15/07/2009

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Hatori apaga o cigarro no cinzeiro que segurava com a mão esquerda e olha para o escritor que ainda estava sentado de maneira tão relaxada no sofá.

-E o que aconteceu para mudar o tipo de amor que sentia por ela.

-Eu comecei a desejar outra pessoa. Basicamente sentia a mesma vontade de estar com ela, de lhe proteger, mas não a desejava... Eu nunca beijei a Akito... Nunca quis ter esse tipo de envolvimento com ela. Quando percebi isso, descobri que a amava como irmã.

-Então é possível amar sem desejar uma pessoa.....

-Podemos amar a várias pessoas ao mesmo tempo. O amor é como as nuvens do céu, pode ter vários tamanhos e formatos. Ao mesmo tempo em que podemos desejar mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Porém, acredito que apenas faremos de tudo para nunca magoar apenas uma pessoa de cada vez. Para mim fidelidade é isso. É o esforço que faço diariamente para nunca magoar o Ayaa.

Hatori se levanta da poltrona e começa a caminhar pela biblioteca. Estava muito agitado, angustiado, amedrontado. O possuído pelo espírito do dragão se consumia internamente com uma dúvida que não o tinha deixado dormir naquela noite. Tinha vontade de encarar o problema de frente, mas o medo de confirmar as suas suspeitas era tão grande que o impedia. Shigure apenas acompanhava o passeio do médico com o olhar.

-É melhor eu voltar para sede....

-Tem alguém doente por lá?

-Apenas uma das empregadas de Akito-san.

Hatori então se lembra da Akito tão frágil na noite anterior e o seu coração acelera um pouco. Ainda podia sentir o calor do corpo de Akito em seus braços.

#Será que ela acordou melhor essa manhã? Ontem à noite a deixei dormindo, mas não sei se ela conseguiu dormir a noite toda.#

-Ué, o Doutor Hatori Sohma agora está atendendo aos serviçais do patriarca?

-Esse foi um caso especial, porque a Akito-san se simpatizava com ela.

-Como? O patriarca se simpatizando por uma de suas empregadas? Que fato mais surpreendente. O que tem essa pessoa em especial para conseguir tal afeto do patriarca dos Sohmas?

-A garota lembra a Eiko-san.

-A Eiko-san?? Eu vou com você até a sede.

Shigure já estava de pé ao lado do médico assim que escutou tal nome.
-Não precisa se preocupar com Akito-san. Ela ficou muito abalada, mas eu consegui a deixar um pouco mais tranqüila.

-Mas é grave o que a empregada tem?

-Não. Mas Akito-san já ordenou para que ela vá trabalhar longe da sede.

-Justamente agora o fantasma da Eiko-san tinha que voltar?

Shigure volta a se sentar, mas não da forma tão relaxada que estava antes. Mantinha agora o tronco para frente e segurava as mãos, era visível que o escritor estava preocupado.

-Por que ficou tão preocupado assim?

-Por causa do Kyo. Não quero que o ódio de Akito por ele volte a crescer. Desde que ele veio morar aqui eu estava conseguindo amenizar um pouco as coisas com o patriarca. E precisamente agora começou a namorar uma pessoa normal. Droga! Estou com um péssimo pressentimento com relação a isso. Acho que o seu caso com a Kana pode acontecer novamente.

-Se não for ainda pior.

-O Ayaa também acha isso.

-Sabemos pelos antigos relatos que os Kamisamas sempre odiaram os possuídos pelos espíritos dos gatos. Não se sabe a razão do ódio, mas todos foram odiados.
-Mas no caso do Kyo tem um agravante a mais. O fato da mãe dele. Akito transferiu para ele toda a culpa do que aconteceu com a Eiko-san. Dizia que por culpa dele nunca mais poderia ter a Eiko-san de volta.

-Todos do clã fizeram o mesmo que Akito-san, dizendo que ela se matou porque não suportou o filho que teve. Quem é de fora, falava até que o Kyo era filho de uma traição e que foi por isso que ela teria se matado.

by DonaKyon

2 comentários:

Cecii disse...

Eiko-san u.u

Unknown disse...

Realmente a historia de Kyo é uma das mais elaboradas de Fruist Basket, tambem da espaço para muitos escritores de fics usarem sua criatividade.

Voce esta de meus parabens