27/09/2009

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-Quer dizer que o Haru só gosta de mim por que ele é doente?

-A obsessão doentia que ele desenvolveu por você nesses últimos dias, isso sim, era uma doença. Na verdade, o Haru e a Kagura, em algum momento de suas infâncias criaram uma outra pessoa dentro deles. A Kagura aceitou fazer o tratamento um tempo atrás, e foi através dela, que eu descobri o real motivo deles terem criando essa dupla personalidade. Tanto a Kagura, como o Haru, queriam ser amigos do possuído do gato. Os dois a criaram para poderem sobreviver dentro do clã. Eles desenvolveram a dupla personalidade para assim terem coragem de enfrentar os demais e até mesmo a eles próprios, que se sentiam mal por desafiarem o kamisama, e dessa forma poderem ser seus amigos.

-Tudo isso por causa da mente distorcida de alguns do clã, que ainda insistem em isolar o possuído do gato. Eu ficarei muito feliz, se nesse período em que serei o patriarca, se conseguir consertar um pouco as coisas para os possuídos. Para todos vocês e não apenas para o Kyo.

Ao ouvir aquilo, Kyo se recorda da conversa que tinha acabado de ter com a Saki.

-Mestre, por que nunca me contou que a minha mãe tinha sido a babá do patriarca?

-A Eiko-san? Eu não sabia disso também.

Kazuma olha para os três possuídos mais velhos. Tinha acabado de descobrir outra informação que apenas alguns sabiam. Shigure olha em direção da cozinha e depois aponta para o seu escritório. Depois do que tinha acabado de saber sobre o ocorrido daquela tarde, ele acha melhor levar todos para lá e assim evitar qualquer tipo de problema.

O trio amigos do peito olham-se entre si. Nenhum deles queria falar sobre aquilo.

-É melhor você contar tudo Guretti. Afinal você foi o único que ficou mais próximo da Akky e que sabe de todos os detalhes.

-Tudo bem. Sim, a mãe do Kyo foi a babá da Akito quando ela era criança. Pode-se até dizer que a Eiko-san era a mulher que mais estava próxima da figura de mãe para a Akito. Após a morte do Akira-sama, a Eiko-san era a única pessoa que a Akito deixava chegar perto dela. Ela trabalhou na mansão até o dia em que se casou com o pai do Kyo, e a Akito se sentiu abandonada, ou melhor, se sentiu trocada. Depois de um tempo a Eiko-san ficou grávida e o Kyo nasceu. Após o nascimento do gato, Akito nunca mais viu a Eiko-san. Sempre se recusou a falar com ela.

-É por que esconderam isso de todos?

-Isso eu não sei ao certo, Kazuma-san. Só sei que alguns dias depois do casamento da Eiko-san, a velha da Yoko veio e nos proibiu de tocar naquele assunto para não deixar a Akito ainda mais triste. E com o tempo a gente até acabou se esquecendo que a Eiko-san tinha sido a babá da Akito.

-Hoje eu me lembrei de algo que o Akito me falou quando eu era criança. Foi um pouco depois que o Hatori apagou as memórias dos meus amigos. Ele contou sobre uma carta que a Eiko-san tinha deixado quando ela morreu.

-Carta? A minha mãe deixou uma carta?

-Disso nem mesmo eu estava sabendo Yuki-kun. E o que dizia essa carta?

Yuki olha para o possuído do gato. Não queria falar na frente dele o conteúdo da carta, pois sabia que o garoto iria odiá-lo ainda mais depois daquilo.

-Errr... Eu não me lembro bem... Era uma criança...

- A Ratazana pode falar o que tinha na carta. Tá na cara que você se lembra.

-Eu só me lembrei disso, depois que o Shigure me contou a história da Eiko-san. Um dia durante mais uma das sessões de tortura psicológica de Akito. O patriarca mencionou sobre o suicídio da mãe do Kyo. Acho que aquela foi a primeira vez que ele me contou sobre a morte da mãe dele.

by DonaKyon

Um comentário:

Unknown disse...

bem achei interessante abordar Haru e Kagura explicando a dupla personalidade (se bem que Kagura não apresenta traços fortes como o Haru), mas deixa um lado bem racional

A situação ta ficando mais interessante