24/08/2008

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O possuído a segura pelos ombros e lhe beija, era um beijo cheio de sentimentos, excitação, amor, desejo, medo, felicidade, ansiedade, paixão, tristeza, e raiva. Estava sentindo muita raiva de si próprio por ser um amaldiçoado naquele momento.

#Por que os milagres não existem? Eu não poderia deixar de ser um possuído pelo menos nesse momento? Como é horrível essa dor. A dor de saber que nunca poderei sentir um abraço da mulher que eu amo.#

Mine quando abre os olhos e vê que o Ayame ainda estava com os dele fechados e que uma pequena lágrima estava saindo do seu olho esquerdo, ela se virá ficando de frente para ele e seca aquela lágrima com o toque de seu dedo.

-Aya-san, a Mine te ama muito.

O possuído abre os olhos, mas agora com muito mais lágrimas, aquela era a primeira vez que alguém lhe dizia que o amava.

-Eu também te amo muito. E juro que irei lhe compensar por tudo.... Desse dia em diante, sempre se lembre que só vivo para lhe fazer feliz.

O possuído se levanta e a puxa junto consigo, a beijando em pé dentro do ofurô. Mine sentia que poderia explodir de tanta felicidade que estava sentindo. Ayame sentia naquele momento tanto desejo quanto ela. Sabia que aquela mulher não o iria rejeitar por ele ser um possuído, mas não achava justo com ela, que a verdade fosse revelada ali, daquela maneira. Queria conversar abertamente com ela, explicar a história toda com calma. Quando não é mais possível ficarem sem respirarem os dois se afastam olhando ofegantes um para o outro.

-Agora a Mine-san será uma boa garota. Termine o seu banho e venha até o meu quarto, tenho uma surpresa para você.

-A Mine sempre fará tudo o que o chefinho quiser.

Ayame lhe beija novamente e depois saí do ofurô indo para o quarto apenas enrolado com a toalha na cintura. Ao ver o que a garota havia lhe preparado ele tem ainda mais certeza de que ela era a pessoa certa para ele.

#Tenho certeza de que um dia ainda iremos rir muito por causa do dia de hoje. Pena que não será uma história que poderemos contar aos nossos filhos.#

O rapaz da um suspiro e fecha a porta. Caminha até uma das gavetas e pega uma tesoura, e depois retorna até a porta e começa a desparafusar a maçaneta da porta do lado de fora do quarto, mas a deixando ainda na porta, depois volta a fechar a porta, trancando-a com a chave do lado de dentro do quarto.

#Espero que a Mine caia nesse truque.#

Ele veste um quimono e se deita na cama.

#Juro que faremos a nossa lua-de-mel no Hawaii e prometo que terá ainda mais velas e flores no nosso quarto.#

Mine acaba de tomar o banho e seca o corpo com uma toalha, passando o creme que ele tanto gostava e volta a vestir o seu quimono. No momento em que ela coloca a mão na maçaneta da porta, a mesma sai em sua mão, e ao empurrar a porta vê que essa está emperrada.

-Aya-san... a maçaneta quebrou...

-Como? Isso não é possível?! Não agora!!.

-E agora o que vamos fazer?

-Temos que chamar um chaveiro

-Mas há essa hora não haverá nenhum aberto.

-E infelizmente esses seres não são dotados de nenhum romantismo, pois eu não possuo nenhum cliente com essa profissão em minha lista.

Mine sente como se um balde de água fria tivesse lhe caído sob a cabeça.

-Então quer dizer que teremos que esperar até amanhã para encontrarmos um chaveiro e vir abrir essa porta.

-Lamentavelmente sim, minha doce e amada dama.

-Nhoo.... E a nossa noite romantica acabará dessa forma.

-Não fique triste. Haverão inumeras noites como essas em nossas vidas, mas essa será a única com uma porta a nos separar.

-Nhoo... Então boa noite, chefinho...

-Boa noite, estarei sonhando contigo

Ayame volta a se deitar na cama, mas não sabia se ria ou se chorava por causa do que havia acabado de fazer.

by Kyo

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