11/06/2008

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“ Kisa esperava sentada na cama ao lado da caixa fechada, balançando as pernas. Estava muito curiosa, mas não queria desobedecer ao tio Ayame. Enquanto isso no outro quarto das meninas, Tohru e Uotani estavam prontas e batiam o pé para que Mine as deixassem ir para o quarto de Kisa.”

- Pode esquecer, Mii-san! Não vou deixar de ver aquela coisinha fofa se fantasiando não! Qualé, o que tem de mais, somos todas meninas e já estamos prontas! Não tem discussão! Nós vamos e pronto!

- Deixa, Mine-san! Também estou curiosa pra ver a Kisa-chan fantasiada!

“ Mine pareceu pensar um pouco, ajeitou a saia da Tohru, abriu a porta do quarto olhou para os dois lados.”

- Ok, mas corram que não quero que ninguém as veja ainda!

“ E todas as duas correram para o quarto de Kisa, que deu um pulo da cama de susto ao ver as três entrando tão rapidamente em seu quarto e batendo a porta atrás de si. Mas o susto foi substituído por um olhar cheio de estrelinhas ao ver a fantasias das duas jovens.”

-Tohru-chan..... Uo-chan..... Vocês ficaram muito bonitas nessas fantasias. A Tohru-chan está parecendo uma borboleta e a Uo-chan uma pirata de verdade....

“ As duas jovens sorriram gentilmente, sentando-se na cama ao lado dela e esperando que a Mine abrisse a caixa e lhes mostrasse a fantasia da Kisa. Quando ela a viu, seus olhos brilharam ainda mais, não havia imaginado que seu tio Ayame se lembrasse de um comentário dela de alguns anos atrás, quando ele lhe contou a história de amor de Pierrô, Colombina e Arlequim com um trecho do livro “Máscaras” de Nenotti del Picchia.”

"Não! não me compreendeis...
Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor dos dois.
Hesitante entre vós, o coração balanço, o teu beijo é tão doce, Arlequim... o teu sonho é tão manso, Pierrot...
Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo...e a Pierrot, minha alma!
Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho pois um dá-me prazer, outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra um me fala do céu... outro me fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar e, em verdade, toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente.
Porque a história do amor só pode se escrever assim um sonho de Pierrot e um beijo de Arlequim!"

– Tio Aaya, com quem a Colombina fica?

- Com Arlequim, o jovem alegre, irreverente e sedutor!

- Mas, e o Pierrô, tio Aaya? Com quem ele fica?

- Hum... receio que sozinho, linda donzela!

- Mas ele amava Colombina também!

- Sim, você ainda é muito nova, mas vai entender que não se pode namorar mais de um menino! Hohohoho

- Mas... Pierrô a amava primeiro, não é? Não a amava de verdade?

- Sim, bela dama! Mas o amor não é algo certo em que você possa escolher!

- Mas Tio Aaya, e se eles fossem uma pessoa só?

- Isso seria perfeito, minha delicada colombina, mas então isso não seria amor!

- Não entendo tio Aaya, por que não?!

- Porque um amor de verdade não é perfeito!

- Se eu fosse a colombina eu escolheria Pierrô e não Arlequim!

- Ora, ora, como pode ter tanta certeza assim minha tão adorada e maravilhosa sobrinha?

- Porque se Pierrô é sonho e a amava de forma tão delicada, então ele pode se tornar realidade, não é? Não é pra isso que os sonhos existem, tio Aaya? Para se tornarem real? Tio Aaya, você me faz um vestido de colombina para eu encontrar Pierrô?


“ Ayame sorriu, pensou em si próprio e na maldição e nos demais possuídos.”

# Creio eu, minha inocente dama, que nossa maldição talvez seja ser eternos Pierrôs apaixonados, solitários e melancólicos. A não ser é claro, aqueles entre nós que puderam ser agraciados de amar outro amaldiçoado.#


“ Kisa se levantou para começar a vestir a fantasia, mas uma pergunta dentro de si a estava perturbando-a. Se Ayame lembrava que ela queria se vestir de Colombina, talvez ele se lembrasse que ela escolheria Pierrô e não Arlequim. Pensou assim, que Ayame sendo uma pessoa que enxerga os detalhes de tudo, talvez tenha percebido que ela já havia encontrado Arlequim, mesmo desejando que este fosse Pierrô e a amasse de forma sonhadora, delicada e inocente.”

- Algum problema, Kisa-chan?

- Er... não! Nenhum problema Tohru-chan, eu só estava...

- Kisa-chan, o que está lhe incomodando? Não gostou da sua fantasia? O Chefinho nem quis ouvir minha opinião no que fazer, ele disse que para a Kisa-chan só pode ser uma fantasia. E pro Hiro-kun também.

“ Mine reparou que a menina chegou a prender a respiração por um momento.”

#Então era isso mesmo?! rs É realmente lindo a inocência de um amor infantil.#

“ Kisa que olhava para Mine esperançosa, ameaçou abrir a boca mas não conseguiu falar nada, ficou vermelha e então abaixou a cabeça olhando para o chão com a mão na boca enquanto Mine terminava de vesti-la com um sorriso ainda maior nos lábios.”

- Você quer saber qual é a fantasia do Hiro-kun, Kisa-chan?!

- Er.. não, não! Não quero estragar a surpresa! O tio Aaya disse que não queria que ninguém soubesse qual era a fantasia do outro até a festa!

- Mas vocês três já sabem a fantasia uma das outras. Kisa-chan, a fantasia do Hiro-kun não é nenhuma surpresa, já que você está vestida de Colombina!

“ Mine sorriu gentilmente abaixando o tronco até ficar com as mãos no joelho e olhando diretamente para Kisa, que completamente vermelha apenas sorriu docemente. Mas ainda sem saber se Hiro seria Arlequim ou Pierrô."

“ Kisa vestia um colan branco com 3 pompons rosas na frente como se fossem botões, mangas bufantes até perto do cotovelo e justas até o punho, que tinha um babado branco com rendas rosa claro.

Sua saia ia até um pouco acima do joelho, composta por quatro saias pregueadas, intercaladas de branco e rosa com arremate de rendas na cor contrária (saia rosa renda branca, saia branca renda rosa), que davam volume e fazia a roupa parecer leve pelo movimento variado delas.

Nos pés sapatos brancos estilo boneca com pompons rosa.

E para cobrir as penas meia calça rosa.

No pescoço, quatro golas rufas (golas que contornam o pescoço, toda pregueada, engomada e armada, usada na época da rainha Elizabeth), de tamanhos variados davam a característica da colombina, arrematados pela mesma renda dos punhos e saia.

Na cabeça uma boina branca com várias camadas de rendinhas rosa enfileiradas, na lateral uma rosa feita de veludo rosa pink com rendas rosa claro caindo.

Nas mãos, delicadas luvas feitas de tecido transparente branco.”

by Leandra

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