24/10/2009

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Kyo volta a caminhar e entrelaça os seus dedos nos delas, aquela sensação ainda lhe dava uma forte emoção. Ele tinha a certeza de que, aquela garota que caminhava ao seu lado, era a única que poderia lhe provocar todo aquilo que ele estava sentindo.

#Falam que encontrar a pessoa certa é coisa do destino, mas no nosso caso não foi o destino. Foi as nossas maldições que nos uniu.#

Os dois começam a perceber que estavam chamando muito a atenção dos outros, estava na cara que os dois estavam cabulando as aulas para fazer algo que não devia. Os dois tem o mesmo pensamento e soltam as mãos.

-Você leu o meu pensamento, Kyo?

-Não, mas a gente pensou a mesma coisa.

-Será que não é melhor que pelo menos um de nós troque de roupa?

-A casa do Shigure é mais perto do que a sua, vamos até lá.

Saki percebe que aquela idéia poderia render bons frutos. Ela sabia que era uma questão de tempo, pois se lembrando ou não, Akito voltaria a tomar conhecimento dos possuídos e a garota queria que o gato e o kamisama se conhecessem melhor antes dela saber novamente. Como a garota não lhe respondeu de imediato, o gato começa a imaginar que ela poderia ter entendido mal os motivos deles irem para a casa do escritor.

-Heim.. Não se preocupa. Não vamos fazer nada. Não estou falando para irmos até a casa do Shigure só para ficarmos sozinhos lá e....

-Eu nem pensei nisso.

-Ufa, ainda bem. Não sou nenhum pervertido como aquele cão sarnento.

-Eu sei disso. Até porque não estaremos sozinhos, a Aa-chan estará por lá.

-Aa-chan?! De onde tirou esse apelido?

-Não acha que ficou tão bonitinho e que combinou tanto com ela?

-Você e Akito sendo amigas. Isso é tão fora do comum.

-Por que acha isso? Na verdade, tanto ela como eu sentimos as mesmas dores e culpas. Sempre soubemos que somos diferentes das outras pessoas, sempre tememos a nos mesmas. E por isso fomos muito rejeitadas. Para minha sorte, eu nasci numa família onde todos sempre me aceitaram e cuidaram de mim com carinho e depois encontrei amigas maravilhosas, mas a Akito nasceu como o patriarca de um grande clã e o kamisama de vocês, ela nunca teve uma família cuidando dela e nem a oportunidade de ter amigas. Não pode nem mesmo ser a mulher que ela é de fato.

-Então o que sente é pena?

-Não. Não sinto pena de ninguém. Todos temos a vida que escolhemos ter. Eu reconheço nela as mesmas fraquezas que tenho, por isso quero me tornar a sua amiga.

-E depois que ela se lembrar de tudo?

-Isso verei depois. Não dá para prever o que acontecerá, o futuro é constantemente modificado pelos nossos atos do presente. Mas a Dona Kyoko me ensinou que bons atos no presente sempre criarão bons atos no futuro.

Kyo ao ouvir o nome da mãe da Tohru se recorda de sua própria mãe e de tudo o que tinha descoberto sobre Akito. Saber que a mãe dele tinha amado e também que era amada pelo patriarca havia feito pensar melhor sobre os sentimentos que a sua mãe sentia por ele.

-“Mas é claro que você é humano.” “Estou muito orgulhosa de você” “Por você, eu daria tudo. Eu até morreria por você.” Essas são as frases que mais me recordo que a minha mãe me falava, mas sempre acreditei que eram apenas palavras vazias. Mas agora que descobri a ligação da minha mãe com o patriarca, acho que aquelas palavras eram cheias de sentimentos. A minha mãe deve ter sido uma mulher muito especial, pois ela conseguiu ser amada por Akito.

Saki lhe sorri. Tinha quase certeza de que seu plano poderia dar certo. Ela iria aproximar aqueles dois que amavam a mesma mulher quando eram crianças.

O caminho até a casa do Shigure, foi um pouco mais demorado do que imaginavam, já que Hanajima não abriu mão de passar por duas padarias que ficavam no caminho.

by DonaKyon

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