07/01/2009
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#Mas o que está acontecendo com Akito-san? Por que ela mudou tão radicalmente nos últimos dias? Durante anos ela foi seca, dura, distante, mas agora está assim, sofrendo, numa profunda depressão.#
Hatori volta a escutar o triste choro de Akito e entra sem bater no quarto. Assim que escuta o barulho o patriarca se vira certa de que era alguma das empregadas e já estava pronta para voar no pescoço dela, mas ao ver o possuído que caminhava rapidamente em sua direção fica completamente sem ação, não conseguindo lhe perguntar nada. O médico simplesmente senta-se na cama colocando o pacote que tinha em suas mãos em algum lugar sob a cama e a abraça.
-A vida não é mais triste quando você a vive só?
Ao escutar aquela pergunta Akito sente como se o possuído tivesse enfiado uma fina e gelada lamina em seu peito. Seu coração baita ainda mais acelerado e dolorido e tentava ao máximo não chorar, mas o que era impossível naquele momento. Ouvir justamente aquela pergunta naquele momento a deixava ainda mais com raiva de si mesmo o que a impedia de não chorar sendo abraçada por ele.
#Logo você tem que me fazer essa pergunta? Você, a pessoa que eu amo, e que obriguei que ficasse sozinho. Por que me pergunta uma coisa que você já sabe a resposta e por minha culpa? #
Akito não conseguia parar de chorar mas empurra o médico para que a deixe de abraçar. Hatori se afasta um pouco e fica observando a garota que chorava de cabeça baixa e com as mãos nos olhos.
-O que te deu hoje? Essa já é a segunda vez que….
O patriarca não consegue terminar a frase, queria dizer que aquela era a segunda vez que ele se importava com ela. E ver que era exatamente isso o que estava acontecendo a deixava ainda mais arrasada.
-Eu estou procupado com você, Akito-san.
-Não precisa ficar! Eu não estou doente! Não existe nada para te dar motivo de preocupação médica. Pode ir embora Hatori.
-Não estou me preocupando como um médico agora, mas sim…
-…. como um irmão…. como meu primo…. como possuído….
Hatori observava a uma Akito que a muitos anos não encontrava, ela estava como a criança que foi, chorando sentida e sozinha, sua voz havia saído tão fraca e doida que ele teve que se conter para não a abraçar uma vez mais. O patriarca enxuga mais uma vez o rosto e olha para o possuído que estava sentado a sua frente na cama.
#Como me machuca ainda mais olha-lo agora. Agora que não consigo mais mentir para mim mesma. Agora que sei que o amo. Você pode até mesmo está preocupado comigo agora, mas nunca irá se preocupar por mim como um homem que me ama.#
Akito se descobre levantando-se da cama sem falar nada e começa a arrumar o quimono e a caminhar pelo quatro, queria se recuperar o mais rápido possível, para voltar a ser o patriarca de sempre. Aquele que iria puxa-lo pela gravata, que iria lhe esbofetear no rosto e depois o expulsar do quarto como ela sempre tinha feito com ele, durante aquele dois anos. Hatori fica lhe olhando enquanto ela caminhava e bate os olhos no pacote que estava em cima da cama, ele pega o embrulho e estica o braço.
-Comprei isso para você.
-O que é isso?
-Abra.
Akito retira o pacote da mão do médico se esforçando ao máximo para ser o mais rude possível e rasga o papel do embrulho, estava se preparando para fazer uma cara de desagravo, mas quando vê o conteúdo sente o seu coração batendo ainda mais acelerado do que estava na hora que o médico chegou.
-Me lembrei de que colecionava isso.
Ela olhava para o presente se segurando para não voltar a chorar, não acreditando que ele ainda se lembrava daqui que ela mesma já tinha se esquecido a anos
-Mas você sempre fez questão de que eu colecionasse um dragão. Por que isso agora?
-Digamos que está na hora de eu aceitar o que sou. Quando me transformo não sou o dragão imponente e pomposo que representa o meu signo, mas sim um cavalo marinho de 8 cm.
by DonaKyon
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Um comentário:
fico imaginando a ideia da autora em fazer o Hatori virar cavalo marinho, claro foi bem criativo, mas seria menos humilhante virar um Dragão de Komodo, mas não seria engraçado hehheheehheehe
Realmente o Hatori ta otimo com as iniciativas
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