27/11/2009

167


Hanajima e a Tohru estavam sentadas na grama entre as enormes árvores que rodeavam a casa do escritor, e a órfã reconhece aquele local, era exatamente onde ela tinha montado a sua pequena barraca e ficou morando por uma semana, sem ao menos imaginar que ali era o quintal do príncipe do seu colégio.

-Foi aqui que tudo começou.

Hanajima segurava na mão da amiga e olha a sua volta.

-Então foi aqui que a Tohru-chan morou quando saiu da casa do seu avô? De fato, é um lugar um pouco perigoso.

-Hana-chan.... Não acha que devemos nos afastar deles?

-Ainda está muito assustada por causa de ontem?

A garota apenas confirma que sim com a cabeça.

-Acho que eles sofreram ainda mais se nós nos afastarmos deles agora do que se for por esquecimento.

-Mas isso não é justo Hana-chan! Se Akito-san mandar apagar as nossas memórias nós não iremos sofrer, mas eles sim. Eles é que ficarão lembrando até o resto das suas vidas tudo o que aconteceu.

-Eu sei.

-E não acha que estamos sendo muito egoístas só pensando na nossa felicidade de agora sem nós importarmos com o que acontecerá depois?

-“O amor é o começo de um milagre”

Ao escutar aquela frase que a sua mãe tinha lhe falado tantas vezes, Tohru abraça os joelhos e começa a chorar com a cabeça encostada neles.

-A Dona Kyoko sempre acreditou nisso. Ela sempre falava que se não fosse o amor do seu pai por ela, certamente teria se perdido de vez nas trevas daquele mundo onde ela estava. Eu também acredito nisso, Tohru-chan. É por isso que mesmo me sentindo tão insegura, com tanto medo como estou, eu quero ficar ao lado do Kyo. Quero acreditar que o amor trará o milagre que precisamos.

Tohru ainda chorando olha para a amiga que estava ao seu lado lhe sorrindo, e reconhece que a Saki sentia exatamente o mesmo que ela estava sentindo naquele momento, mas que tinha decidido a ficar ao lado do garoto e a acreditar que o amor iria fazer o milagre de transformar aquele triste destino.

Hanajima segura nas duas mãos da amiga e lhe pergunta com um sorriso cheio de esperança.

-E a Tohru-chan?! Também acreditará que o amor pode fazer milagres?

-Tem razão Hana-chan. Vamos acreditar!

As duas se levantam do chão e começam a caminhar em direção da casa.

-Vamos falar para a Aa-chan que você entrou chorando porque tirou uma nota baixa, assim ela não ficará preocupada.

-Tá! E por que não foi para o colégio?

-O Kyo queria passar esse tempo comigo.

-E a senhorita Akito? Ela não demonstrou se lembrar de nada?

-Se lembrou de algo apenas relacionado a mãe do Kyo. Acredito que ela própria está evitando a se lembrar de seu passado, pois em momento algum, ela me perguntou sobre o seu passado, apenas o que gostava de comer.

-Mas a gente não sabe essas coisas delas.

-Sim, mas eu inventei. Acho que a Tohru-chan deveria fazer o mesmo também.

As garotas passam próximas da base secreta do Yuki e vêem que ele e o Haru estavam se beijando escondidos por entre as árvores, passando diretamente por eles sem serem vistas.

-Nhaa... Fico tão feliz por ver que o Yuki-kun e o Hatsuharu-kun se entenderam.

-Se as garotas do fã-clube do Prince-Yuki ficarem sabendo disso, acredito que teremos um grande número de suicídios no colégio.

-Cruzes, Hana-chan. Elas não fariam algo tão drástico assim.

-A presidente do fã-clube do Kyo esteve aqui hoje.

-OQUE? Como ela sabe onde o Kyo mora?

-Não sei. Mas por pouco que ela não o abraçou.

-Nossa?! Não quero nem imaginar o que aconteceria se algumas dessas garotas descobrissem o segredo deles.

-Essa é a nossa função Tohru-chan, proteger o segredo dos nossos namorados e do Yuki-kun e do Hatsuharu-kun.

-Sim. Vamos protegê-los a todo custo.

-Pelo visto tem alguém que está muito preocupado.

Hanajima olhava para o Momiji que estava sentado na varanda da casa, com a cabeça baixa, os olhos fechados e segurando as duas mãos como se estivesse fazendo uma prece.

by DonaKyon

24/11/2009

166


Enquanto terminava a reunião na mansão dos patriarcas do clã Sohma, Tohru, Momiji, Yuki e Haru voltavam para a casa do Shigure caminhando. Os três possuídos já tinham notado que a garota tinha passado o dia todo muito distante.

Momiji segurava em sua mão, mas não conversavam nada. Ambos andavam um pouco atrás de Yuki e Haru que caminhavam conversando sobre o dia no colégio.
Assim que entram em casa, Tohru reconhece os sapatos da amiga. Ela tira os seus rapidamente e corre para dentro da casa. Os três ficam lhe olhando sem entenderem nada.

-Hana-chan... Hana-chan....

-Estamos aqui na cozinha, Tohru-chan.

A colegial corre para lá e os encontram sentados a mesa. Kyo e Hanajima estavam sentados um ao lado do outro e a Akito do outro lado da mesa de frente para a colegial. Tohru rapidamente anda para o lado da amiga e a abraça bem forte e chorando baixinho em seu ombro.

-Tohru-chan?! O que foi??

Momiji fica parado na porta da cozinha com o coração na mão. Sofria tanto quanto que a Tohru estava sofrendo. Hanajima se levanta e leva a amiga para fora da casa. Ela não precisava ler os pensamentos da jovem para saber que ela precisava desabafar algo.

Akito se levanta para ir junto com as garotas, mas o Kyo a impede de ir segurando em sua mão. Os quatros sabiam que Akito não poderia escutar a conversa das duas, uma vez que na realidade não era uma amiga delas.

-Eih, onde pensa que vai?

-Vou com a Tohru e a Saki. Não viu que a Tohru entrou chorando?

-E a louça?

-Louça?! Que Louça?

-A que você vai lavar.

Kyo a puxa pela mão e a deixa diante da pia com um monte de panelas, pratos e copos.

-QUEEE?

-Eu cozinhei e agora é a sua vez.

-Mas e a Saki? Ela também comeu.

-Sim, mas ela é visita. E visitas não lavam a louça.

Kyo continuava segurando Akito pelas costas o que a mantinha em frente da pia. Os três primos recém chegados do colégio olhavam aquela cena espantados, não sabiam qual dos fatos era o mais surpreendente, se era o patriarca recebendo ordens do possuído pelo gato, ou se era o contato físico entre os dois, uma vez que Akito sempre tinha sentido um enorme nojo do garoto, ou se era a Akito vestindo um avental para lavar a louça.

Haru tira o celular do bolso e começa a fotografar a cena.

-O que está fazendo Haru? – Yuki lhe perguntava bem baixinho.

-É melhor registrar. Quando a gente contar isso para o Shigure-sensei e o Tori-san eles não irão acreditar.

Kyo deixa a Akito toda desajeitada na frente da pia e se vira encontrando os outros três com cara de espanto. Ele passa por eles sem falar nada e subindo para o seu quarto.

#Não precisam fazer essa cara. Até mesmo EU não acredito no que acabou de acontecer.#

Akito colocava quase meio frasco de detergente na esponja e agora tentava começar a lavar a louça, segurando a panela cheia de gordura e a esfregando lentamente e de uma maneira não muito firme o que fazia com que ela caísse toda hora na pia fazendo um grande barulho.

-Yuki-kun... Haru-kun... Será que a gente não deveria ajudá-la?

Momiji olha em sua volta mais já não encontrava a nenhum dos possuído. Ele caminha até a entrada da casa e se senta na varanda.

#Eu sei como a Tohru-chan está se sentindo. Eu também estou vivendo com esse medo agora, mas mesmo assim quero muito ficar ao lado dela. Mesmo sabendo que amanhã isso tudo pode acabar, eu prefiro viver esses momentos. Porque não existe dor pior do que a dor de sofrer por aquilo que não foi vivido. Por favor, Tohru-chan, entenda isso e continue ao meu lado. Mesmo que seja por somente mais meia-hora, eu prefiro passar esses minutos ao seu lado do que longe de você. Por favor, Tohru-chan, entenda que eu sofrerei ainda mais se te ver sofrendo longe de mim.#

by DonaKyon

22/11/2009

165


-AHHH... Eu não acredito que tive que ficar todo esse tempo com a minha cabeça abaixada justamente para o Kazuma.

Shinsen se levantava sentindo-se extremamente ofendida por aquela situação.

-Hatori-kun, certamente o problema de Akito-sama deve ser neurológico, o patriarca deve ter desenvolvido a doença de sua mãe e ficou louco de vez. Onde já se viu, não deixar a minha família a frente do clã durante a sua ausência? O posto de patriarca deveria ficar para o meu marido, e eu seria a primeira dama do patriarca. Entre todos os Sohmas, a nossa família é a mais importante e nobre, acima de nós só está à família do patriarca. Essa tão alta posição está a minha altura.

-A senhora tem toda razão minha mãe.

Ayame havia falado de uma forma ponderada e ao mesmo tempo muito segura. Todos os presentes lhe olharam espantados ao ver que o jovem estilista não estava falando com da sua maneira tradicional, sendo que a sua mãe foi até mesmo obrigada a se sentar ao escutar aquilo. Nunca em toda a sua vida o filho tinha concordado com ela.

-Certamente a senhora está a altura de ser a esposa do patriarca do clã dos Sohmas. Um dos clãs mais importantes do Japão. E eu sei o que a senhora tem que fazer para ocupar essa posição tão alta no nosso clã.

Como os presentes conheciam a personalidade megalomaníaca do jovem, que não se cansava de falar desde criança que ele era da nobreza, um príncipe, uma alteza, entre outras coisas, todos estavam seguros que o rapaz havia encontrado finalmente a oportunidade para concretizar as suas fantasias. Ayame olha para a sua mãe e lhe fala como se aquilo fosse a coisa mais lógica do mundo.

-O que a minha adorável e honorável mãe deve fazer para ocupar essa tão alta posição é muito simples. Basta se separar do meu pai e se casar com o professor Kazuma. A senhora se esqueceu que o professor é um patriarca SOLTEIRO?

Todos se seguraram para não rirem, a mãe da Rin que estava ao lado da Shinsen chegava a ficar vermelha. A mãe dos dois possuídos olhava sem acreditar no que o SEU filho tinha acabado de lhe falar. Ela olha toda indignada para o marido que estava sentado a sua frente, e ao ver que ele não ia repreender o filho ela lhe grita.

-QUERIDO, VAI SIMPLESMENTE FICAR CALADO? ESCUTOU O QUE O IDIOTA DO SEU FILHO FALOU?

O homem ajeita os óculos e lança a pergunta para todos os presentes.

-Se a Shinsen-san se separar de mim e se casar com o patriarca a minha pensão será de quanto?

Após aquela pergunta era impossível para o Shigure continuar se segurando e ele é o primeiro a soltar uma tremenda gargalhada, a mãe da Rin foi a segunda, e depois foi impossível ver a ordem de quem tinha começado a rir, pois todos os presentes já estavam rindo.

-AH....AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!

Após dar aquele estrondoso grito a mulher se levanta e sai da sala deixando todos rindo ainda mais.

#Maldita família Sohma. Mil vezes maldita!! Todos nesse clã são amaldiçoados.#

-A reunião já acabou Shinsen-san?!

A mãe do Yuki e do Ayame passa ao lado da Yoko deixando bem claro que tinha escutado a pergunta e que a tinha ignorado mesmo.

#Essa sim tem a pose da esposa que sonhei para o meu filho. #

A velha governanta volta a caminhar lentamente pelo longo corredor e vai para o seu quarto.

by DonaKyon