo muito.

#Ele está certo! O Shigure sempre me deu essa flor falando que as tsubaki eram como eu. Uma flor que pelo fato de não ter perfume era despercebida por todos, assim como ninguém reparava que na verdade eu era uma menina e não um menino.E eu sempre me senti como sendo aquela que floresceu num solo ruim, que é esse clã miserável, e que deixa uma sensação desagradável, assim como as tsubaki#

-Deixe-me ser o seu amigo, Akito-san. Assim como você deixou o Shigure continuar sendo o seu amigo quando entrou na adolescência. Por favor, permita-me aproximar de você novamente, assim como me permitiu quando éramos crianças.

-Então é por isso? É por isso que está fazendo essas coisas?

-Ontem quando você acordou do seu desmaio eu vi o quanto estava desesperada, e vi o quanto se culpava por ter me ferido naquele dia. Me desculpe por nunca ter te falado que nunca lhe culpei por nada. Eu poderia ter acabado com a sua tristeza bem antes do que estou fazendo agora.

Hatori sente que a garota estava soluçando e que algumas gotas de lagrimas estavam molhando o seu peito.

#Ele realmente me perdoou. Ele realmente está se preocupando comigo. Ele está fazendo isso porque ELE quer. Ontem quando ele me falou aquelas coisas eu acreditei, mas depois acabei ficando com medo de que aquilo não fosse a verdade, mas não. Ele está aqui comigo agora, me abraçando e querendo ser meu amigo, mas quem deveria estar fazendo isso era eu. EU é que deveria estar o abraçando, EU é que deveria ter tentado alegrar a vida dele depois de todo o sofrimento que lhe causei.#

Akito que até então estava com os braços esticados ao lado do corpo passa a abraçar o médico com toda força e chorava um pouco mais forte.

-Obrigada pelas flores, Hatori.

O coração do médico havia começado a bater um pouco mais forte depois que o patriarca o tinha abraçado. E por alguns instantes era como se eles tivessem voltado no tempo, quando eram crianças e a Akito os abraçava toda sorridente e feliz.
-Akito-san...

Akito se afasta para olhar o médico, mas esse não estava lhe olhando enquanto falava.

-... O que acha de sair um pouco dessa vida de patriarca e kamisama que você tem?

-Do que está falando?

-Foi uma idéia que eu tive agora. Venha comigo e você entenderá.

O patriarca mesmo sem entender o que ele estava falando consente com a cabeça.

-Então toma o seu café e se arrume, voltarei daqui uma hora para sairmos.

O médico finalmente abaixa a cabeça e olha nos olhos de Akito, e lentamente abre os braços e a solta. Akito continua parada olhando para ele enquanto ele se afastava e saia do quarto a deixando sozinha.

#Eu tenho que mudar o meu jeito com ele, mesmo que isso me machuque. Ficar ao lado do homem que a gente ama e não poder tocar nele é muito doloroso.#

by DonaKyon

15/02/2009

47



Akito abria os olhos, mas ainda se mantinha na cama a olhar para o teto. Não sentia a mínima vontade de se levantar da cama, pois sabia que era apenas mais um dia que estava começando, um dia igual ao de ontem e que será igual ao de amanhã. Após alguns minutos na mais completa inércia, o patriarca se levanta de uma vez ficando sentado na cama.

-Mas.... mas o que é isso??

A garota por alguns instantes fica na duvida se ela não estava sonhando ainda. Em seu quarto havia vários vasos espalhados de tsubaki vermelhas. Rapidamente ela se levanta e procura por algum indicio que confirmasse a sua suspeita.

#Isso só pode ser coisa do Shigure. Só ele sabe sobre essa flor, mas porque vem fazer isso agora?#

-Ah, bom dia senhor patriarca. Aqui está o seu café da manhã.

-Yoko, pode jogar no lixo essas porcarias que o Shigure me mandou.

-Foi o Doutor Hatori quem as mandou.

-O Ha-to-ri?

-Sim. O senhor deseja mais alguma coisa?

-Não.

A governanta sai enquanto observava o patriarca que estava parado olhando fixamente para um dos inúmeros vasos.

#Mas por que ele fez isso? O que está acontecendo com o Hatori? Ontem do nada ele veio e me convidou para sair, depois me deu um cavalo-marinho de pelúcia e agora isso.#

toc toc

-JÁ FALEI QUE NÃO QUERO MAIS NADA, YOKO!

-Sou eu Akito-san. Posso entrar?

Assim que escuta a voz do médico a garota ajeita rapidamente o quimono e passa as mãos nos curtos cabelos negros.

-Entra.

-Bom dia Akito-san. Vejo que já as entregaram.

-Por que? Por que fez isso?

-Ontem à noite fiquei me lembrando de quando éramos crianças e me recordei que o Shigure sempre te dava uma tsubaki vermelha.

O médico retira uma flor do vaso que estava ao seu lado e caminha até o patriarca e lhe entrega que a segura enquanto lhe olha seriamente.

-Me responda! Por que está fazendo isso?

-Eu realmente estou preocupado com você.

-Com a minha saúde você quer dizer.

-Como um médico é claro que me preocupo com a sua saúde.

-Eu sabia. Deve ter lido em algum lugar que essas palhaçadas são alguma forma de tratamento.

Akito atira a flor que havia ganhado no chão e pisa em cima sentindo uma grande raiva. Hatori fica um pouco decepcionado com aquele gesto e a segura pelo ombro para que pare de pisar na flor.

-Por que não quer ver que estou tentando alegrar um pouco a sua vida, Akito-san?

-Me alegrar?

Akito se afasta do médico para que ele a solte e caminha até a janela, mas continua olhando para o médico que continuou parado no meio do quarto.

-Chega Akito-san! Não precisa se sentir culpada pelo o que aconteceu. Eu lhe disse ontem que nunca te culpei por ter ficado quase cego.

-AHAHAHAH E QUEM FALOU QUE EU QUERO O SEU PEDIDO DE PERDÃO? EU SOU O PATRIARCA DOS SOHMAS, SOU O SEU KAMISAMA. ACHA MESMO QUE EU VOU ME SENTIR CULPADO POR TÃO POUCO?

Por mais que Akito tentasse se controlar ela tremia dos pés a cabeça enquanto gritava, fato que o médico percebe e diferentemente do que sempre fazia, dessa vez ele não se afasta dela, mas sim caminha com passos bem largos até ela e a abraça bem forte.

-Chega! Pode parar de encenar dessa forma. Você não pode ser essa pessoa. Sei que ainda existe dentro de você aquela criança que sorria e que brincava tão livremente com a gente.

Akito tremia ainda mais agora que estava nos braços do médico, seu coração estava tão acelerado que era sentido pelo médico devido à proximidade dos dois e Hatori agora lhe falava com um tom um pouco mais baixo em sua voz.

-Ontem me dei conta de que assim como acontece com as tsubaki eu não percebi que você estava florescendo, que assim como acontece com as tsubaki você também estava crescendo em um solo ruim, e entendi os motivos do Shigure sempre te dá essa flor. Apesar de ser uma linda flor ela não tem cheiro. Ela realmente é a sua flor, Akito-san. Você é uma mulher que não pode mostrar a sua beleza.


by DonaKyon