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“ Ao reparar que Uotani não tinha se virado, pelo contrario, olhava-o com o sorriso mais malicioso que Hatori já havia visto dela, corou imediatamente, cobrindo suas partes e virando-se como pode de lado para esconder-se.”

- Pó-por fa-vor, as minhas roupas!

“ A jovem segurava as roupas do médico com as duas mãos atrás de suas costas com um sorriso ainda mais largo e sínico, sentada com as pernas cruzadas olhando atentamente para tudo o que o médico era.”

- Hehehe

- Garota... o que você pensa que...

- A parada toda é só não abraçar não é?!

“ Hatori gelou com aquele sorriso cínico fingindo inocência que seguiu a pergunta. Um calafrio percorreu o seu corpo deixando um rastro quente por ele. Engoliu em seco.”

- Pirralha, não brinque com coisa séria, dê-me as minhas roupas!

- Ora, ora! Peter Cavalo Marinho Pan, para o garoto que não queria crescer você ta com medo de uma simples brincadeirinha? Hehehe Já que essa coisa que você chama de “maldição” é tão conveniente quando se volta ao normal, vou aproveitar e te ensinar uma brincadeira que vai fazer você querer ser um pirralho como eu pra sempre!

“ Dizendo isso, Uotani jogou as roupas do médico para bem longe dele e por onde ele só pegaria se passasse por ela. Foi “engatinhando” até bem perto dele ficando ao seu lado. Hatori não sabia como reagir ou o que fazer com aquela situação.”

- Para um dragão você está assustado como um gatinho!

“ A garota sussurrou se forma sensual no ouvido do médico que sentiu as vibrações daquela voz ressoarem por todo o seu sangue e pele, arrepiando-o.”

_ Garota, eu já disse... não brinque com isso... Posso ser um cavalheiro mas também sou homem!

“ Uotani chegou ainda mais perto da orelha do médico, onde até sua respiração o arrepiava, apoiou a mão no chão atrás das costas dele e pousou delicadamente e sem peso a outra mão na perna dele, logo acima do joelho.”

- Deixe o cavalheiro para quando estiver vestido de novo, o que me interessa agora é o homem!

“ Hatori virou seu rosto para ela com os olhos arregalados, ficando nariz com nariz com ela.”

- Posso ser uma pirralha barulhenta, mas não sou mulher de brincar com fogo sem intenção de me queimar.

- Arisa...

“ Uotani sorriu ao ouvir o sussurro surpreso do médico em forma de seu nome, ela havia vencido a primeira batalha.”

- Agora sim! Podemos começar a brincar!

“ Fizendo isso ela o beijo ainda mais ardentemente, mas mantendo seu corpo seguramente sem abraçá-lo.

Após algumas horas a chuva parou. Hatori caminhou até a entrada do tempo sem a camisa e observou o tempo. Voltou até a sala aonde estavam olhando a jovem que se aninhava no chão seminua querendo dormir.”

- É melhor aproveitarmos a estiagem e descermos. Logo estará escuro e poderemos nos perder.

- Hum... se nos perdermos damos uma parada em algum lugar exótico e brincamos de novo. Afinal, você pode ser ótimo mas ainda ta meio comumzinho né? Precisa se divertir mais!

“ Uotani se vira e encara o médico completamente vermelho, com um lindo sorriso cínico no rosto.”

# Ainda dá tempo de afogá-la na primeira poça?! Droga! #

- Ei, não faz essa cara doutorzinho! Eu acabei de falar que você é ótimo e parece que acabou de ouvir uma ofença.

- O complemento do seu elogio é bastante suspeito. Você deveria rever certos conceitos.

- Ta afim que eu reveja meus conceitos a respeito do que se passou?

“ Hatori não lhe responde, apenas recolhe as roupas da jovem e entrega-lhe olhando para o outro lado. Ao receber suas roupas, Uotani senta-se e segura o braço do médico encarando-o com um olhar sério e fulminante.”

- Se pretende se arrepender disso, faça-o agora. Porque se colocar os pés para fora desse templo e vir me pedir desculpas ou não olhar pra minha cara depois, eu vou te socar até você perder os dentes.

“ Ela solta a mão dele, levanta-se sozinha e veste-se rapidamente enquanto ele permanecia no mesmo lugar olhando para o chão. Ela caminha para a saída parando dois passos depois dele ficando de costas um para o outro.”

- Saiba que mesmo que se arrependa agora e me peça desculpas, não irei desculpá-lo. Arrependa-se o quanto você quiser mas arrependa-se sozinho. Porque eu não mudaria uma única vírgula do que aconteceu. Para dizer a verdade, o máximo que eu faria era ter feito isso antes.

“ Dizendo isso ela continuou a caminhar mas é parada pela mão de Hatori que segurou a dela, encarando-a quando essa virou o rosto em sua direção.”

- Não vou me arrepender. Você também quis, está claro que é mulher suficiente para arcar com as conseqüências do que provocou. Não dá para pedir desculpas para uma mulher que sabe tão bem o que quer.

“ Uotani sorriu confiante e feliz, havia sido reconhecida como uma mulher e não mais a pirralha barulhenta, por mais que sabia que aquelas palavras eram justamente para que o que acabou de acontecer entre eles não fosse uma promessa de compromisso. Ela sabia disso, mas não se importava. Se pudesse tê-lo uma vez, tinha certeza que faria com que ele a desejasse novamente, e pouco a pouco o conquistaria e o libertaria, não de sua maldição, mas de suas próprias correntes que prendem seu espírito de aproveitar e viver alegremente a vida.”

- Que bom que você tem consciência disso. Porque não suporto homem chorão que foge assustado ao ser surpreendido por seus próprios desejos. Mas não pense que se livrará tão fácil de mim. Ainda sou a pirralha barulhenta que não lhe deixa em paz. E agora...

“ Ela aproxima-se do ouvido do médico que não se moveu.”

- A única paz que vou deixar você ter será após chegar ao céu nos meus braços!

“ Ela riu da expressão do médico e voltou a caminhar.”

- Anda logo doutorzinho, ou vou deixar você passar a noite aqui! SOZINHO! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

# Garota barulhenta e insolente. E eu que pensei nela como uma mulher por um instante. Fui iludido! #

by Leandra