29/07/2008

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“ Akito e Yuki permaneceram em silêncio o caminho de volta para a outra casa do lago, ao chegarem lá foram direto para o quarto do patriarca. Akito abriu a porta que dava para um jardim interno e ficou de costas para Yuki observando o jardim por um longo período de silêncio.”

# Droga! Se ele queria tanto assim falar comigo porque não abre aquela maldita boca de uma vez? Essa angústia está me matando! Só me falta ele vir me perguntar novamente se agente fez alguma coisa ontem à noite! Maldito gato repugnante, se Yuki não der uma boa surra naquele bichano eu mesma vou me encarregar disso. #

“ Akito ainda de costas para o garoto, virou um pouco o rosto olhando-o de esguelha. Yuki permanecia parado no meio do quarto, a cabeça baixa, os olhos perdido em alguma coisa aparentemente interessante no chão, o rosto vermelho, um dos braços esticado para baixo sendo segurado pelo outro na altura do cotovelo, movia os dedos da mão esticada como se quisesse pegar algo que estava grudado na lateral de sua calça. “

# Droga, Yuki! Que desespero. Acabe logo com essa agonia e fale de uma vez! Esse nervosismo todo é por não saber o que aconteceu ou o que não aconteceu, ou será que você está arrependido sem mesmo ter certeza? Será que você acredita que aconteceu alguma coisa e está arrependido? #

“ Akito continuava olhando Yuki que permanecia do mesmo modo, agora olhando para o lado, talvez olhando um jarro em cima da mesinha de canto. Vermelho e mordendo os lábios. Akito sentiu um leve arrepio ao vê-lo morder os lábios.”

# Só pode ser isso! Afinal, ele não me deixou mostrar que sou uma mulher. Para ele eu sou um homem não é mesmo? É natural que ele esteja confuso, sem jeito e arrependido. Droga... maldita seja essa minha maldição! E o pior de tudo... e se ele estiver acreditando que aconteceu alguma coisa e não estiver arrependido? E se ele realmente não estiver arrependido? #

“ Akito agora olhava-o assustada. Apesar de tudo, Akito nunca havia pensado no fato de que para Yuki ele é homem e os dois estavam se relacionando mesmo assim, e que nos últimos tempos era o jovem quem a procurava, quem a beijava e quando não era, ele nunca havia recusado as investidas dela.”

# Céus! Ele é gay! Yuki é gay! Não... só pode ser brincadeira não é?! AAAAAAAAAHHHHH Amaldiçoada eu sou! Não posso acreditar nisso! Eu finalmente aceito me aproximar de alguém dessa forma mais sentimental... quero dizer... não é apenas sexual, não é apenas atração... eu realmente quero estar ao lado dele... Droga, droga, droga. Seu rato desgraçado. Eu me apaixono por você e você é gay?! Rato maldito desgraçado filho da... #

- Akito-san...

“ Yuki finalmente abriu a boca e chamou-a, interrompendo seus pensamentos. Estava ainda mais vermelho e ainda olhava interessado no jarro na mesinha de canto. Era mais do que visível seu nervosismo e vergonha, mas sua voz soava com afeto e carinho, mesmo baixa.”

# A culpa é sua mesmo, Akito! Afinal de contas ele acha que você é homem! Baka, deveria ter contado pra ele desde o começo! Eu preciso ouvir da boca dele... preciso... não posso continuar dessa forma... se ele descobrir que sou mulher e eu for rejeitada por isso, sou capaz de matá-lo. Ele e aquele irmão idiota que acabou piorando tudo. #

“ Akito falava pra ela mesma em sua mente, estava decidida a por um fim em tudo aquilo enquanto ainda podia, enquanto poderia ser concertado e não fosse tarde demais. Virou-se para Yuki cruzando os braços sobre o peito e escorando de lado no peitoral da porta do jardim, com o sorriso mais cínico que conseguiu fingir.”

- Não precisa se preocupar com a noite anterior, seu rato medroso. Já que você dormiu antes de nos divertimos, perdi a vontade. Já basta desse nosso joguinho, Yuki.

by Leandra

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