17/08/2008

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Ayame olha pra a garota sentada no chão e se abaixa e começa a acariciar seus cabelos loiros. Toda aquela alegria e euforia que estavam radiando a pouco dela haviam desaparecido.

-Não fique aqui, minha rebelde e maravilhosa amiga....

Arisa nada lhe responde. Já não estava chorando mais, porém se mantinha ainda na mesma posição. Ela reconhecia que até poderia ter passado um pouquinho só do limite, mas não achava que aquilo tinha sido o suficiente para causar aquela reação na amiga.

Shigure que agora estava sentado em uma poltrona no canto do ambiente, e tinha o cotovelo apoiado no braço da poltrona e o queixo apoiado na mão. Estava apenas observando os dois, não sentia a menor vontade de falar nada. Por mais que pensasse não conseguia encontrar uma outra explicação para aquele comportamento da Tohru, que não fosse o seu ciúmes pelo Hatori. Ayame dá um suave beijo na cabeça da garota e se levanta.

-Guretti, é melhor a gente arrumar as coisas para retornarmos. Estamos com problemas na sede.

-Problemas?

-Sim. A Kana está hospitalizada e a Ren fugiu da sede.

Assim que escuta o nome da Kana, a Arisa levanta o seu rosto, mas não fala nada.

-O que? Ela já vai ganhar a criança? E como assim que a Ren fugiu?

-Akito-san já voltou para sede. E ele tão pouco sabia dos detalhes, mas acho melhor que o Tori-san esteja por perto dele, caso seja necessário.

Uotani se levanta. Não sabia como iria olhar para a Tohru agora, mas sabia que precisava ir arrumar as suas coisas.

-Tó indo catar as minhas coisas.

A garota sobe as escadas e caminha pelo corredor dos quartos em silêncio até chegar na frente da porta do quarto que estava dividindo com a Tohru. Ela respira fundo, mas antes de entrar sente que alguém a puxa pelo braço, e lhe tampa a boca, a levando para o quarto ao lado e fechando a porta.

-Eih, qual é a sua, heim?

-Ficou feliz com o que fez?

Arisa se encosta na porta e olha diretamente na mancha arroxeada que estava em seu pescoço e lhe responde com um tom mais ríspido na voz.

-Digamos que fiquei satisfeita sim, apesar de você ser bem normalzinho nesse sentido.

Hatori fecha ainda mais a cara e se aproxima da garota, apoiando a mão na porta, ao lado da cabeçada garota e mantendo o braço bem esticado.

-Não precisava ter me beijado na frente da Tohru.

-Hunf... só fiz o que me deu vontade.

-E escutou o que não queria.

A garota levanta a sobrancelha direita olhando ainda mais brava para o médico.

-Juro que estou morrendo de vontade de socar a sua cara agora.

-Hehee... Realmente ela não é em nada como você.

Hatori já estava esperando por alguma explosão de fúria por parte da garota, não sabia o porque estava sentindo tanta raiva dela naquele momento, havia falado aquilo unicamente para lhe ferir, mas ficou completamente sem reação quando a viu chorando. Arisa estava com a cabeça baixa e chorava silenciosamente. A garota agora não tinha se escondido atrás de suas pernas enquanto as abraçava para chorar, chorava ali, parada na sua frente. Suas lágrimas eram muito sentidas, estava claro que aquela garota amava muito a Tohru, mas era claramente algo entre um amor fraternal e maternal. Chorava não porque tinha se sentindo ofendida pelo que a amiga tinha lhe falado, mas sim por temer que em alguma vez o seu comportamento tivesse lhe magoado. Ela era realmente uma pessoa que se preocupava com aqueles que amava. Ele segura em seu queixo e levanta a sua cabeça.

Arisa lhe olha um pouco espantada, não esperava aquele gesto dele, as lágrimas que estavam em seus olhos, faziam com que o seu olhar brilhasse ainda mais. Hatori passa os dedos sobre as lágrimas, depois fica segurando o seu rosto e se aproxima para beijar a garota. Ela fecha os olhos, e mais algumas lágrimas saem pelos cantos, sentia que o seu coração estava batendo de uma maneira bem diferente agora.

by Kyo

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa er... quase chorei, sério!!


Ta muuito lindo!!

Escreve mais!!!
XD