20/11/2009

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Hatori e Kazuma olham para o Ayame, realmente era quase impossível que pelo menos um deles não soubesse de tal carta.

-Alguém está mentindo!

A voz de Shigure era repleta de acusação e todos olham espantados para o escritor.
-Mas por que mentiriam sobre isso, Guretti?

-Porque tem alguma coisa por trás dessa carta. Kazuma-san, o senhor contou a Yoko-san como ficou sabendo da carta?

-Não, Shigure. Apenas lhe perguntei se ela sabia onde estava a carta.

-Então não lhe faça mais nenhuma pergunta sobre isso. E vamos ver como ela irá reagir.

-Guretti, você acha que a Yoko-san está mentindo?

-Tenho quase certeza que sim.

-E agora nem poderemos perguntar a Akito sobre isso.

Shigure olha para o Hatori com um pequeno sorriso nos lábios, sem perceber o médico tinha falado o nome do patriarca de uma maneira muito mais leve.
Uma das empregadas bate na porta para visar ao novo patriarca que todos já estavam o esperando no local da reunião.

-Boa sorte, Kazuma-san. E nos desculpe por deixar essa ingrata missão em suas mãos.

-Não se preocupe Hatori.

Kazuma sai na frente sendo seguido pelos três possuídos.

Apenas um grupo é que faziam parte das reuniões dos Sohmas, e nelas participavam as famílias de todos os possuídos e mais algumas de “fora” que nada sabiam sobre a maldição, portanto, nem uma palavra sobre aquele assunto era dada durante essas reuniões.

Assim que Kazuma entra na sala todos ficam em silêncio, e o professor recebe olhares de raiva e ódio de boa parte das famílias dos possuídos. Os três amaldiçoados se sentam no local reservados para eles, bem como Kazuma, que se senta no local que sempre tinha sido ocupado pela Yoko.

-Muito obrigado por terem vindo. Serei bem breve para não ocupar o tempo dos senhores. Devido a um problema de saúde o nosso patriarca precisará se afastar por alguns dias de suas funções e me deixou responsável pelo clã até o seu retorno.

Imediatamente vários múrmuros tomam conta da sala.

-Mas por que foi o senhor a pessoa escolhida para ficar no lugar de Akito-sama? A minha família é a que tem um status mais privilegiado dentro do clã. O meu marido é quem deveria ser o indicado.

Ayame e Shigure precisam se segurar para não rirem, Shinsen, a mãe do Ayame e do Yuki, havia falado exatamente o que eles imaginaram.

-Infelizmente eu também não sei os motivos do Akito-sama. Apenas recebi uma carta do patriarca com a sua decisão. Aqueles que não acreditarem em minhas palavras poderão ler a carta que está aqui em minhas mãos.

-Creio que não será necessário. Se essa foi a decisão de Akito-sama temos que acatá-la.

O pai do Momiji é o primeiro a manifestar o seu apoio e respeito pelo novo patriarca, inclinando a sua cabeça, logo esse gesto vai sendo copiado pelos demais, mas os pais do Ayame e da Rin foram os últimos a fazerem.

Era visível que aquelas duas famílias foram as que menos haviam gostado daquela decisão. Não conseguiam aceitar que justamente o neto do antigo possuído pelo gato e o pai adotivo do atual gato fosse a pessoa escolhida pelo kamisama para ficar em seu lugar.

-E onde está o Akito-sama, Hatori-kun?

O pai do Shigure finalmente faz a pergunta que todos queriam fazer.

-Está em repouso numa das nossas propriedades. O patriarca me proibido de revelar onde ele está.

Os familiares dos possuídos sabiam que não adiantava perguntar mais nada ao médico.

-Se não tiverem mais nenhuma pergunta a nossa reunião acabou.

-Kazuma-sama, eu gostaria de lhe pedir a sua autorização para que o Momiji-kun possa ensinar violino a minha filha Momo.

Os pais dos amaldiçoados olham diretamente para Elisa, o que a deixa bem constrangida. Era impossível para a mulher decifrar o que aqueles olhares queriam lhe dizer.

-Tem a minha permissão, Shirou-san.

Os pais do possuído pelo coelho se inclinam em agradecimento.

-Essa daí é que se deu bem. Nem se lembra que pariu uma aberração, mas tem o direito de receber a mesma quantia que você.

Shinsen fala baixinho para a mãe de Rin que estava sentada ao seu lado.

-Ás vezes, tenho vontade de fazer o mesmo que a Elisa-san fez. Eu imagino o sofrimento que a Shinsen-san sente por ter parido duas aberrações.

-Pelo menos um deles é o possuído do rato, o que me rende uma “mesada” muito maior que a de vocês.

A mãe do Yuki e de Ayame olha para a mulher cheia de superioridade, e a mãe da Rin vira o rosto e volta a olhar para frente.

-Será que o Kazuma-sama poderia conceder uma parte do seu tempo a algumas das famílias que estão aqui?

O pai do Shigure é novamente o porta-voz dos demais, e era evidente que aquelas “algumas famílias” eram os pais dos possuídos.

-Creio que isso poderá ser feito outro dia, meu querido papai. O Kazuma-sama não poderá tratar sobre esse assunto agora.

Shigure sente que está sendo fuzilado pelos olhares dos seus pais naquele momento.

-Garanto aos senhores que essa situação será por pouco tempo. Em breve o nosso patriarca estará de volta.

Kazuma se levanta e todos os presentes inclinam a cabeça em sinal de respeito à função que ele está ocupando, o professor saí da sala, deixando todos os Sohmas com suas cabeças abaixadas, uma vez que só poderiam a levantar quando o patriarca não estivesse mais na sala.

#Ufa, foi mais difícil do que a final de uma competição. Ainda estou tremendo por dentro. Pobre daquela garota que vive essa pressão há tantos anos. Ninguém faz idéia do peso que esse cargo tem. Acredito que agora entendo um pouco mais as razões do patriarca ter aquela personalidade.#

Kazuma retornava a biblioteca para separar os documentos que seriam enviados ao Megumi-kun.

by DonaKyon

Um comentário:

Unknown disse...

nossa! se o ambiente não é uma guerra isso porque faltou os tanques hehehehehee

cada vez mais kazuma e os outros conhecem a infeliz vida de um patriarca