21/08/2008

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Enquanto o clima da limusine das garotas era uma verdadeira festa do caqui, na dos homens estava um clima de velório.

O pequeno Hiro ficou o tempo todo ouvindo música e sem se mexer. Não queria que o Ayame se lembrasse que ele estava sentado ali ao seu lado. Para sua sorte, o possuído ficou o tempo todo olhando a passagem pela janela, quando não estava olhando pela janela traseira para ver a outra limusine que estava atrás deles.

Yuki foi outro que apenas ficou olhando a paisagem. Ainda não conseguia acreditar que realmente ele tinha se declarado para o Akito. Só de lembrar do que tinha acontecido no lago, ele sentia o seu corpo tremer. Seu desejo era o de chegar e correr para a sede para saber como o patriarca estava, mas não era apenas para isso, queria poder abraça-lo e fazer como que ele se sentisse um pouco melhor, mesmo tendo que enfrentar alguns problemas relacionados ao clã.

Hatori fez praticamente toda a viagem com os olhos fechados, mas não estava dormindo. Pensava em tudo no que tinha acontecido em apenas três dias longe da sede, e justamente no final de semana no qual a Kana havia se casado. Aliás, todo o seu mundo havia começado a se modificar exatamente a partir da chegada de Akito com aquelas malditas fotos e aquela trágica revelação. Em seu coração havia um turbilhão de sentimentos. Uma grande raiva pela ex-namorada. Um grande carinho e admiração pela a Tohru. E pela garota barulhenta..... Sempre que começava a tentar ordenar os seus pensamentos sobre a garota ele ficava ainda mais confuso...... Mas de tudo o que havia acontecido entre eles, a imagem mais forte que lhe vinha era a dela chorando na sua frente com medo de ter magoado a Tohru.

Shigure as vezes olhava para o médico. Percebia que aquele final de semana havia modificado muito a vida do primo, e isso o deixava ainda mais ansioso, pois não sabia o que de fato o Hatori estava sentindo pela Tohru.

#Ele já sabe que eu a amo. Diferentemente daquela outra vez..... Se eu não tivesse tomado a atitude que tive, hoje o Haa-san não estaria se sentindo tão mal como está por causa da Kana. Eu deveria ter lhe contado que ela era a minha namorada quando a apresentei para que trabalhasse com ele.... Deveria ter contado depois que ela me queria como amante dela.#

Shigure sente uma dor no peito, uma grande angustia lhe invade e ele inclina a cabeça para trás apoiando no banco e olhando para o teto.

#Me sinto ainda hoje muito culpado com relação ao Haa-san. Eu poderia ter evitado que ele sofresse tanto como sofreu. Quando vi a Akito lhe ferindo naquele dia parecia que era eu mesmo quem o estava ferindo. Porque Kana? O que o Hatori lhe fez para falar aquelas coisas horríveis para Akito? Porque ainda hoje quer ferir esse homem que te amou muito?#

Ao lado do Shigure estava o possuído pelo espírito do gato, que estava dormindo com a cabeça encostada na janela.

Na limusine das garotas, o assunto Uo-chan e Hatori tinha sido evitado por causa da pequena Kisa, apesar da imensa curiosidade que a Mine e a Kagura estavam sentindo. Mas estavam todas se divertindo com as histórias da época em que a garota estava na ativa. Tohru participava um pouco alheia a conversa, não só porque já conhecia todas aquelas histórias, mas porque estava sentindo uma ansiedade dentro de si. Como estava sentada ao lado da janela, as vezes se perdia nas passagens que passavam. Tudo ainda lhe parecia como se fosse um sonho. Havia sido beijada na mesma noite pelo Hatori e depois pelo Shigure, e depois aquela declaração de amor do escritor. Ao se lembrar das palavras dele e de seu olhar naquele momento, ela sorri não apenas com os lábios, mas também com o coração.

Aquele clima de festa, faz com que a viagem para elas seja bem mais rápida do que as dos homens, e no meio da noite as duas limusines param na frente da casa do escritor.

by Kyo

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