07/06/2009

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Hatori caminhava ainda mais pensativo à medida que ia se aproximando da mansão de Akito. Quando chega diante do caminho que levava diretamente a porta principal da casa, o médico para de caminhar. Ainda estava sob o efeito da bebida, o que o deixava um pouco mais aliviado, porque essa era a sua desculpa de que não era nada daquilo que ele tinha imaginado. Ele olha todas as janelas da mansão, sabia que as janelas do quarto do patriarca ficavam no fundo da casa, mas sente um pequeno frio na espinha ao imaginar que Akito poderia surgir a qualquer instante por detrás daquelas janelas e ele poderia lhe ver um pouco.

O médico tira a longa franja da frente do olho quase cego e fica com a mão em cima dele. Ainda podia sentir o caco de vidro do fino jarro entrando em seu olho esquerdo. Aquela sensação sempre havia lhe doído muito mais em sua alma do que no olho ferido. Graças aquele ferimento ele tinha perdido a única mulher que tinha amado em toda a sua vida. A mulher que o amava, e que o tinha aceitado mesmo ele sendo a aberração que era. Porém naquele instante, não era esse sofrimento que lhe vinha à mente, mas sim a dor de Akito, aquela dor que ele nunca imaginou que tinha sentindo e que ele descobriu há algumas semanas atrás, quando o patriarca tinha acordado desesperada de um pesadelo, no qual tinha sonhado que o tinha ferido gravemente.

O possuído senta-se na beirada de cimento de um dos lindos canteiros de flores que enfeitavam a frente da mansão principal da sede. O médico acende um cigarro e repara que aquelas eram as flores de tsubaki que Akito tanto gostava. Hatori fecha com força a mão esquerda. Não queria aceitar que aquilo fosse verdade.

#Não é isso. Eu pensei naquilo por causa da bebida. Eu bebi muito mais do que deveria com o Shigure. Onde já se viu imaginar que Akito poderia ter me ferido naquele dia por ser uma mulher. Não isso nunca! Ela nunca teria me ferido por causa de ciúmes feminino. Se fosse assim, isso significaria que ela gostava de mim, o que é totalmente impossível.#

Hatori estava longe em seus pensamentos e nem viu na hora que a governanta da casa se aproximou dele.

-Boa noite Doutor Hatori. Ainda bem que está aqui.

-O que aconteceu com Akito-san?

O médico já estava de pé, pronto para correr até o quarto do patriarca.

-Não é nada com o senhor patriarca. É uma das empregadas que não está se sentindo bem.

O coração do médico batia mais aliviado, por saber que não era nada com Akito.

-Como o senhor patriarca tem uma certa simpatia pela empregada, é por isso que achei melhor ir atrás do senhor ao invés de a mandar até um hospital.

-Akito-san se simpatizando por uma empregada?

-Sim.... Após tantos anos.

-Eu irei examiná-la.

O médico apaga o cigarro e acompanha a governanta para dentro da mansão. Tudo era de um absoluto silêncio, e poucas luzes estavam acessas. Sua vontade era de perguntar de Akito, mas ele não acha conveniente. O caminho até os quartos das empregadas não passava próximo do quarto de Akito, por isso o médico sabia que era muito baixa a possibilidade de se encontrar com o patriarca.

A mulher de uns 29 anos estava deitada em sua cama. O médico ao ver o rosto da jovem compreende o porquê que o patriarca tinha se simpatizado com aquela pessoa.

#Ela se parece muito com a mãe do Kyo.#

A empregada estava ardendo de febre, e pouco conseguia conversar com o médico, só falava que estava com dor no estômago. O médico a examina e lhe receita algo para aliviar a sua dor.

-Não é nada grave, acredito que amanhã já estará se sentindo melhor.

O médico olha novamente para a jovem e antes que ele fale alguma coisa, a governanta faz o comentário.

-Sim, ela lembra muito a Eiko-san.

-É por isso então que Akito-san se simpatizou com ela?

-Acha mesmo que não posso me simpatizar por ninguém, Hatori?

by DonaKyon

Um comentário:

Unknown disse...

acho que a ficha está caindo hehehehee