21/06/2008

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“ Mas o médico não a escutava mais, deixou-a lá na entrada da casa falando sozinha. Deu a volta na residência caminhando para um outro jardim que havia na lateral, um pouco mais afastado da casa na direção da mata, aonde os participantes da festa não pudesse vê-lo. Akito levou novamente as mãos aos cabelos e os puxou, caminhou na direção oposta de Hatori, pegando uma pequena trilha no meio da mata que dava direto ao lago na margem mais afastada da casa em que se encontravam. Tohru que assistia a tudo de boca aberta e com a mão sobre ela, assim que vê Hatori e Akito tomando direções opostas, volta correndo para dentro de casa quase batendo de frente com Yuki, que sentindo-se infeliz na festa havia decidido voltar para o quarto.”

- O que aconteceu, Tohru? Parece que viu um fantasma?

- Akito-san... Ele estava lá fora discutindo com o Hatori e parecia tão, tão... descontrolado.

- E pra que direção ele foi?

- Ele foi na direção do jardim do lado.

- Akito?

- Não, não o senhor Akito. Hatori!

- E pra onde foi o Akito-san?

- Ele... ele pegou a outra estradazinha.

- A que dá no lago perto da outra casa?

- Não sei... acho que é essa mesma... mas eu não tenho certeza.

- Vá ver o Hatori, chame Shigure ou meu irmão. Eu irei ver Akito.

“ Torhu não pensou duas vezes e saiu da casa junto com Yuki, tomou o caminho que viu o medico ir e correu em seu encalço. Não pensou realmente em chamar Ayame ou Shigure, na verdade seu coração estava tão apertado e angustiado por ter ouvido toda a conversa e visto claramente as lágrimas nos olhos de Hatori, que nem ouviu a última frase do Yuki. Ela iria atrás dele de qualquer forma.”

# Eu quero... eu quero fazer isso por mim mesma. Quero ser capaz de secar aquelas lágrimas, não quero ver o Hatori sofrendo. Depois de tudo o que aconteceu... depois de tudo o que ele sofreu... eu não... eu não consigo imaginar... a dor que ele está sentindo depois de ter ouvido aquilo tudo. Eu... eu só amei a mamãe até hoje... eu sei que dói... eu sei que dói perder quem a gente ama...então... eu não posso imaginar... que dor é saber que... todaa dor, toda lágrima, todo amor... que aquele eu te amo que tanto alegrava fosse falso... eu não sei... mas dói... eu não quero que o Hatori chore mais por ela... não quero que ele lamente por ela. Eu quero secar as lágrimas dele... nunca mais quero ver suas lágrimas.#

“ Tohru encontrou Hatori ajoelhado de frente para uma mesa de ferro trabalhado, a mão esquerda apoiada no chão à frente de seu joelho, a outra sobre a mesa onde várias fotos estava espalhadas, algumas caídas sobre a cadeira ao lado e no chão.

Tohru escutou os soluços do medico, a claridade da lua cheia fazia as lágrimas dele brilharem como cristais se despedaçando no chão. A jovem levou as mãos a boca, ela tentou mas foi inevitável, seus olhos encheram-se de lágrimas também. Ela caminhou lentamente dessa forma até ele.

Hatori apenas olhou de cabeça baixa pelo canto quem se aproximava, não se moveu, não fez menção de que ela não poderia se aproximar, ele apenas permaneceu exatamente do mesmo modo.”

- Hatôri?

- NÃO ME CHAME ASSIM!!!

“ Hatori empurrou todas as fotos para o chão a sua frente com a mão que estava sobre elas em cima da mesa. Tohru soltou um pequeno grito logo abafado por suas mãos, seu coração disparou, não por prazer, mas por medo e angústia. Sentia que iria perdê-lo para sempre naquele momento. Olhou para as fotos no chão, a claridade da lua era suficiente para identificar bem do que se tratava."

by Leandra

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